Com praticamente todo o mercado em home office, PROPMARK perguntou a dezenas de agências como está o dia o dia para manter a sintonia afiada com os clientes e qual a expectativa em questões de negócios.

Participam até o momento as agências 3AW, Africa, AlmapBBDO, Amo, Ampfy, Artplan, BFerraz, Bold, Cheil, Clarita, CoreBiz, David, DPZ&T, F.biz, Fri.to, Grey, Gut, Isobar, Jotacom, Leo Burnett Tailor Made, Lew’Lara/TBWA, LVL, Mutato, Ogilvy, Peppery, Pullse, Purple Cow, Repense, R/GA, Sapient AG2, SunsetDDB, Talent Marcel, Tech and Soul, WMcCann e Wunderman Thompson. Acompanhe os depoimentos abaixo.

Elise Passamani, CCOO da Lew’Lara\TBWA: “Estamos com a equipe trabalhando remotamente desde o dia 16 de março. Conseguimos estabelecer rotinas que tem nos deixado ainda mais unidos. Esta adversidade nos impôs uma conexão, alinhamento, sinergia, empatia que, ironicamente, desconhecíamos. Nosso time com certeza voltará mais forte e coeso, e estamos felizes com esta perspectiva que se revelou em apenas duas semanas. Não obstante, está sendo um desafio para todos, agências, anunciantes, veículos e parceiros, mas todos tem sido grandes aliados neste momento e estamos evoluindo, diariamente, como time. Sabemos que teremos um ano difícil, de recuperação. Alguns setores da economia vão ter uma recuperação mais lenta e isso impactará toda a cadeia. De toda forma, seguiremos trabalhando para contribuir com a retomada econômica de nosso país. Nada como um período de instabilidade ou recursos limitados para nos ensinar a fazer mais com menos, preferimos enxergar como uma oportunidade de nos fazermos ainda mais relevantes. Estamos seguindo as orientações do Governo do Estado e também atentos à evolução da pandemia no mundo. Portanto, a priori, faremos home office até dia 07 de abril. Esta data pode ser revista a qualquer momento.”
Eduardo Simon, CEO da DPZ&T: “Neste momento, tudo isso passa por três pilares: o primeiro é cuidar da nossa saúde e de nossos familiares. O segundo é cuidar dos negócios dos nossos clientes. E o terceiro é cuidar da saúde do nosso negócio. Entre os três, saúde é nossa prioridade. Só assim todos os outros pontos funcionarão. Se a gente expor a nossa família e ficarmos doentes, só vamos piorar a situação. Estamos falando de uma crise no país, mas que é temporária, e quanto mais rápido sairmos dela, mais rápida será a nossa recuperação. A DPZ&T tem um comitê de crise e está monitorando a saúde física e mental de todos, inclusive estimulando o time a entrar em contato, caso enfrentem algum problema. O segundo é cuidar dos negócios dos nossos clientes. Mais do que nunca, eles precisam da nossa ajuda. Ajuda que vai além da comunicação, então cada um de nós tem um papel proativo fundamental. Apresentar soluções, fazer estudos, dividir informações, levar campanhas e atitudes que as marcas possam ter. Isso transforma e fortalece relações. E se fizermos nossos papéis de forma consistente, eu sei que, no final de todo esse processo, nossos clientes não terão a mínima dúvida da escolha que fizeram pela DPZ&T. São atitudes que fazem toda a diferença e levam ao nosso terceiro pilar, porque quando fazemos tudo isso, estamos defendendo e cuidando da saúde dos nossos negócios. A situação do país é dura, mas vamos cumprir todos os nossos papéis com foco nestes três pilares e, por isso, tenho certeza que vamos passar por tudo sem qualquer mudança drástica. Vejo todas as áreas da agência se ajudando, colaborando, estendendo as mãos com leveza e sabedoria. Não há ainda como prever o fim da quarentena e do home office, mas nós estamos reaprendendo o valor do trabalho em equipe e o valor de cada um de nós. Sabemos como enfrentar essa situação e acredito que isso transformará a nossa agência, que tem tudo para sair desta crise maior do que a forma como entrou.”
Kevin Zung, COO da WMcCann: “A WMcCann segue atendendo os clientes da melhor forma possível e oferecendo todo o apoio neste momento. Nós nos antecipamos ao home office e isso fez com que estivéssemos preparados, sem interferências nas entregas. Na minha visão, o home office não prejudica o trabalho, pelo contrário, precisamos aprender cada vez mais a trabalhar de forma produtiva remotamente. Isso tudo vai passar, mas não acredito na retomada dos negócios para este ano, pois o baque na economia será grande. O mais importante neste momento é contermos o contágio e pensarmos na saúde e segurança das pessoas, para depois pensarmos em voltar à rotina normal. Um dia de cada vez. Difícil dizer [fim do home office]. O ser humano não gosta de viver na incerteza e a era é a mais incerta possível. A meu ver, o desafio é se sentir bem neste período extremamente desconfortável.”
