O gigante jamais dormiu. Apenas reinava absoluto e passava a sensação de acomodado. Não estava.
Semanas atrás Roberto Irineu pôs fim às especulações e foi taxativo, falando em nome da família e do Conselho de Administração, agora sob sua presidência.
1 – O negócio da Globo continua sendo, mais que nunca, produção de conteúdo de qualidade superior. Sempre que possível de excepcional qualidade.
2 – Produção de conteúdo para diferentes formatos de distribuição. Além da TV Globo e Globosat, produções exclusivas para os novos serviços de internet.
3 – Uma nova unidade – no território do Over The Top – de venda de conteúdo diretamente ao consumidor e à semelhança da Netflix.
4 – Um Market Place – venda de conteúdos próprios e de diferentes provedores onde cada consumidor monta seu combo.
5 – Inteligência de Mercado – central de marketing digital rastreando as manifestações e comportamentos de todos os consumidores dos conteúdos Globo, nas diferentes plataformas de distribuição e gadgets de acesso.
Tornar mais assertiva, com dois ss, e acertiva com c, a pontaria dos anunciantes e os decorrentes retornos sobre o investimento.
6 – Fábrica do esporte – e ainda encarar tudo o que ocorre no mundo dos esportes como um produto único.
Um negócio comandado de forma unificada cobrindo todo o universo das práticas esportivas e as possibilidades e oportunidades decorrentes.
Em sua fala, Roberto Irineu reiterou, para que não subsista nenhuma dúvida:
“A família Marinho não se afasta da Globo nem um milímetro. Somos e queremos continuar sendo uma empresa familiar de gestão profissional”.
E, complementou: “Comprometida com o Brasil, com a ética, com o jornalismo e com o entretenimento de qualidade”.
Assim, como se esperava, a Globo concluiu que o que a trouxe até aqui, em termos de plataformas, não a levará muito adiante.
Que é preciso mudar, ampliar, complementar.
Mas reitera ter – e tem – a moeda mais forte da atualidade para permanecer no jogo e dando as fichas.
A cultura absoluta inerente e exclusiva da Globo de criar e produzir conteúdo de excepcional qualidade.
Nesse território específico, no Brasil, não tem concorrente. E fora do Brasil, exagerando, dois ou três.
Depois de 40 anos de supremacia da TV aberta, de 20 de supremacia e liderança na TV paga, a Globo capacita-se e credencia-se a seguir na liderança no que poderíamos denominar de digital TV, no formato Over The Top, em que se vende conteúdo no varejo e personalizado. Credenciais não faltam.
Mas, nem sempre as coisas ocorrem como tudo levava a crer.
Assim, todos de olho e acompanhando.
Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)
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