O Comitê Executivo da WAN-Ifra (World Association of Newspapers and News Publishers, a Associação Mundial de Jornais), reunido desde domingo (2) em Bangcoc, na Tailândia, para a realização do 65º Congresso Mundial de Jornais, manifestou a sua “profunda preocupação” com o que está acontecendo na Argentina no governo de Cristina Kirchner. Segundo o manifesto, as ações do governo vão diretamente contra a liberdade de expressão, levando o comitê a solicitar a cessão imediata de todas as medidas de intimidação e ataques destinados a jornais independentes daquele país.
Em fevereiro, o governo argentino pressionou as grandes empresas nacionais e internacionais para remover seus anúncios em vários meios de comunicação independentes, causando perdas significativas nas receitas de publicidade em jornais como Clarín, La Nación e Perfil. Paralelamente a isso, nos últimos anos, a publicidade oficial do governo concentrou-se em uma pequena seleção de mídia que apoia o governo.
Cristina também apresentou recentemente um projeto de lei que desapropria em 24% as ações da Papel Prensa SA, principal fornecedora de papel jornal na Argentina. O projeto, que deverá ser aprovado ainda no início deste mês, daria o controle da produção e importação ao governo. Com o fechamento da entrada do insumo no país, como já aconteceu no passado, a produção local de papel pode ser distribuída apenas de acordo com a linha editorial dos meios de comunicação – levando como consequência uma enorme deterioração à liberdade de expressão. O Congresso Mundial de Jornais será encerrado nesta quarta-feira (5).