Ana Leão, managing director da Isobar: “Usando tudo o que a tecnologia pode nos oferecer, estabelecemos canais diretos entre nossas equipes (agência e clientes). Organizamos uma dinâmica diária de alinhamento com nossa equipe, por meio de reuniões via videoconferência e grupos exclusivos e distintos para atender a necessidade de cada cliente. Além de um acompanhamento diário dos jobs, estabelecemos, também, uma call semanal para status e planejamento. Temos um time incrível e comprometido. Criamos, inclusive, um happy hour semanal digital para podemos matar a saudade. Alguns setores do mercado foram muito mais afetados que outros. Varejo online e delivery tiveram um crescimento exponencial, por exemplo. É claro que não será um ano fácil para a economia e para o nosso mercado. O tempo em que a sociedade vai ficar de quarentena influencia diretamente no cenário. Mas temos de nos manter otimistas sempre. O momento agora é focar no bem-estar de todos e as marcas estão dando um excelente exemplo, usando suas especialidades para poder ajudar o Brasil da melhor forma possível. Estamos seguindo todas as recomendações dos agentes de saúde e governo local. Com isso, a previsão inicial é trabalhar de casa até o dia 7 de abril.”
João Livi, CEO da Talent Marcel: “Estamos em contato diário com os nossos clientes. Em novos formatos, com novas ferramentas, como todos estão neste momento. Temos uma parceria muito boa com todos eles e há muita troca de informações pautada na confiança mútua. Avaliamos diariamente – e às vezes até mais de uma vez ao dia – o cenário, as possibilidades e oportunidades. A experiência desse home office determinado traz uma experiência positiva em relação ao relacionamento agência/cliente. O que estendo também ao time da Talent Marcel. Sentimos que a distância física não é um empecilho para o nosso trabalho, embora seja muito mais agradável vê-los pessoalmente. Pelo contrário, a distância física fez com que nos aproximássemos ainda mais, o que demonstra o cuidado que temos com todos eles. Estamos otimistas, sim. Mas, também, com os pés no chão e a cabeça no lugar. Inegavelmente o país passará por dificuldades. E este será o momento de rever marcas, posicionamentos e estratégias de comunicação. Ao mesmo tempo em que a dificuldade é iminente, as oportunidades também são. Temos uma equipe muito criativa e focada em propor soluções aos mercados em que atuamos. Acreditamos que esse período seja essencial para achatar a curva de contaminação e estamos seguindo à risca todas as orientações. Continuaremos no esquema de home office conforme as orientações da OMS e até que seja liberado e seguro voltarmos fisicamente à agência e à circulação normalmente. Nosso bem mais valioso é a nossa equipe, as pessoas que estão ao nosso lado, fazendo a roda girar. Sempre cuidamos muito bem de todos e, agora, redobramos este cuidado.”
Filipe Bartholomeu, CEO da AlmapBBDO: “Numa crise sem precedentes, a responsabilidade das marcas cresce na mesma medida. Mais do que apenas falar, elas precisam agir. Por isso, nunca estivemos tão próximos dos nossos clientes como nesse momento – ainda que estejamos fisicamente distantes. Ontem (25/3) chegamos a contabilizar 380 pessoas do nosso time conectadas simultaneamente. A tecnologia nos possibilita estar a todo vapor, mas ela não substitui o que é fundamental no nosso negócio: talento e paixão pelas marcas dos nossos clientes. Até onde sei, fomos a primeira agência a adotar o home office no país, antes do estopim da crise. Não sabemos até onde isso vai. O que sabemos é que a propaganda e o entretenimento são fundamentais em períodos de crise – para ajudar a sociedade e, também, entregar um conteúdo sério, relevante e, se possível, leve para a casa das pessoas. O brasileiro está acostumado a enfrentar adversidades e tem uma capacidade especial de superar, se reinventar. Aqui na Almap temos a obrigação de não medir esforços para que essa crise passe o mais rápido possível. E, também, um compromisso vital com a retomada dos negócios dos nossos clientes e da vida na nossa sociedade.”
Gabriela Hunnicutt, CEO da Bold: “Além do que mudou para todos que são as reuniões presenciais terem se transformado em hangouts/calls, estamos trabalhando proativamente em propostas para ajudar os nossos clientes em seus negócios (não necessariamente propostas que nos gerem receita, pois acreditamos que o momento é de parceria) e também em ideias para que eles possam contribuir com a sociedade nesse momento, especialmente projetos de conteúdo – que é o nosso forte. Não diria que estamos otimistas, mas estamos serenos, fazendo o melhor que podemos para manter a operação de pé e saudável sem cortar pessoas. Não dá para saber quanto tempo essa crise vai durar, mas sabemos que a comunicação ajuda a economia girar, então não acredito que seja o momento das marcas economizarem com isso. Inclusive, resolvemos antecipar o lançamento de um produto que criamos para o mercado (já fazemos para a maioria de nossos clientes) que é a Gestão de Reputação de Marcas. Algumas delas estão ‘apanhando’ muito nesse momento e podemos ajudá-las com nossa experiência, metodologia e ferramenta. Já estamos há mais uma semana de home office e estamos avaliando o retorno semana a semana. E, claro, aproveitando esse momento para aprender a trabalhar nesse modelo e vermos como podemos usufruir desse aprendizado na volta.”
