Logo na entrada da WMcCann, as referências à cultura nativa brasileira dão pistas do ambiente plural que a agência quer imprimir aos seus colaboradores. Com forte inspiração na coragem e força dos índios brasileiros, o espaço ocupado pela agência desde novembro de 2018, na região da Vila Nova Conceição, na capital paulista, também tem como essência referências tecnológicas de sua matriz americana.
O projeto é do escritório de arquitetura Athié Wohnrath, que desconstruiu as ocas indígenas e as adaptou ao contexto da agência. A decoração com objetos da cultura indígena, como vasos e lanças, bem como o batismo de espaços como as salas Pataxó e Ianomâmi reforçam a origem genuinamente brasileira.
À frente da operação desde janeiro deste ano está Kevin Zung, ocupando o cargo de COO, ao lado de Hugo Rodrigues, como chairman e CEO. A chegada ao novo endereço acaba de completar um ano, marcando também um período de transformação não apenas física, mas também estrutural, do negócio de forma mais ampla. “Buscamos profissionais que tiveram experiência com clientes, empresas de tecnologia e consultorias para conseguir fazer um modelo que não é de agência tradicional. É mais híbrido, muito conectado com os desafios de negócios dos clientes e com tecnologia orientando essa relação”, explica Zung.
O executivo destaca ainda que a agência tem testado modelos diferentes de trabalho como forma de otimizar processos e integrar informações. A metodologia Agile, por exemplo, muito utilizada em mesas de performance, está sendo utilizada para clientes como Seara. “Dividimos as tarefas por post-its. Todo mundo acompanha o desenvolvimento do trabalho. É supereficiente porque cada um sabe o job que precisa fazer, assim como seu status. O processo fica claro na parede. É tudo bem transparente”.
Os modelos dos labs de inteligência também têm trazido mais sofisticação para a relação agência-anunciante. Segundo Zung, clientes como Nestlé, Coca-Cola e a própria Seara têm otimizado seus investimentos de mídia, além de extrair insights baseados nos dados monitorados em tempo real. “O serviço é muito importante, principalmente quando o cliente detém diversas marcas. Facilita para concentrar todos os dados que a empresa tem. Oferecemos um serviço independente, com inteligência de dados muito forte. Não é só de mídia, mas também insights a partir de social listening. É uma área cada vez mais estratégica”.
Mutação
Com 460 colaboradores distribuídos em três operações (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília), a WMcCann tem como um dos principais desafios levar a cultura orientada para os negócios do cliente de maneira uniforme para a equipe. O processo passa pelo empoderamento de todos os profissionais, bem como o compartilhamento de responsabilidades. Não à toa, a agência foi planejada no estilo mais horizontal, sem barreiras. Os líderes de cada disciplina, por exemplo, não têm mesa fixa, muito menos salas particulares. Nem mesmo Zung ou Rodrigues ocupam espaços privados.
“Cultura é sempre um desafio, mas a gente vem se posicionando dessa maneira há algum tempo. Temos falado que o nosso melhor resultado é o resultado de nossos clientes. Batemos nessa tecla de desenvolvimento do negócio de uma maneira muito consistente”, diz Zung.
Distribuída em dois andares, a agência divide espaço também com a operação da McCann Health no segundo andar, apesar de manterem operações independentes. O DNA de constante mutação para se adaptar às demandas do cliente, no entanto, é compartilhado.
“Vivemos em todo o mundo um momento de desafiar o modelo que foi muito bem-sucedido por décadas. Ele está precisando de mais cocriação e envolvimento do cliente. E na McCann globalmente temos essa capacidade de mudança super-rápida. A liderança da agência está comprometida em testar modelos novos e escrever uma história diferente. Acredito muito nessa capacidade de mudança”.