O mercado de marketing direto e o tratamento de dados dos consumidores deve, sim, passar por uma autorregulamentação, defende Efraim Kapulski, presidente da Abemd (Associação Brasileira de Marketing Direto). O executivo, debatedor da palestra “Comunicação one-to-one”, do V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, ressalta que, para o setor seguir a tendência de “evoluir sempre”, é preciso postular regras e diretrizes para as iniciativas, porém sem ser tão incisivo como o projeto do governo para regular o setor, considerado “tutelar” para o deputado Milton Monti, presidente da banca.
Kapulski afirma que o marketing direto precisa crescer em todos os sentidos, até mesmo na segurança de consumidores e empresas. “É essencial que o tratamento de dados pessoais não seja engessado, atendendo às regras de boas práticas e transparência”, disse o presidente da Abemd. Entretanto, o projeto estatal de enquadramento do mercado não é o ideal, e a associação já trabalha para criar sua autorregulamentação, que será encaminhada para o Congresso. “O projeto de lei do governo era excessivo, detalhista ao extremo. A regulamentação é necessária, mas a nossa colocação é sobre como ela deve ser feita”, afirmou.
O executivo acrescenta que o trabalho da Abemd nesse sentido já dura dois anos e já rascunhou um esqueleto de uma autorregulamentação – já com o apoio da Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas) e da ABA (Associação Brasileira dos Anunciantes). O debatedor do V Congresso acrescenta que a situação atual foi gerada devido a uma “inércia” do mercado e que até mesmo as empresas estatais devem seguir a cartilha proposta para todas as outras companhias particulares, “ao contrário do que acontece atualmente”. “Queremos que as empresas usuárias sérias e respeitadoreas das regras e das leis disponham de mecanismos para aprimorar cada vez mais. E os que ferem e burlam as regras, que sejam educados”.