A edição do ABA Mídia, realizada nesta quinta-feira (21), em São Paulo, pela entidade que representa os interesses dos anunciantes no país, teve como destaque uma apresentação do executivo Ricardo Mazzucca, diretor de marketing esportivo e desenvolvimento de produtos da Rede Globo de Televisão. Um debate sobre a importância dos influenciadores digitais também chamou a atenção dos participantes do evento que foi orientado pelo tema central “Novos parâmetros para meios, métricas e conexões”.

Alê Oliveira

 

A combinação entre a transmissão do sinal para monitores residenciais com canais digitais tem ampliado e diversificado o alcance da programação da Globo. Segundo Mazzucca, 94,4%, equivalente a 184 milhões de pessoas, foram impactadas por seus conteúdos no último mês de agosto. São 98 milhões pelo sistema tradicional, 86 milhões pela internet e 373 milhões de interações.

“A Globo conversa com vários públicos e gerações”, resume Mazzucca. O inventário de baby boomers concentra 50 milhões de telespectadores, a geração X 45 milhões, os millennials 43 milhões e a geração Z mais 24 milhões. “A audiência das TVs abertas vem crescendo. Em 2014 a média era de 5,32 horas; em 2015 pulou para 5,43 horas; em 2016 chegou a 5,53 horas e neste ano a previsão é ultrapassar as seis horas. A velocidade da TV aberta é muito rápida. A geração de conteúdo variável atende uma demanda da audiência e dos anunciantes”, ele acrescentou.

A Globo estabeleceu um cross multidisciplinar na sua estrutura, mas com explícita dependência da geração de conteúdo adequado para atrair o público. Isso significa que a plataforma Globo Play pode exibir uma série como “Carcereiros” antes da TV aberta. O modelo spin off é outra alternativa que tem dado certo.

“Nada ainda é capaz de substituir a experiência de ver TV na tela grande, mas a tecnologia ampliou esse espectro para tablets, smartphones e outros modelos. Para a Globo tudo é complementar. Muita gente acredita que há uma crise no consumo de vídeos, mas a roda precisa girar e muitos anunciantes sabem que para isso é preciso estar presente nas TVs. O varejo busca a TV porque sabe que o giro é rápido. O meio tem a força de atrair mercado”, justifica Mazzucca.

Por que investir em influenciadores digitais? Bia Granja, co-fundadora do Youpix respondeu. “Em 2006, conhecíamos eles apenas como blogueiros e a ascensão ganhou muita força a partir de 2010 com a chegada deles ao YouTube. Agora há influência geracional com nomes como Kéfera e Whindersson Nunes. Os influenciadores geram engajamento e entregam valor em toda a cadeia. Entre os jovens de 15 a 25 anos, 66% usam algum tipo de bloqueador de anúncios, mas 68% seguem as marcas nas mídias sociais. Isso significa que os jovens querem interação e relacionamento com as marcas e os influenciadores constituem um bom caminho”.