Decio Freitas, sócio e VP de negócios da Mutato: “Já mantemos uma relação muito próxima e integrada aos nossos clientes, então foi natural essa movimentação para home office. O maior desafio está, justamente, em juntos entendermos como reagir a este cenário enquanto marcas. O que fica claro para nós é que este momento é de agir em prol da sociedade, de como todas e todos podemos conter o vírus. Isso deve estar acima de qualquer interesse comercial ou de marca. Não dá para ter leitura otimista neste momento, nem muita certeza sobre o que virá pós-coronavírus. Os clientes estão reduzindo campanhas e escopo de trabalho; e concorrências estão sendo suspensas temporariamente. O Brasil já vinha de um cenário desafiador do ponto de vista econômico, e agora nos vemos diante de uma crise política e de saúde pública. Olhamos para o cenário com bastante cautela. O freio de mão que o surto de Covid-19 obrigou todo mundo a puxar deve ser seguido de uma retomada lenta, gradual, que obviamente impactará muito o mercado. Nós seguimos as diretrizes globais do WPP, e até nos adiantamos na implementação de home office – que começou, parcialmente, já na semana de 09 de março. Seguiremos as recomendações mais estritas das autoridades públicas porque entendemos que nosso papel deve ser de proteger nosso time, suas famílias e, assim, contribuir para um enfrentamento responsável desse estado de calamidade pública que vivemos. Particularmente, acredito que teremos, no mínimo, todo o mês de abril neste modelo.” (Foto: Daniela Toviansky)
Pedro Reiss, CEO da Wunderman Thompson: “A agência já se adaptou e está operando normalmente em home office. Estamos muito próximos dos nossos clientes para ajudá-los a lidar com todas as mudanças no mundo e nos seus negócios. Tem sido uma fase desafiadora para todos mas essa é a hora de estar junto dos nossos times e dos clientes agindo com transparência e agilidade. É a hora de contar com o olhar da criatividade para se movimentar nesse cenário que muda o tempo todo. Mas não tem como a gente ter qualquer perspectiva do que vem pela frente e estamos trabalhando num cenário de que enquanto essa é a realidade, essa é a realidade. Mais do que nunca as agências e as marcas têm que estar conectadas ao pulso do consumidor, das pessoas e da sociedade o tempo todo. E este é o pulso do momento; conforme ele mudar – e esperamos que mude logo-, a gente vai se adaptar de volta. “
Valeria Barone, managing director da GUT: “Iniciamos o home office antes mesmo dos pedidos oficiais, pois nosso maior legado são as pessoas. Estamos num ritmo acelerado com as entregas que já existiam, adaptações e desenvolvimento de novos trabalhos. Além do mais, a vida de home office acaba unindo o trabalho em si, com afazeres domésticos, tornando o dia bem corrido para todos. As reuniões via call e vídeo estão funcionando tranquilamente e todos os nossos colaboradores seguem empenhados em passarmos por esse momento delicado em que o mundo está vivendo. Estamos cautelosos e observando os acontecimentos. Nossa maior preocupação são as pessoas. Iremos sair do home office apenas quando sentirmos seguros de que nossos colaboradores não corram nenhum tipo de risco.”
Rodolfo Medina, Presidente da Artplan: “Estamos mais conectados do que nunca. Diante desse cenário desafiador, em que, pela primeira vez, 100% da nossa operação está trabalhando de casa, é possível perceber um forte engajamento por parte de toda equipe, que aumentou a produtividade e a proatividade, tão necessárias nesse momento de crise. Junto aos clientes, estamos revendo estratégias que façam sentido nesse novo contexto e, acima de tudo, que deixem um legado de contribuição social. Entendemos que as prioridades das marcas mudaram e o foco passou a ser contribuir com a sociedade, da maneira que for possível. Estamos trabalhando a todo vapor com esse inédito isolamento social e todas as suas consequências. É uma crise de saúde pública que está afetando diretamente o consumo e, consequentemente os negócios. Consigo ter um olhar positivo para a produtividade e criatividade, nesse momento. É um time completo que não para de se reinventar, tanto na maneira de trabalhar como na entrega. Estou otimista na retomada de negócios a médio e longo prazo, de forma gradual, e certo de que somaremos, ainda, todo o aprendizado que essa fase nos proporcionou. O home office deve durar até que nossos colaboradores consigam voltar aos escritórios de forma segura. Claro, não somos nós que decidimos a data de término do isolamento social, mas estaremos devidamente alinhados com as diretrizes das autoridades para que continuemos enfrentando essa situação de forma responsável e que traga segurança para nossas pessoas, famílias e comunidade em geral.”
Claudio Lima, CCO da Cheil: “A agência está trabalhando a todo vapor, mas de casa. Nós criamos vários ambientes virtuais de trabalho baseados em softwares de compartilhamento de arquivo, vídeo-conferência e tráfego e temos conseguido completar todas as entregas. Além do trabalho do dia a dia, estamos também propondo várias coisas para nossos clientes conseguirem lidar melhor com esse momento e saber como se posicionar. Acho que estamos realistas. O restante do ano vai ser desafiador para toda a economia e as agências não são exceção. Acho que graças a nossa entrega integrada e ao nosso expertise em tecnologia, games e nova-economia a gente consiga gerar negócios tanto para a agência quanto para os nossos clientes, mas sabemos que não vai ser fácil. Por enquanto seguimos a previsão que as autoridades estipularam. Depois disso, vamos esperar novas recomendações dos órgãos de saúde e do governo, nos reunir e decidir o que faremos.”
