Pesquisa feita pela SPUTNik acompanha como se dá a tomada de decisão nas empresas

A dinâmica entre as diversas gerações no ambiente profissional vem desempenhando um papel significativo no cotidiano das organizações. Essa dinâmica tem estimulado líderes a adotarem uma abordagem mais focalizada e participativa, a fim de atender às distintas necessidades de suas equipes multigeracionais.

Contudo, a segunda edição do Panorama de Sentimentos das Lideranças, elaborado pela escola corporativa SPUTNik revela que o desafio é evidente, com oito em cada dez (79%) líderes expressando dificuldades ao liderar colaboradores de diferentes gerações.

Ao longo de 2023, a pesquisa ouviu mais de 250 líderes de grandes empresas, e dentre vários diagnósticos apontados estão a preocupação com ansiedade, autoconhecimento, e melhor equilíbrio entre vida pessoal e desenvolvimento profissional. O estudo mostrou, ainda, que 1/4 das lideranças consideram que “formas de desenvolver e engajar a equipe” são um horizonte nebuloso, seguido de “possibilidades de crescimento de negócio a longo prazo” (24,6%).

“Engajamento é uma dor que virou crônica entre as lideranças, mas é muito importante conectar isso também com o ambiente multigeracional. A geração Z, por exemplo, tem sido percebida como menos engajada que os millennials e baby boomers, pois é uma geração muito pautada pelo propósito, enquanto os 30+ costumam ser reconhecidos por sua dedicação incansável ao trabalho", destaca Mariana Achutti, CEO da SPUTNiK.

Desde 2022, o Panorama de Sentimentos das Lideranças tem acompanhado de perto o processo decisório nas empresas. Pelo segundo ano consecutivo, a falta de clareza estratégica emerge como a maior preocupação dos líderes, representando 48,1% das respostas. Outro desafio destacado é a deficiência na coleta e/ou análise de dados, indicando que as organizações ainda não estão aproveitando plenamente o potencial da tecnologia de dados para embasar suas decisões.

Tomada de decisões

Além disso, mais de 60% dos gestores compartilharam que, ao enfrentar decisões importantes, buscam orientação em suas próprias lideranças (56,7%) e na rede de contatos pessoais (53,8%). Apenas 11,9% consultam o conselho administrativo antes de tomar decisões cruciais. Esses dados ressaltam a necessidade de aprimorar não apenas a comunicação estratégica, mas também a utilização eficiente de dados e a inclusão de órgãos decisórios fundamentais nas tomadas de decisão empresariais.

Na outra ponta, 36,2% dos respondentes sinalizaram que não têm como canal prioritário as trocas com seus líderes, assim como 43,3% não se conectam com seus pares em momentos decisivos.

Apoio da liderança

Outro ponto que chama atenção é o sentimento de desamparo. Grande parte das lideranças relata falta de apoio, e liderança pouco humanizada. Os entrevistados destacam, ainda, que estão precisando de acolhimento e cultura colaborativa para a tomada de decisão.

Saúde mental

Apesar desses desafios e da ansiedade ainda ser muito presente no dia a dia da gestão, o Panorama apontou que cerca de 60% das lideranças fazem terapia, evidenciando a crescente importância de cuidar da saúde mental de líderes em um ambiente cada vez mais competitivo e desafiador. Cerca de 30% das respostas citam que esse recurso ajuda nas tomadas de decisão, através de "autoconhecimento, controle das emoções, clareza e equilíbrio", como citam algumas das respostas.