Firme em seu propósito de se expandir como uma rede latino-americana do WPP, a 141 Soho Square acaba de firmar parceria no Panamá com a Star, que passa a se chamar 141 Star. “A gente sempre começa com um acordo operacional porque trabalhamos com pessoas. Aí a relação evolui para uma associação ou aquisição. Depende muito”, disse Luiz Kroeff, ceo para a América Latina da agência. Para ele, a química entre os parceiros é essencial. “A química é tudo e está muito próxima da intuição. A questão operacional vem antes da societária. Não podemos esquecer que esse é um negócio de relacionamento”, falou Kroeff.

A intenção é não parar a expansão por aí. Kroeff continua sua busca por parceiros por toda a América Latina. Até o fim do ano ele quer ter outra operação em Lima, no Peru. O passo seguinte é buscar uma operação no Chile. “A gente sempre busca parceiros locais, agências de dono, pessoas que estejam envolvidas em seus negócios, próximas dos clientes. A agência cresceu buscando parceiras de médio porte como sócias”, disse.

Nem o modelo de operação de Lima está definido ainda. Uma das possibilidades estudadas é que as agências do Panamá e da Venezuela se juntem para abrir a operação do Peru. 
Hoje a agência marca presença na América Latina com operações no Brasil (São Paulo e Brasília), na Argentina (Buenos Aires e Córdoba), na Colômbia, na Costa Rica, na Guatemala e na Venezuela (Caracas e Maracaibo).

Segundo Kroeff, o diferencial da agência é que ela tem outro ponto de partida. “Temos herança do BTL. Nosso ponto de partida para ser uma agência 360 é diferente. O cacoete da 141 Soho Square é ter o shopper e o PDV como ponto de partida. O momento da verdade é quando o consumidor está decidindo a compra”, afirmou Kroeff. Para o executivo, o que faz a agência ser única é a visão a partir do ponto-de-venda. “A agência aumentou muito em quatro anos porque executa essa visão bottom-up, que é diferente do mercado. A maior parte tenta ser media neutral, mas o ponto de partida deles é a propaganda”.

Entre os parceiros procurados, essa proximidade com o below the line também é importante. “Senão a gente não seria fiel ao modelo. Quanto mais periférico o mercado, mais sentido faz isso de ser bottom-up”, contou o ceo da agência para América Latina. Um dos objetivos da expansão da 141 Soho Square na América Latina é oferecer aos clientes uma opção para a região. “Queremos clientes regionais, locais e multinacionais que percebem que a globalização precisa ser adaptada para a região”, explicou.

A agência tem vários contratos locais com alguns clientes multinacionais. “Por exemplo, temos diversos clientes na área de family dinner. No Brasil, trabalhamos com America e Barbacoa. Na América Central com Applebee’s. Em outros mercados temos TGI Friday’s”, disse Kroeff. Um dos objetivos é tentar conquistar alguns clientes para toda a região. “No varejo, temos Makro no Brasil e adoraríamos tê-lo como cliente em outros mercados”, indicou

Criação

Em seu plano de crescimento, a 141 Soho Squre também quer evoluir no quesito criação. “A 141 Soho Square é um inequívoco sucesso empresarial, queremos também ser um inequívoco sucesso criativo. Desde a saída do Luiz Toledo [sócio-diretor da agência, em julho deste ano], o cargo ficou em aberto”, contou Kroeff.

O  ceo para a América Latina contou que a busca por alguém não é simples. “Queremos uma pessoa que exerça um cargo que não é um mero detalhe. Não precisa ser alguém com experiência em below the line, mas precisa entender que o ponto de partida é o ponto-de-venda. Tem de ser alguém compromissado em achar essa grande ideia media neutral”, explicou Kroeff.

por Cristiane Marsola