Marcio Toscani, Co-CEO e COO da Leo Burnett Tailor Made: “Estamos em contato diário com nossos clientes para ajudá-los no que for preciso, dentro da estratégia de comunicação, porque obviamente muita coisa mudou e muita coisa está acontecendo e precisa ser revista. Nesse sentido, a tecnologia tem nos ajudado muito porque a comunicação tem sido facilitada pelo uso de diferentes ferramentas. Estamos em crise, e esta é a primeira vez que temos uma crise gerada por uma questão de saúde. Passamos pela crise do petróleo, pela bolha da internet, mas na maioria das vezes era algo relacionado ao setor financeiro. Agora é a primeira vez que enfrentamos uma crise em escala global que vem da área da saúde, então é muito difícil saber como vamos sair dessa situação. Acredito que, do ponto de vista humano, sairemos mais solidários e isso é positivo. Sairemos com muito mais vontade de fazer as coisas acontecerem e com solidariedade, mas, do ponto de vista econômico, teremos impacto negativo, isso não tem como negar, pois o PIB já está sendo previsto para baixo: a previsão de crescimento, que era de 2%, já foi pra 0. Então, certamente, teremos impacto negativo na economia em curto e médio prazo. Nossa prioridade é a saúde e o bem-estar dos nossos funcionários e seus familiares. Vamos seguir todas as recomendações das organizações de saúde. O home office vai durar o tempo que for necessário, mas cronologicamente é impossível dizer neste momento. Só voltaremos ao escritório quando tivermos certeza de que os funcionários podem retornar ao trabalho em segurança, sem correr nenhum risco à saúde. E, olhando a longo prazo, sou otimista: o cenário irá se normalizar.”
Carol Boccia, VP de operações da Africa: “Estamos trabalhando via call, email, telefone, WhatsApp. Criamos uma rotina com o time de gestão da agência, em que marcamos touchpoints diários e reuniões de trabalho das contas. Com os clientes, estamos fazendo da mesma forma: reuniões por Hangout, WebEx, Zoom, grupos de WhatsApp e telefone. Sabemos que o nosso papel é fundamental neste momento difícil que todos estão enfrentando. E é nessas horas que o cliente percebe e conta com a agência como seu grande parceiro de negócio. As coisas mudam diariamente, não é possível estimar nada nesse momento, mas olhando para os mercados que estão numa fase à frente da nossa em relação à crise, vemos que, pós-quarentena, há uma retomada do mercado e uma tendência de melhora no setor. Não sabemos dizer ao certo [duração do home office], mas estamos fazendo todo o possível para manter nosso time em segurança e colaborando com essa luta contra o vírus.” (Foto: Rodrigo Pirim)
Luiz Fernando Musa, CEO da Ogilvy: “A Ogilvy já está há duas semanas 100% home office. Estamos adaptando tudo a esse modelo. Em alguns casos está sendo mais simples, pois a gente já tinha essa prática com alguns clientes que estão fora do Brasil. Mas, na verdade, toda a operação em home office, como estamos agora, é um desafio – um desafio individual, em que cada um precisa se adaptar, e também coletivo. Mas as coisas estão andando, os clientes também estão se adaptando e temos feito tudo nesse formato, desde reuniões a apresentações de campanhas. Além disso, temos uma pauta diária entre as equipes, entre cada área da agência, que nos ajuda a ir monitorando os trabalhos ao longo do dia. Isso nos permite ficar conectados e organizados, seja por telefone ou videochamada. Temos que aprender e estamos aprendendo juntos, compartilhando modelos, ideias e boas práticas. Principalmente porque uma das nossas maiores preocupações é em relação a saúde das pessoas, inclusive a saúde mental, que é um grande desafio nesse período de lockdown. Sobre o otimismo com a retomada dos negócios, acho que a gente tem que esperar e ir um dia de cada vez, monitorando cada passo. Não é uma situação fácil. Estamos vivendo um momento que afeta toda e qualquer indústria, todo e qualquer negócio, a vida das pessoas. Temos que analisar como todos nós vamos sair dessa, e entender quanto tempo essa situação vai durar. Obviamente é uma preocupação, mas estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance, dentro da lei, para minimizar ao máximo os desafios econômicos que a gente tem, sempre em busca de preservar não só a operação, mas também os empregos e as pessoas. Mas otimismo acho que é uma palavra muito forte para usar nesse momento. Por outro lado, acho sim que temos que estar otimista em relação a tudo aquilo que estamos fazendo para conter essa pandemia e reforçar esse compromisso das pessoas, de que cada um tem que fazer a sua parte. Acho que esse é o grande ponto. Nesse sentido, vamos procurar seguir as recomendações dos órgãos públicos, da prefeitura, do governo, no que diz respeito à duração do home office. Aqui não é uma questão que está na nossa mão. Obviamente a gente se antecipou ao movimento, foi rápido nessa conduta, e todo mundo vai sair dessa com aprendizados, com uma dinâmica diferente de trabalho e muito mais proximidade desse modelo. A questão de quanto tempo isso vai durar é o tempo que for necessário. E vamos correr – nós, os clientes e todo o ecossistema – para nos adaptar. Acho que a mensagem agora é de focar no que é mais importante, ser pragmático e tomar decisões rápidas, sempre preocupado com a integridade de todo mundo e atentos para cada um fazer a sua parte. Quanto ao próximo passo, espero que possamos chegar nele logo para voltar a ter o modelo que a gente estava acostumado, mas com alterações. Hoje eu digo que já estamos vivendo um novo normal. Reuniões virtuais, home office, lockdown, este é o novo normal. Estamos encontrando o melhor deste caminho e quando pudermos voltar ao antigo modelo, vamos encontrar o meio termo. E quanto menos a pandemia durar, quanto mais pudermos colaborar para isso, melhor será para todos.”
