Cena do filme que anuncia o movimento #LetHerRun (Divulgação)

O movimento #LetHerRun acaba de ser criado pela Africa e já começa pedindo que a World Athletics (WA) repense a suspensão da bicampeã olímpica Caster Semenya, da África do Sul, impedida de defender o seu título nos Jogos Olímpicos Tokyo 2020. Francine Niyonsaba, do Burundi, e Margaret Wambui, do Quênia, são outras corredoras barradas em competições oficiais por registram taxas naturais de testosterona acima do padrão.

Com o apoio da SporTV, a luta contra a discriminação de mulheres no atletismo chega à mídia com um filme inspirado nas atletas na década de 60, que eram submetidas a um humilhante exame de comprovação de sexo biológico.

Produção é inspirada nas atletas na década de 60, que eram submetidas a um humilhante exame de comprovação de sexo biológico (Divulgação)

A corrida para acertar o caminho

A situação de Caster preocupa a organização do movimento “porque determina o destino de dezenas de outras atletas que terão suas carreiras extintas prematuramente apenas por terem nascido fora dos padrões impostos por tecnocratas de uma agência regulamentadora”, critica Jackie Silva, embaixadora do #LetHerRun. 

“Por que a produção de hormônios naturais não invalidou nenhuma carreira masculina até hoje? Alguém já parou para comparar os níveis de testosterona do Usain Bolt com os do Justin Gatlin, por exemplo?”, questiona Jackie Silva.

A luta pela desigualdade de tratamento de gênero no atletismo é encampada por ex-atletas, cientistas desportivos e acadêmicos. As ex-jogadoras de vôlei Jackie Silva e Sandra Pires estão entre os adeptos do #LetHerRun ao lado de Kátia Rubio, professora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP). 

Carta aberta do movimento #LetHerRun, que luta contra a discriminação de atletas mulheres (Divulgação)

“O caso da Caster é uma traição desta história. É um retrocesso que apequena o sonho olímpico de solidariedade e inclusão”, adverte Kátia, que é uma das consultoras do movimento. O #LetHerRun ainda conta com o Dr. Travers, docente de Sociologia na Simon Fraser University, em British Columbia (Canadá), e especialista em esporte e injustiça social, com ênfase na inclusão e exclusão de mulheres e LGBTQIA+.

Produzido pela Santeria, o filme tem direção e produção executiva de Rafa Damy em parceria com Edgard Soares Filho e Telma Silva.