Em reunião anual realizada nesta quarta-feira (28), na sede do Publicis Groupe em Paris, os acionistas da holding francesa aprovaram o salário anual de Maurice Lévy referente ao exercício de 2013. Com aprovação da maioria, desta vez composta por 67,7% dos votos válidos, o valor a ser recebido pelo CEO da empresa é de € 4,5 milhões.
Apesar de ser um valor considerado extremamente alto para o mercado francês, o valor foi reduzido em relação a 2012, quando o executivo recebeu € 4,8 milhões. No ano passado, porém, Lévy recebeu aproximadamente € 16 milhões extras referente a bônus e outros valores retroativos desde 2003.
Desde o ano passado, o salário do mandatário tem um piso de € 5 milhões e baseia-se no desempenho e no cumprimento de metas qualitativas e quantitativas relacionadas com os resultados da empresa – principal base de análise para aprovação dos acionistas. Apesar dos imbróglios trazidos pela fracassada tentativa de fusão entre Publicis e Omnicom, o grupo francês fechou 2013 com faturamento de cerca de US$ 9,5 bilhões, alta de 5,2%, e este primeiro trimestre com US$ 1,6 bilhão, 2,2% de alta em relação ao mesmo período do ano passado.
Com um plano de sucessão sem sucesso nos últimos cinco anos, Lévy deve se manter no cargo mais alto do Publicis Groupe até o fim de seu último acerto de mandato, com data vigente até dezembro de 2015. Com o fim dos planos de fusão, a busca por um novo CEO vai se intensificar. “Tudo deve ter um fim, é normal que em algum momento eu me aposente. Minha certidão de nascimento remete a 1942 e, como vocês podem ver, eu estou um pouco velho e cansado”, brincou.
Protesto
Apesar de convencer os acionistas, os montantes pagos ao CEO, bem como outros diretores de alto comando e aos próprios stakeholders, tem deixado os funcionários gerais da holding desconfortáveis. Um grupo ligado ao sindicato do setor aproveitou a reunião de hoje para protestar contra o que chamam de “uma injusta distribuição de riqueza”, destacando a discrepância entre os repasses dos lucros nas diferentes camadas profissionais.
Apesar de recrutar dezenas de participantes, todos trajados com máscaras com o rosto de Lévy, o protesto não gerou resposta oficial do Publicis Groupe sobre o caso até a publicação desta nota.
*com agências internacionais