Fabiano Coura, presidente da R/GA São Paulo: “Nosso time está saudável e criativamente muito produtivo. Nossa liderança está mais próxima aos seus times como nunca antes, mesmo quando estávamos fisicamente juntos todos os dias. Nossos clientes estão adotando as posturas mais adequadas que o cenário exige e estamos orgulhosos com todo alinhamento. Colaboração e integração são dois dos mais fortes traços da cultura da R/GA desde a sua fundação e momentos assim reafirmam a importância dos valores que cultivamos todos os dias junto com nosso time. A questão é que a retomada não é uma coisa que vai acontecer, é um mindset que pode ser adotado desde já, de crescimento, de velocidade para responder e se adaptar a um novo contexto. Nossos clientes atuam em importantes segmentos que não podem parar, que tem um papel grande no suporte ao país e as pessoas nesse momento tão difícil. Atuam na saúde, no empoderamento financeiro das pessoas, no planejamento financeiro ou na conveniência que todos precisam nesse momento. Estão precisando e vão precisar ainda mais de tudo o que podemos fazer por eles para manterem suas marcas e seus serviços ao lado dos consumidores, então pessimismo não é uma opção. Vejo que o momento é de solidariedade e mão na massa para antecipar tudo o que for possível. Alguns projetos estão perdendo prioridade, mas estamos adiantando tudo o que podemos para acelerarmos quando for a hora. Outros trabalhos que estavam em andamento estão sendo adaptados com sabedoria para o contexto. E no meio do caminho, nosso time tem atuado pro-ativamente em ideias para otimizar a atuação de nossos clientes, assegurar que suas visões para o momento se traduzam de forma apropriada para o mercado. Não temos [previsão sobre fim do home office], mas também não estamos buscando essa resposta. Essa desintegração forçada do time está promovendo uma integração ainda maior entre as áreas e com nossos clientes, que me parece que está gerando benefícios perenes. Estamos ganhando produtividade, eficiência e melhorando processos porque não podemos ignorar coisas que talvez estivéssemos ignorando no modus operandi do escritório. Quem souber capturar isso estará mais preparado lá na frente, seja lá quando retornarmos ao nosso novo normal.”
Claudio Kalim, sócio e CEO da Tech and Soul: “Estamos com a agência em 100% home office. Esta já é a segunda semana que estamos trabalhando dessa forma e temos percebido que o fluxo de comunicação e trabalho tem funcionado muito bem. As ferramentas de comunicação e de processos tem ajudado bastante neste momento para não deixarmos de atender os clientes com a agilidade e a qualidade necessária. Difícil dizer neste momento sobre futuro, ainda mais porque as notícias mudam a cada instante. Mas acreditamos que a evolução de todos os cuidados necessários está sendo positiva, permitindo que possamos retomar as atividades normais o mais rápido possível. Não temos uma data definida, mas não é a maior preocupação, uma vez que o home office está funcionando bem para o nosso time. Temos uma disciplina diária, que ajuda, e usando as ferramentas de uma forma em que a equipe permaneça muito próxima e unida. Mesmo longe fisicamente, temos tido conversas mais proveitosas, diretas e sem desperdício de tempo sobre trabalho e sobre a vida de cada um, para que todos se sintam acolhidos e presentes neste momento. Tem sido uma experiência difícil, mas muito, proveitosa. Mantivemos em desenvolvimento alguns trabalhos estabelecidos anteriormente e novas demandas relativas ao momento atual já apareceram. Acreditamos que continuará assim nas próximas semanas, mas, como a cada momento as informações mudam, estamos nos atualizando a todo instante e preparados caso tudo volte ao normal.”
