Na ficha técnica de oito em cada dez Leões conquistados pelo Brasil no Cannes Lions consta o nome de um Young Lion, título de quem teve a oportunidade de estrear no festival participando de um seleto grupo de jovens profissionais que não foi à França a passeio.
A história mostra que praticamente 100% dos Youngs encontram seu lugar ao sol na carreira. Alguns exemplos são Luiz Sanches (AlmapBBDO), Ricardo Chester (AlmapBBDO) e Fernando Campos (Santa Clara).
O Brasil lidera o ranking do Young Lions com 16 prêmios – depois vêm a Itália, com 11, e o Canadá, com dez –, segundo conta Emmanuel Publio Dias, que coordena a competição no país. Ele começou a organizar o evento em 1995, em parceria com a Editora Referência e O Estado de S.Paulo, que representa o festival no Brasil.
Publio Dias conta que se impressionou com a delegação de jovens holandeses, ingleses e franceses inscritos no festival de 1994 na categoria Young Creatives. No ano seguinte, conseguiu o apoio da TV Globo, da Editora Abril e da DM9DDB para levar 11 Youngs e, desde 2000, não há um ano sem que um jovem brasileiro esteja presente em algum dos júris de Cannes.
“Gosto de falar que o Young não é um prêmio. Tanto que evitamos qualquer referência aos ‘vencedores’ ou ‘ganhadores’, da passagem e da inscrição no festival. Na verdade o profissional se torna um Young, distinção que vai levar e ser reconhecida em toda a sua carreira”, comenta.
Hoje já são 408 Youngs no mercado. Na edição deste ano, cujas inscrições estão abertas até o próximo dia 17 de março, houve algumas mudanças importantes: as categorias criativas (Cyber, Film, Print e Design) foram reunidas numa só, intitulada Criação.
Os candidatos dessa categoria poderão colocar os trabalhos que desejarem no portfólio que será analisado inicialmente por um júri de ex-Youngs, à procura das 50 melhores pastas.
Depois da votação online dessa shortlist, um novo júri apontará a delegação e aí sim escolherá que Young tem mais afinidade com que categoria criativa.
As demais categorias (Atendimento, Mídia, Anunciante, Planejamento e PR) permanecem, seguindo as orientações do próprio festival. No ano passado, Cannes decidiu aumentar a idade máxima dos Youngs, de 28 anos para 30.
O Brasil é frequentemente citado como exemplo de excelência na organização do Young Lions, segundo Emmanuel, que avisa que no segundo semestre, logo após o Cannes Lions, criará a comunidade Young Brazil, um programa permanente de excelência, network e internacionalização para alavancar a carreira de jovens profissionais.
Este ano, a divulgação do Young Lions conta com campanha criada pela Talent Marcel, cuja equipe criativa conta com um Young: Marcelo Almeida, mais conhecido como Droopy.
“O Young Lions sempre foi um marco nas nossas vidas, ainda mais englobando diversas áreas e não só criação. E está num momento e tanto: será transformado numa plataforma contínua. Não é à toa que já temos pronta a próxima fase para ir ao ar logo depois dessa campanha de inscrições 2017”, disse Droopy, diretor de criação da Talent Marcel. A delegação brasileira de Young Lions será definida até abril.