Apesar da pandemia e talvez até por sua causa, o mercado brasileiro da comunicação em geral, com destaque para o setor publicitário, tem procurado usar como nunca seu poder de criatividade para enfrentar a crise da melhor maneira possível e, principalmente, usando seu inigualável poder de inovação.

Assim, nossa matéria de capa revela que os shoppings mergulham na era omnichannel. O investimento em aplicativos, marketplaces e novas soluções de entregas transformam os shoppings em verdadeiros laboratórios de comportamento de consumo humano. Mas o caminho ainda é longo. 

Internacionalmente, as vendas online alcançam percentuais entre 15% e 50%. No Brasil, o índice fica em 9%. Com a reabertura do comércio, o setor traça uma recuperação moldada pelos contornos de uma era omnichannel que está apenas começando.

Fizemos questão de reproduzir acima e na íntegra a chamada da matéria de capa desta edição do PROPMARK pela incalculável (ainda) importância do que ela narra, trazendo-nos a esperança de que, realmente, as grandes transformações dos negócios, que geralmente começam em tragédia, provocam por isso mesmo uma reação contrária, criando um “novo mundo” no setor.

E é isso que mais precisamos neste momento, que já dura mais de um ano em nosso país (e no resto do planeta, com a vantagem, porém, desse resto ser economicamente mais forte, além de sabidamente melhor estruturado em suas instituições, a começar pelos próprios governos, que dificilmente perdem tempo com quinquilharias como os daqui).

Só para lembrar um triste exemplo, até hoje ainda discutimos a questão do medicamento que lá atrás deveria ser adotado, para combate ao vírus cuja propagação, entre nós, mal estava se iniciando.

Não sabemos se isso se deve ao nosso atraso, ou à nossa teimosia em fincar o pé em determinada solução, desprezando e até mesmo ironizando o contraditório feito a respeito por profissionais melhor preparados do que um presidente da República, que até hoje defende um medicamento que os profissionais da área da saúde, em sua grande maioria, não apenas rejeitam, como riem – por falta de melhor opção – dessa teimosia presidencial.

Enfim, precisamos ter sempre no governo de São Paulo, o estado mais poderoso da Federação, alguém como João Doria, que ouviu detidamente os especialistas no assunto e pôs lenha na caldeira do Butantan, produzindo uma vacina que já deve ter salvo milhões de vidas que não seriam poupadas se o antigo medicamento preconizado pela mais alta autoridade da República saísse vencedor dessa aposta macabra, que destruiria a orientação médica que se tornou um mote em nosso país, principalmente, de que só a vacina salva.

O tempo está provando quem tinha e tem razão, pois a teimosia presidencial prossegue na cabeça do mais alto mandatário da nação brasileira. Pena que essa guerra de opiniões resultou em milhares de vítimas fatais, que poderiam ter sido salvas, se não houvesse no princípio da pandemia, aqui no Brasil, essa batalha na qual um dos lados se comportava como torcida de futebol quando o seu time está perdendo.

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Voltando aos temas desta edição, matéria informa que o mercado de licenciamento faturou, em 2020, R$ 21 bilhões, mostrando que  já estamos sofrendo mudanças brutais em nosso cotidiano, apesar da pandemia. O número levantado com as associadas da Abral (Associação Brasileira de Licenciamento de Marcas e Personagens) representa um crescimento de 5% em relação a 2019.

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Impossível deixar de registrar a ida de Faustão para a Band, com um contrato milionário com a emissora paulista, já a partir de 2022, com as agências revelando ao jornalista Vinícius Novaes que enxergam nessa notícia, já devidamente confirmada, grandes oportunidades para as marcas dos seus clientes-anunciantes.

Nem poderia ser diferente, pois Faustão, desde o início da sua carreira na mídia, depois do seu aprendizado como repórter esportivo que chegava mais cedo à FPF para obter a pauta do dia da entidade e imediatamente colocar no ar, através do telefone, não perdendo com isso nenhuma fração de tempo, como todo bom jornalista deve se preocupar.

O editorialista, quando interventor naquela casa do futebol, e isso já faz alguns anos, não esquece que o primeiro a chegar, do batalhão de jornalistas esportivos que viriam mais tarde, era sempre o inigualável Faustão, apertando o interventor (que também chegava cedo) para a pauta do dia na entidade.

Esse espírito, começando a se impor (pena que não durou muito) na casa do futebol paulista, destacou a cada dia até onde Faustão chegaria.

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Imperdível a entrevista nesta edição do PROPMARK feita com Mario D’Andrea, eleito para o terceiro mandato na presidência da Abap. Ele afirma que tem muitos desafios, a começar pela modernização do modelo brasileiro de publicidade, atualização de métodos e transparência nas formas de remuneração das agências. Desde que deixou o comando da dentsumcgarrybowen em 2020, D’Andrea tem se dedicado a estudos no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e consultoria de posicionamento para veículos e agências.

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Imperdível o artigo de Eduardo Simon (CEO e sócio da DPZ&T), que será publicado na próxima edição do PROPMARK, comemorativa dos 56 anos deste jornal.

A começar pelo título (Pare de interromper, comece a entreter), o leitor vai se deliciar com a narrativa desse redator bissexto, que receberá muitos aplausos quando a nossa edição histórica começar a circular.