Cris Pereira, chief business officer da SunsetDDB: “A recente chegada da Tribal à SunsetDDB já foi um comunicado remoto. Imagina esse tipo de movimento da agência num momento como esse. Acomodar pessoas novas, contas e clientes. O home office é a menor das nossas questões. Estamos lidando mais com o contexto de presença da marca e de como ajudar no posicionamento. Já vamos entrar na segunda semana de home office. E ele vai deixar um legado muito importante: não tem a ver com ir até o local, tem a ver com colaborar e ouvir o outro. Temos feito com check in e check out. Nosso papel está muito de entender que é um momento difícil, da sociedade como um todo. O home office está ensinando um monte de coisas legais. Nosso foco é entender o contexto e como podemos ser relevantes nesse momento. Temos que dar o passo certo, se reconhecendo como um parceiro que estava do lado no momento que precisava muito. O futuro para mim passa pela gente saber usar esse legado de parceria e relevância da agência para o cliente. Acho que o mercado está tomando boas decisões. Estamos com todo o gás para fazer a nossa indústria relevante. Estamos nos aproximando do cliente para que a marca se apresente de maneira relevante. Acreditamos que hoje a marca precisa estar como uma prestadora de serviço essencial para a população. Alguém tem que passar uma informação de qualidade. Estava numa apresentação que teve a seguinte frase ‘todo produto é um serviço esperando para acontecer’. Adorei essa frase porque é muito o que está acontecendo: temos que olhar para nossas marcas como se elas estivessem prontas para se tornar um serviço de qualidade e de informação para a população, seu público, para as pessoas. É assim que estamos vendo e atuando nos nossos clientes. No nosso caso os negócios não pararam. Felizmente temos clientes que acreditam que não dá para parar nesse momento. Estamos nesse momento conversando com Vigor, OLX e Seara sobre esse posicionamento de marca como serviço, temos levantado ideias nesse sentido. A própria agência está se olhando dessa forma. Quando pensamos em home office pensamos se todos estariam preparados, como as casas estavam preparadas, com a cadeira certa, mesa certa, fone certo. Parece simples, mas fez diferença. Esse olhar pelo outro, pelo bem-estar coletivo, do próximo, é o olhar que a agência tem que ter. Estou bem orgulhosa de fazer parte desse time.”
Roberto Amarante, sócio da 3AW: “Nesse momento estamos com 97% em home office e com as entregas da agência normalizadas. A quarentena tem como objetivo proteger nossos colaboradores e todos os esforços para que esta fase seja a mais confortável possível estamos fazendo. Compreendemos que temos que nos concentrar na saúde mas sem deixar a paralização afetar, de forma significativa, nossa meta. A agência está sempre otimista, o que nos move para frente. Claro que não podemos deixar de considerar o impacto dessa paralização nos negócios, mas vamos trabalhar para manter nosso quadro completo e que possamos contribuir de forma proativa para a recuperação do “status quo” anterior à crise, de nossos clientes. Não temos prazo para o final do home office. Ficaremos até atingirmos um nível de segurança na cidade aceitável. Estamos conseguindo entregar as demandas e tudo tem funcionado de acordo com o planejado. O horizonte é sairmos dessa situação fortalecidos enquanto pessoas e prontos a empenhar o nosso melhor para que a recuperação seja a mais breve possível. Acho que nos tornaremos ‘seres humanos’ melhores depois de tudo isso.”
Fernand Alphen, co-CEO da F.biz: “Antes de tudo, a preocupação e atenção da F.biz é com as suas pessoas, dar-lhes estrutura material e emocional para viverem esse período com o máximo de conforto e eficiência. A agência se organizou com bastante antecedência para a perspectiva de home office. Desde o começo de março, estávamos ensaiando as iniciativas para que a transição fosse organizada e fácil. Por isso e também porque já tínhamos essa cultura implantada antes mesmo da crise atual, o trabalho está fluindo naturalmente com bastante eficiência. Por outro lado, a agência colocou em atividade uma espécie de torre de controle para acompanhar o fluxo de informações e dados que filtramos e analisamos a todo momento. Do ponto de vista prático, estamos produzindo uma série de relatórios e dashboards baseados nas nossas ferramentas de inteligência que estamos compartilhando com nossos clientes em tempo real. Em uma das frentes, analisamos a mudança radical na jornada de compras dos consumidores e seu impacto no consumo dos meios e conteúdos, monitoramos todas as categorias para identificar oportunidades, criamos um relatório diário com as iniciativas de comunicação das marcas no Brasil e no mundo e também assuntos de sociedade como o aumento da violência doméstica em tempos de confinamento, por exemplo. Esse é um momento que exige muita informação mas também muita imaginação. Nosso esforço tem se concentrado tanto em estratégias de contingenciamento quanto em desenho de cenários futuros.” (Foto: Moreno Gonçalves)
Miriam Shirley, CEO da Sapient AG2: “Estamos trabalhando para manter a normalidade do atendimento de nossos clientes, levando em conta, claro, a questão do distanciamento físico e as mudanças do cenário de mercado para os próprios clientes. Nossa equipe está bastante integrada, o esquema de trabalho online tem se mostrado eficaz para nós, que somos uma agência digital, que naturalmente já habita o universo da tecnologia. Todos estão atentos à necessidade de sermos empáticos e de nos mantermos proativos, propondo soluções que possam resolver possíveis problemas que as marcas que atendemos venham a ter. É importante estarmos conectados com a situação do Brasil e do mundo frente aos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus. É do mundo real que surgem as melhores soluções de comunicação. E o mundo real está passando por uma mudança profunda. Ainda é cedo para falar em retomada. Não podemos negar que o cenário é bastante incerto. Mas a verdade é que continuamos trabalhando com força total. Estamos vivendo o presente, da melhor maneira possível. Com empenho e profissionalismo. E no presente há muita coisa a se fazer. Implementamos home office há cerca de duas semanas, quando os casos começaram a se avolumar. Desde então, temos acompanhado a evolução da pandemia e analisado diariamente datas e prazos. O que podemos afirmar é que, para nós, o mais importante é a saúde e o bem-estar dos nossos colaboradores. Então, só vamos falar em retorno ao escritório quando tivermos certeza que a saúde da equipe não está em risco.”
