A Wieden+Kennedy Amsterdam é uma das agências mais premiadas do mundo. Seus trabalhos memoráveis para Nike – seu cliente desde a fundação da agência, em 1982 – Heineken e Coca-Cola lhe renderam diversas indicações ao Gunn Report e a transformaram no melhor escritório dos oito que integram a rede W+K.
Mas o que há de especial no modo de trabalhar dessa agência? Erik Verheijen, head of broadcasting da W+K holandesa – e um dos primeiros palestrantes da segunda edição do Cíclope, festival internacional de produção publicitária que teve início nesta segunda-feira (14) e vai até quarta (16), sediado em Buenos Aires –, explica: talentos, parcerias duradouras e clientes fantásticos. “Estamos sempre à procura dos profissionais top, com currículo que prove sua capacidade técnica e capazes de dedicar muito tempo para os projetos”, afirma. “E que sejam legais, porque passamos até 10 horas juntos no escritório”, brinca.
A agência possui 120 funcionários de 25 nacionalidades diferentes, com clientes espalhados por Europa, América e Oceania. Ela procura seus parceiros, de produtoras às companhias de pós-produção, pela capacidade de lidar com projetos multinacionais. “Há comerciais que filmamos em quatro ou cinco países”, cita Verheijen. Um dos últimos grandes trabalhos foi a campanha “Write the future”, para a Nike, tendo como tema central a Copa do Mundo do ano passado.
O filme épico de três minutos reúne um elenco estrelado e muitos efeitos especiais, executados com primazia pela aclamada produtora londrina The Mill. O total de 14 jogadores, sendo alguns dos melhores do mundo, foram convocados para a campanha. Entre eles, o português Cristiano Ronaldo, o marfinense Didier Drogba, o inglês Wayne Rooney, o italiano Fabio Cannavaro e os brasileiros Ronaldinho e Thiago Silva. O jogador de tênis Roger Federer e a superestrela do basquete Kobe Bryant fazem uma participação especial.
Dirigido pelo mexicano Alejandro Inarritu, um apaixonado por futebol, o comercial reuniu 12 companhias diferentes – três apenas para a produção de trilha sonora – além de um coreógrafo de futebol. Foram empregados 250 efeitos visuais para a construção do estádio de futebol e 200 diferentes movimentos humanos para a criação da torcida, entre outros. “Nossos parceiros precisam trabalhar de modo integrado. Filmar jogadores de futebol não é fácil, eles têm tempo reduzido, só podem depois das 16h… é claro que não foi o mais barato que fizemos, mas é como qualquer outro trabalho: nós começamos do começo”, afirma.
Sobre filmar na América Latina, Verheijen afirma que a Argentina continua atraente, mas que o Brasil deixou de ser um lugar barato “por sua efervescência econômica”. “A América Latina precisa melhorar pontos como infraestrutura para comunicação, mas é um pólo cultural para produção. As pessoas estão sempre esforçando-se para ajudar a produzir algo simplesmente bonito”.
por Keila Guimarães