O Grupo ABC planeja dobrar suas receitas nos próximos cinco anos. O objetivo é superar a marca de R$ 1 bilhão até 2015, um ano depois da Copa do Mundo de 2014, um dos propulsores para a definição da meta que também inclui chegar à 9ª colocação do ranking global da revista americana Advertising Age – que já posiciona o grupo como o 20º maior do mundo. “Miramos essa posição porque ela é perfeitamente possível. Daí para frente o tamanho da briga é outro. O Brasil precisa ter um grupo internacional de comunicação”, destacou Nizan Gaunaes, chairman do ABC.

No ano passado, como salientou o ceo João Augusto Valente, o Guga, a holding formada por 16 empresas, 144 clientes e 1.600 funcionários contabilizou R$ 551 milhões em receitas. Desde 2003 teve crescimento de 4.500%. A partir de 2007 foram investidos R$ 100 milhões, principalmente em formação, tecnologia e aquisições. Guga Valente disse que até recentemente a participação do ABC era minoritária na maioria dos negócios. Agora é majoritária, menos na DM9DDB, que tem a Omnicom com maior share societário. Como controladora, a holding está credenciada a fazer IPO (Oferta Pública de Ações), que ainda não tem uma data marcada, mas que pode ser opção para capitalizar a empresa, especialmente em expansão.

“Não está na agenda nesse momento, mas é uma possibilidade”, acrescentou Valente durante evento que anunciou oficialmente Bazinho Ferraz como novo sócio do ABC. Ferraz vai ser o presidente das áreas B (Branding Services) e C (Contents) que envolve as marca BFerraz, que passará a ser presidida por José Boralli, NewStyle, Sunset, Rede106, Tudo, 27/7, Interbrand, Maior, ReUnion, Mondo e Brasil 1. Esses 11 negócios já impactam em 40% as receitas financeiras do grupo que tem como sócios, além de Valente e Ferraz, Nizan Guanaes, o principal, Sergio Valente, Banco Icatu e Gávea Invetimentos. “O Sérgio Valente é o responsável pela área A. As empresas são a Africa, DM9DDB, Pereira&Odell, Dojo e Loduca.MPM. No dia-a-dia ele toca a DM9DDB, mas está atento aos drivers de crescimento de todas as outras”, sustentou Guanaes, enfatizando que o ABC adquiriu integralmente o controle da BFerraz. “Agora ele define o que é melhor em branding services”, acrescentou.

A Rede106 é uma das principais novidades do ABC. As agências Rede e Centoeseis unem suas operações com escirtórios no Rio de Janeiro e São Paulo, ficando sob o comando da sócia Carolina Gimenes e do sócio e vp de criação Sérgio Magalhães. Fernanda Flandoli será vp de estratégia e Ricardo Al Makul vp de operações. Entre as contas atendidas estão Google, Valisère e Grendene.

A abetura neste mês de escritório da ReUnion USA, com sede em Miami, sob o comando de Geraldo Rodrigues, é sinal da intenção do ABC de internacionalizar sua operação. No Brasil, a gesdtão fica com Fernando Jualianelli, vp de planejamento e marketing; Guilherme Schafferm, vp de operações e administração; e Fernando Von Oertzen, vp de negócios.

“Na área esportiva temos a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpiadas em 2016 no Rio de Janeiro. O marketing esportivo vai estar com o foco das atenções. Claro que vai abrir oportunidades e nós estamos de olho nelas. A marca da Copa no Brasil foi criada pela Africa. Nosso cliente Marfrig investiu R$ 70 milhões para ser marca oficial da Fifa nas copas de 2010 e 2014”, frisou Guga Valente. “A comunicação digital é outro vetor para a expansão do grupo fora do País. A Pereira&O’Dell foi eleita pela Advertising Age como Small Agency of the Year, uma distinção para poucos. Estamos abrindo uima unidade da marca em Nova York, cidade onde montei minha base de atuação. A Dojo, que fica em São Francisco, também poder ter filial em NY. O Brasil tem inteligência criativa na área digital e temos que aproveitrar isso. Sem mencionar que o investimento para um negócio digital é bem menor”, acrescentou Guanaes.

Se a publicidade contribui com 60% do conjunto de receitas do ABC, equivalente a R$ 300 milhões, mas com estagnação, os serviços de marketing crescem e as perspectivas gravitam na faixa do otimismo. A ReUnion tem a Formula Indy no Brasil, X-Games, Desafio Sharapova, Torneio Ronald McDonald de Golf e Circuito Mundial de Vôlei de Praia. A Mondo vai trazer a cantora Amy Winehouse ao País este ano. “É por essa via que eu vou”, finalizou Guanaes.

por Paulo Macedo