por Marcello Queiroz

Sangue, amor, coração, sedução, calor… São várias e quase sempre associadas à paixão as sensações que a cor vermelha desperta. Ela é a base da nova comunicação da Wrangler.

Depois de fazer sucesso no Cannes Lions 2009, quando conquistou o Grand Prix de Press do festival publicitário mais famoso do mundo, a marca de jeans volta à mídia explorando o conceito “Somos todos animais”. De novo com forte apelo sensual, no mesmo estilo do GP, o trabalho desta vez, igualmente assinado pela agência parisiense Fred & Farid, é um exercício de uso e abuso do vermelho. “Red”, aliás, é o título da campanha.

De acordo com informações da agência, o trabalho para a nova campanha envolveu mais de 100 pessoas, entre modelos, produtores e fotógrafos, que se concentraram em dois dias de maratona de poses e atuações para registrar um material bruto composto de 26 mil imagens. Um total de 77 delas foram selecionadas para a campanha, que está sendo divulgada no site http://www.red-campaign.com. A ação também conta com um filme disponível no mesmo site. As direções de criação e de arte são assinadas por Fred & Farid e Feng Huang. A fotografia é de Jeff Burton com a participação do fotógrafo assistente Rob Hamada. O filme tem edição de Yannis Rachid.

A cor vermelha, segundo a Fred & Farid, foi escolhida por sua “energia visceral” e por seu “impulso”.

A história da Wrangler, até pouco tempo percebida como uma marca de jeans bem masculina, com aqueles clichês do mundo cowboy e dirigida a homens de meia-idade, remonta a 1904 quando dois irmãos fundaram, na Carolina do Norte, a Hudson Overall com objetivo de produzir roupas resistentes para os ferroviários da costa leste norte-americana. Após fusões e novos negócios, a empresa se transformou na Blue Bell, que passou a ter os direitos da marca Wrangler em 1943. Em 1962, a marca fez sua primeira expansão fora dos Estados Unidos, ao ser lançada no mercado europeu, mais precisamente na Bélgica. Em 73, tornou-se ícone pop e em 74 passou a ser o jeans oficial da associação de cowboys de rodeio dos Estados Unidos. A Wrangler chegou ao Brasil em 1980. Em 96, a marca viveu seu grande auge quando a cada cinco pares de jeans vendidos nos Estados Unidos, um era da marca Wrangler.

O trabalho “Red Campaign” foi aprovado pela Wrangler na Bélgica.

Fred & Farid é uma dupla do barulho
A Fred & Farid tem uma força na publicidade internacional mais ou menos equivalente à que  a dupla Pierre & Gilles tem no universo da fotografia e da arte pop.

Frederic Raillard nasceu em Paris em 1971 e se formou em design. Também parisiense, Farid Mokart nasceu em 1966 e estudou negócios políticos, com graduação no “Institut des Etudes politiques de Paris”. Trabalhou em banco e depois foi parar na Euro RSCG. Foi lá que encontrou Fred para formar uma dupla de fazer muito barulho. Resolveram atuar de forma independente e passaram a ser o objeto de desejo de diversas agências. Depois da Euro, passaram pela TBWA, BDDP, Publicis e Leo Burnett, criando trabalhos para marcas como Galeries Lafayette, Canal+, PlayStation e Renault.

Também trabalharam na CLM/BBDO em Paris e na BBH de Londres, onde lançaram campanhas internacionais para o Xbox da Microsoft e para Levi’s. A Goodby Silverstein contratou a dupla no início dos anos 90 e a levou para os Estados Unidos.

Mas o grupo Publicis levou os dois de votla à França, oferecendo a eles a oportunidade de lançar uma nova agência, a Marcel. Porém, em 2007, Fred & Farid decidiram lançar negócio próprio em sociedade com o grupo Bolloré, fundando a agência em Paris, que trabalha com sete unidades de negócios (Advertising, Brand Experience, Corporate, Design, Digital, Luxury, Marketing Services), com 80 funcionários e 25 marcas numa carteira em que, além da Wrangler, estão Orangina Schweppes, L’Oréal e Audi, entre outras.