A Associação Brasileira das Agências de Publicidade (ABAP) apresentou, nesta quarta-feira (6), em São Paulo, uma campanha criada gratuitamente em apoio ao Movimento pela Conciliação. A criação da campanha é dos publicitários Ercílio Tranjan e Hélio Oliveira. As peças serão veiculadas a partir da quinta-feira (7). Os anúncios para jornais e revistas adotam como símbolo luvas de boxes, que aparecem primeiro com expressões faciais de conflito e, depois, com sorrisos. Na primeira peça é utilizada a frase “Nunca abra mão de seus direitos. Nem do direito de conciliar”. Para as veiculações seguintes, já que o objetivo da campanha é provocar uma mudança de atitude contínua nas pessoas, há frases diferentes, como “A maneira mais rápida de se resolver uma briga é antes dela começar” e “Quer decidir pela via rápida? O melhor caminho é conciliar”. A campanha também terá um filme para televisão, criado pela mesma dupla de publicitários e produzido pela Bossa Nova Filmes, com direção de Paula Trabulsi. O filme retrata dois lutadores de boxe em um ringue, prestes a entrar em confronto. Eles vão desfazendo as expressões de raiva e resolvem começar a conversar, enquanto o narrador diz: “Se você inicia uma briga na justiça, essa briga pode ir longe. Agora, se você quiser, na presença de um conciliador a briga pode acabar logo. Ou nem começar. E todos saem ganhando: você, o outro, o país inteiro. Conciliar é a maneira mais rápida de se fazer e se obter justiça”. Ao final da narração, os dois lutadores já conversam animadamente com o juiz, que declara ambos vitoriosos, mesmo que não tenham trocado nenhum soco. O movimento foi lançado em agosto desde ano pela ministra Ellen Gracie, presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal e tem como objetivo estimular uma mudança no comportamento dos brasileiros, incentivando a cultura da conciliação: um meio de resolução de conflitos em que as partes confiam a uma terceira pessoa neutra, o conciliador, a função de aproximá-las e orientá-las para a construção de um acordo. Segundo a assessoria do STF, enquanto no Brasil os acordos obtidos atingem em torno de 30% dos casos, em países desenvolvidos, esta marca sobe para mais de 80%.