A última vez que isso aconteceu foi em 1944, na cidade de Bretton Woods. Ao lado da OMS, em breve, a OMD, Organização Mundial de Dados. E Até o fim de 2022, a implosão das big techs. Mais que na hora.

Temos comentado com vocês que não dá mais para postergarmos as carências monumentais de regulação mais que necessárias para um ambiente digital, que cada dia mais integra-se ao analógico convertendo-se num único ambiente, e diante dos elevados riscos que isso traz à sociedade. Mais ou menos como se tivéssemos nascido milhões de séculos atrás com apenas o lado direito do corpo. E, a partir da virada do milênio, agregássemos à parte original, o outro lado. Analógico e digital integrados em um único corpo ou ambiente.

Com todas as limitações, cansaços, patologias do lado direito do corpo pelos milhões de anos de vida, e nenhuma do lado novo, o esquerdo, que está praticamente saindo da maternidade depois de 20 anos desde seu nascimento. Essa linha de pensamento que nós, consultores de empresas, temos defendido e ponderado no correr desses primeiros 20 anos e desde o nascimento do ambiente digital, a cada dia que passa vai encontrando manifestações semelhantes em todos os países do mundo.

Semanas atrás, John Thornhill, editor de Inovação do Financial Times, publicou importante artigo sobre o tema. Segundo Thornhill, encontramo-nos na iminência de um crash tecnológico.

Diz ele: “A tecnologia tem sido uma ferramenta indispensável da nossa reação à pandemia, e as decorrentes quedas na economia. Os médicos, por exemplo, socorrem-se da telemedicina, as crianças das aulas a distância, e bilhões de pessoas fazendo compras, trabalhando e comunicando-se a distância. Mas, se não tomarmos todos os cuidados mais que necessários, nossa dependência ampliada em relação à tecnologia poderá magnificar, em vez de minimizar, a próxima crise mundial.

Nosso uso onipresente da tecnologia já superou e em muito nossa capacidade de administrá-la de modo seguro. Se não melhorarmos nossos regimes de segurança, governança e marcos regulatórios, permaneceremos alarmantemente vulneráveis à mutilação da infraestrutura essencial, por má intenção, ou, espontaneamente. Estamos às vésperas de um colapso tecnológico”. Ou seja, amigos, a minutos, ou metros, do caos…

Assim como alguns outros pensadores vêm sugerindo, Thornhill propõe a criação de uma espécie de OMC de dados, uma OMD – Organização Mundial de Dados. Nós, consultores, acreditamos que é necessário uma medida bem maior e estrutural, considerando que desde 1944 o mundo não se reúne para dar uma ordem na bagunça. Na que já existia e precede o nascimento do ambiente digital, e a qual eclode agora de forma magnificada em decorrência do ambiente digital.

Nossa recomendação é a convocação de uma nova Bretton Woods, reunião dos países que foi realizada no fim da Segunda Grande Guerra, colocar um mínimo de ordem nesse quase caos depois de duas guerras, da quebra da bolsa, de recessões e tudo o mais. E nessa reunião, e um dos temas principais, a criação da OMD – Organização Mundial de Dados. Ou seja, amigos, se muitos de nós, de dez anos para cá, paramos de dividir o mundo como se fosse dois – analógico e digital – hoje não há como considerar essa possibilidade.

Os 20 anos que separaram, precariamente, analógico e digital, chegaram ao fim. O corpo é único e precisamos, urgente, equalizar seu funcionamento. Antigo e novo num mesmo espaço não param em pé, não sobrevivem. Muito especialmente porque parcela expressiva das coisas se superpõe. E a fragilidade do velho escancara-se. É agora, ou, agora.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)