Max Geraldo, CCO e presidente da Grey Brasil: “Começamos a operar 100% em Home Office a partir do dia 16 de Março. Tivemos que nos adaptar rapidamente ao uso da tecnologia para tarefas que costumávamos fazer presencialmente mas nenhuma delas deixou de acontecer. Tivemos todo tipo de reuniões entre equipes, com clientes, em novos negócios, apresentação de concorrência e muito mais. Tudo remoto. Tudo por meio de teleconferência ou outros meios tecnológicos. E o resultado tem sido muito positivo dentro das circunstâncias. É claro que não gostamos do que está acontecendo, mas vamos sair com muitos aprendizados principalmente em métodos de trabalho. Agora, o nosso principal produto, que é a inteligência humana, continua operando de qualquer lugar. Não precisa vir de trás de uma mesa. Muita gente tem se mostrado extremamente produtiva nessas condições e o trabalho da liderança da Grey é criar as melhores condições possíveis pra que a nossa equipe continue a desempenhar com a capacidade de sempre. Estamos vivendo uma crise sem precedentes e acredito que são as mentes criativas do Mundo, seja na ciências, nos negócios, no cotidiano, acadêmicos ou não, que vão nos tirar dela. Aliás, sempre foi assim. Portanto, temos a responsabilidade de ser parte da solução. Se tempos ortodoxos muitas vezes pedem soluções heterodoxas, imagine num tempo tão heterodoxo como esse. No momento, trabalhamos com diferentes cenários com relação à duração da crise e dos seus desdobramentos. Como estamos experimentando mudanças rápidas, também temos que nos adaptar rapidamente. O que temos feito é trabalhar com distintos cenários e ideias para evitar surpresas. Estar muito próximo dos clientes também tem funcionado para diminuir o nosso tempo de resposta às mudanças e nos ajudado a ser os parceiros estratégicos que eles precisam e que queremos ser. “Proximidade no isolamento” vale tanto na vida quanto no nosso negócio. Nossa operação está observando as recomendações da OMS e das autoridades competentes com relação ao isolamento social e o Home Office como solução. Os grupos Grey e WPP estão monitorando a evolução da pandemia e as especificidades de cada país e região para ajudar nas orientação de nossas ações com relação à segurança de todos os nossos funcionários e parceiros e de suas famílias. Só mudaremos quando a saúde e a segurança de todos estiver 100% garantida. É nossa prioridade.”
Luis Roberto Maia, sócio e VP executivo da Peppery: “O fato de estarmos organizados em BUs, contribui para uma tomada de decisão rápida junto aos clientes e correções de rotas necessárias para adequarmos todas as operações ao novo contexto. Além disso, o foco em monitoramento e geração de reports diários para todos eles, nos possibilitou quebrar a barreira do home office e ficarmos ainda mais próximos de cada cliente, tendo um olhar específico para cada desafio. É difícil ter uma clareza e vislumbrar uma retomada dos negócios no curto prazo. Mas temos que ser sempre otimistas e acreditamos que podemos ser ainda mais eficientes quando isso tudo passar. Ao mesmo tempo, para além da questão da retomada no curto prazo existe a questão de grandes mudanças que devem se apresentar nos mais diferentes âmbitos. Então conversamos muito sobre novas possibilidades para o futuro – mesmo que nosso raio de visibilidade seja bem limitado nesse momento. O que nos gratifica é o fato dos clientes estarem reconhecendo essa parceria, percebendo que podem contar ainda mais com a gente nesse momento difícil. Isso contribui para manter o otimismo e as boas perspectivas para quando a vida voltar ao normal. Enquanto as autoridades e órgãos de saúde recomendarem e a opção mais segura for o home office, vamos continuar nesse sistema. Mas, de novo, também estamos utilizando esse momento para elaborar uma pesquisa interna junto aos colaboradores, sobre como devemos nos organizar melhor com esse sistema de home office para depois da quarentena. Era algo que já estava no nosso radar, que já trouxe coisas positivas – mesmo com dores naturais e esperadas de ter que fazer isso quase que da noite para a dia.”
Sylvia Panico, MD Global COO da David: “Estamos atendendo nossos clientes remotamente. Já na semana retrasada, começamos a nos organizar e a partir do dia 16, todos colaboradores já estavam trabalhando remotamente, com máquinas, VPN e sistemas em casa. Pra alguns colaboradores foi um processo tranquilo, pois atendemos clientes globais que não ficam no Brasil e o contato é remoto na maioria das vezes. Para outros, rolou um período de adaptação. Foi preciso dar um toque em alguns que deveriam tentar estabelecer a mesma rotina da agência, ou seja, parar pra almoçar, fazer breaks, terminar em horário habitual, enfim, tentar manter o equilíbrio. Nosso lema tem sido ‘um dia de cada vez’. O trabalho não parou – apenas mudou o foco e a maneira de fazê-lo. Estamos junto dos nossos clientes diariamente, ajudando-os a avaliar e planejar (ou replanejar) suas ações, tentando minimizar ao máximo o impacto da situação em seus negócios. Pergunta difícil [duração do home office]. Mas é bom ver por exemplo a China já ensaiando o retorno à vida normal. Os países que tiveram o privilégio de se prepararem melhor, talvez saiam dessa mais cedo. Mas, como disse, no momento nosso plano é ir indo um passo de cada vez.”
