Managing director da Stink Films, Renata Dumont abre a série especial do propcast com os jurados brasileiros no D&AD 2024

Pela segunda vez no júri de Editing do D&AD - a primeira vez foi em 2022-, a managing director da Stink Films abre a série especial do propcast com os jurados brasileiros do festival neste ano, que ao todo são 14. No episódio, a executiva fala que o mais interessante de fazer parte de um júri como esse é o aprendizado e a troca com as pessoas que se conhece durante o julgamento.

“É um festival que tem 40 categorias e mais de 300 pessoas do mercado mundial envolvidas, que começam a apontar direções diferentes do que você está acostumada a olhar. Eu amo quando uma pessoa consegue me mostrar alguma coisa diferente daquilo que eu estava vendo, porque a sua visão sobre determinado trabalho muda”, diz  Renata Dumont.

Renata Dumont: "Para mim, a IA não vai acabar com nada. Ela vai modificar as coisas" (Foto: Divulgação)

Dentro da categoria de edição, há subcategorias para mídia tradicional, mídia digital, 2D, 3D, mix de mídias, virtual production, inclusive a subcategoria de inteligência artificial. De acordo com Renata, os jurados estão esquentando os motores, porque o trabalho de julgamento não começou ainda. Mas eles já estão recebendo as diretrizes da organização do D&AD, como para qual aspecto do trabalho olhar, o que é importante ou o que mais chamou atenção do mercado no último ano.

Além de ser um festival muito voltado para o craft, Renata chama a atenção para o fato de o D&AD (que ocorre entre os dias 18 e 22 de maio, em Londres) olhar muito para a maneira como a ideia foi executada. “É um prêmio que avalia o aproveitamento da ideia de uma forma muito elevada, e como a mídia foi utilizada, porque às vezes pode acontecer de você ter uma ideia brilhante, mas que teve  dificuldades na execução, e o contrário também é verdadeiro”, exemplifica ela.

Apesar de ser o assunto do momento, a executiva acredita que nem tudo no festival vai ser sobre IA. “É claro que vamos ver muito sobre isso, com mais frequência, mas eu acho que a gente ainda tem muita coisa para ver da mídia tradicional, das linguagens e das formas de utilização de câmera. O nosso mercado é muito criativo, sempre aparece uma coisa surpreendente. Quando você acha que já viu tudo, você vê mais”, pontua Renata.

Ela completa: “Está todo mundo muito preocupado em relação à inteligência artificial, mas para mim a IA não vai acabar com nada. Ela vai modificar as coisas e se a gente conseguir olhar com bons olhos para isso em edição, por exemplo, a inteligência artificial é uma ferramenta poderosíssima para talvez agilizar o trabalho do editor. Mas eu não vejo a IA substituindo a sensibilidade, porque isso é humano. É um olhar que vem de um acúmulo de experiências daquela pessoa como indivíduo, sentimentos e emoções que ela traduz para o trabalho”.