Este é o momento da naturalidade, da antipropaganda. A definição é de Alan Terpins, presidente da produtora A Voz do Brasil, especializada em som que completa 30 anos de atividades. Ele diz que atualmente 100% dos pedidos de produção de som para comerciais de TV e rádio são para fazer propaganda sem parecer que é propaganda.

“A ideia é fazer parecer que a conversa poderia ser ouvida na mesa de bar. Os personagens, de preferência, têm de ser reais também. Não pode haver nenhuma entonação teatral. O desafio é achar a naturalidade do momento”, contou Terpins, dono da produtora.

Posicionada entre as principais produtoras de som no mercado publicitário brasileiro, a Voz do Brasil foi fundada pelos famosos Tico Terpins (pai de Alan) e Zé Rodrix. Alan Terpins assumiu a direção dos negócios no final dos anos 90. Ele calcula que nos últimos anos investiu US$ 500 mil em equipamentos e estúdio para aumentar a capacidade de produção e acompanhar o ritmo de expansão do mercado publicitário brasileiro.

“O que senti nos últimos cinco anos é que não há mais espaço só para virtuosismo e genialidade. O mercado está profissionalizado, uma produtora tem de ter boa estrutura, ser bem equipada tecnologicamente e ter boa equipe com genialidade”, falou Terpins. Segundo o executivo, no passado a Voz tinha dois estúdios. Hoje, ele comenta que a produtora possui sete unidades de produção, com um time formado por maestros, publicitários e técnicos de som e gravação, cerca de 30 profissionais.

Uma característica da produtora é que as agências de publicidade são, na maioria, os clientes diretos. Mas a Voz também trabalha há tempos para anunciantes como P&G, Volkswagen, Femsa, Semp Toshiba e Lojas Marisa. “Eles trocam de agência, mas continuam com a Voz”.

Vencedora de prêmios como o Grand Prix do Grupo de Profissionais do Rádio (GRP), Leão de bronze em Cannes e GP do Festival da ABP em 2008 e 2009, a produtora também está produzindo conteúdo para programas de rádio, como “De Coração pra Você com Rosembaum”, que vai ao ar duas vezes ao dia na Rádio Globo. “Contar financeiramente com isso é bom, porque não tem muita gente no mercado. O retorno é bom”, destacou.

Terpins comenta que a Voz, que também atua com parcerias em países da América Latina, deve fechar 2009 com crescimento de 10% sobre o ano passado. “No início da crise as marcas seguraram um pouco a verba, mas como o Brasil descolou da crise, o segundo semestre está bem aquecido. O volume de trabalho cresceu cerca de 30% a partir de julho. Estou animado para 2010”, disse o executivo.

por Kelly Dores