O fato do Rio de Janeiro e de São Paulo estarem entre as cidades mais congestionadas do planeta acabaram dando ao aplicativo GPS Social Waze uma vantagem competitiva por aqui. Graças às duas cidades, o Brasil tornou-se rapidamente o segundo mercado mais importante para o Waze, que hoje pertence ao Google, e representado comercialmente na América Latina pela IMS, especializada em marketing digital na região. Em São Paulo, são 2,4 milhões de usuários mensalmente ativos, enquanto no Rio o volume é de 800 mil. Mundialmente, o Waze tem 50 milhões de usuários. Sara Hall, commercialization lead do Waze, conta que o crescimento no país no último ano foi de 200%. Segundo ela, no Brasil – diferente de outros mercados – o usuário tem o hábito de usar o aplicativo não só no trajeto casa-trabalho, mas também no lazer e nas viagens de fins de semana e férias.
Embora não existam produtos específicos criados para determinados mercados, o Waze se inspirou para desenvolver seu aplicativo nas capitais brasileiras e em países em desenvolvimento, que segundo Sarah possuem muitos problemas em comum.
A Prefeitura do Rio de Janeiro foi a primeira com a qual o Waze firmou uma parceria, há cerca de um ano. Em janeiro do ano passado, por meio do Centro de Operações Rio, foi iniciado um trabalho no qual o Waze recebe os planos operacionais de trânsito do COR e envia para ele os alertas sobre acidentes reportados pelos “wazers”. A gestão colaborativa que vem fazendo grande sucesso, segundo Sara, e inspirou o aplicativo a fechar quase 30 outras parcerias com cidades ao redor do mundo. O projeto Copa do Mundo contou com a participação massiva dos usuários e Sara diz que tem boas expectativas também para as Olimpíadas.
Sara acredita que o sucesso do GPS social está ligado ao desejo humano de se conectar e de ajudar outras pessoas. Isso se torna especialmente óbvio em momentos de crise como o furacão que atingiu Nova York, por exemplo, em 2012, quando o Waze cumpriu um papel essencial de informar as pessoas sobre serviços essenciais disponíveis – como postos de gasolina abertos, segundo relata Sara.
“O Waze funciona com a colaboração de todas as pessoas. Quanto mais participação, melhor ele se torna. São pessoas trabalhando colaborativamente para economizar tempo. As pessoas se sentem conectadas de um jeito que não ocorre em outras redes”, diz Sara.
A participação ativa das pessoas torna o aplicativo, de fato, único e sem concorrentes diretos. Inclusive em formatos comerciais.
Alexandre de Freitas, diretor-geral da IMS no Brasil, diz que a parceria – que já dura três anos – com o Waze passa por três pilares: educação, marketing e vendas. A parte educativa é a permanente visita às agências e anunciantes apresentando as possibilidades do aplicativo.
“No ano passado mais de 100 marcas usaram o Waze, e temos relacionamentos duradouros com diversas marcas como Porto Seguro, Bradesco, Itaú. Temos realizado projetos especiais com grande sucesso como Black Friday, por exemplo, quando levamos mais de 7 mil pessoas da Vivo, Casas Bahia, Ponto Frio e Walmart. O mais importante é educar o mercado porque não se trata de um aplicativo para colocar um banner, o Waze literalmente coloca marcas no mapa e promove engajamento no ambiente mobile”, destaca Freitas.
Sara diz que as marcas que investem costumam retornar com frequência, e que esse ano houve 180% de crescimento em investimentos por parte de pequenos anunciantes.