Compartilhar histórias faz parte da evolução e da história da humanidade, afinal, é por meio das narrativas que o indivíduo constrói seu entendimento do mundo e de si próprio. “Como consequência, diferentes áreas da comunicação perceberam que poderiam encapsular mensagens e ideias seguindo mecânicas narrativas”, afirma José Carlos Rodrigues, professor da Pós-Graduação Empresarial em Comunicação e Mídias Digitais da ESPM.

Entre as mecânicas narrativas a que Rodrigues se refere, está o storytelling, que vem sendo muito utilizado em diversas áreas, principalmente na propaganda, no marketing e na gestão de pessoas, entre outros ambientes. Essa linguagem trata da aplicação de técnicas utilizadas em narrativas históricas ou lúdicas onde o objetivo é envolver emocionalmente o público com a mensagem a ser comunicada.

Como o storytelling pode ajudar uma empresa a conquistar consumidores (Shutterstock)

Projeção da realidade

“Essas técnicas podem ser usadas para desenvolver o senso de pertencimento das pessoas a uma ideia ou uma corporação. A construção de personagens pode ajudar as empresas a moldarem alguns comportamentos e a retórica de seus executivos, ou reforçar o posicionamento ou identidade de uma marca”, exemplifica Rodrigues.

Segundo o professor, as pessoas consomem histórias para se projetarem em outra realidade, movendo sua atenção para um mundo alternativo, sejam as histórias factuais ou não, e trabalhando o escapismo da sua imaginação. Isso porque o público não quer apenas ouvir as narrativas sobre outros, quer se ver nos acontecimentos. “Essa projeção é realizada apenas quando a atenção destas pessoas é, no bom sentido, sequestrada. O caminho para isso é a manipulação das emoções do público.”

Despertar emoções

O combustível primordial do storytelling são as emoções que estimulam o envolvimento do público à medida que momentos de tensão e alívio são construídos em uma narrativa. Assim, é fundamental que histórias tratem de transformações, que podem ser tanto crescentes quanto decrescentes, principalmente diante da hiperconectividade atual. As pessoas passaram a desenvolver cada vez mais filtros atencionais e o storytelling tem o desafio de conquistar a sua atenção com fortes apelos emocionais.

“Para que este conjunto de técnicas possa ser bem utilizado, é importante que os profissionais de comunicação e marketing deixem de lado justamente os discursos superficiais de quem quer se aproveitar do tema como ‘moda’ ou quem apenas enaltece o conceito do storytelling sem apresentar, de fato, suas técnicas”, explica Rodrigues. Em outras palavras significa que, antes de tudo, é preciso compreender como as emoções humanas são processadas e porque são o elemento fundamental das histórias e depois trabalhar com elas a fim de capturar o público.

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