Douglas Bocalão, COO da Ampfy: “É impressionante a capacidade de adaptação que as pessoas têm. Há 2 semanas estávamos todos no escritório, e agora estamos todos nós, quase 180 pessoas, trabalhando remotamente de forma sincronizada e sem deixar nenhum projeto sofrer impacto. A curva de aprendizado foi rápida e estamos conseguindo produzir sem grandes barreiras. Como já aplicamos processos contemporâneos em nosso dia a dia, foi fácil fazer Home Office sem perder eficiência e qualidade. Ainda é muito cedo para projetarmos um cenário futuro. Que vamos enfrentar um agravamento da crise econômica nos próximos meses, não temos a menor dúvida. Contudo, será uma crise muito diferente de todas que enfrentamos até o momento. Quando o motor do consumo voltar a funcionar, não sabemos em que potência ele irá operar. Mas toda crise traz uma série de oportunidades para criatividade e inovação. Estamos otimistas que sairemos desta tormenta fortalecidos para enfrentar os desafios que estão por vir. A Ampfy começou a implementar um plano de home-office em função da pandemia do coronavírus no dia 13 de março, sendo que, em 18 de março, 100% dos colaboradores já estavam trabalhando de casa. Essa dinâmica tem funcionado bem e conseguimos manter nossos níveis de operacionalidade e produtividade, assessorando nossos clientes neste momento de grandes desafios. Vamos manter esse modelo de trabalho até que São Paulo volte a oferecer segurança para nossa equipe transitar pela cidade.”
Enricco Benetti, CCO da BFerraz: “Viramos as operações da agência tem mais o menos uns 10, 12 dias totalmente para home office, para os 200 funcionários de todas as áreas da agência. Hoje a gente conta com algumas ferramentas para isso, então obviamente as ferramentas de vídeo conferência, as mais clássicas como o Zoom e o Hangout, mas também instauramos o modelo operacional baseado em ferramentas como o Slack e o Monday, que são duas ferramentas desenhadas para esse trabalho à distância, quem ajuda a manter uma qualidade e uma efetividade de gestão. O atendimento ao nosso cliente continua igual, mas adaptado à esses novos tempos. Temos discutido muito a perspectiva dos projetos em um “futuro pós Corona” e temos discutido também a mudança de formato de projetos em relação a esse contesto de mundo atual e como proceder da melhor forma com os cancelamentos. Toda nossa estrutura de negócios continua plugada e próxima aos nossos clientes. A quarentena não é determinada e nós vamos reavaliando a cada quinze dias, baseada no termômetro das notícias que vem surgindo. Estamos preocupados, mas ao mesmo tempo otimistas no sentindo de que as coisas têm que continuar. Talvez baseado em novos pensamentos, modelos e formatos, tomara que passando tudo isso aqui nós possamos rever um série de defeitos que foram estabelecidos ao longo do tempo nesse mercado e no mundo como um todo, mas o otimismo tem que existir. Sabemos que vai haver um impacto econômico enorme, não vai ter jeito, teremos uma recessão global, mas entendemos a comunicação como uma ferramenta poderosa principalmente para a retomada e aceleração da economia, então sim, estamos esperançosos, mesmo sabendo que passaremos por um momento difícil, mas não sabemos quanto tempo alguns modelos de negócio vão levar para se restabelecer, em especial, aqueles que tem uma proposta de valor diferenciada. É difícil prever o término da quarentena, colocamos períodos para podermos reavaliar, baseado nas orientações do estado e da OMS, então não temos uma data fechado. Estamos em contato direto e constante e a cada 12 dias, nós conversamos sobre o como está o cenário e como vamos conduzir.”
João Passarinho Netto – VP de estratégia digital da Jotacom: “Estamos atendendo todos os clientes com força total, com todos os 100 colaboradores da agência em regime de home office e organizados de maneira a atender as demandas com a maior agilidade possível. Um grande diferencial tem sido a equipe de Social Data que tem coletado informações preciosas nos canais digitais para os insights e posicionamento de nossas marcas, com reports hora a hora embasados por ferramentas ativas de rastreamento de menções e analíticas. Estamos otimistas, porém muito preocupados com o impacto econômico no mercado como um todo. É inevitável uma retomada lenta dos negócios. Não temos previsão do tempo de duração do regime de home office. Estamos tomando decisões entre os sócios dia a dia, conforme as notícias vão sendo divulgadas.”
Fábio Mello, VP de criação da Jotacom: “O grande desafio para o time criativo é o mesmo de todos neste momento: se manter motivado a produzir, reencontrar a paixão pela escrita ou pelo design, agora em casa. Quando a gente se acostuma a criar no ambiente da agência e apoiado em processos bem estruturados, é desafiador criar nessa nova realidade. Apesar ser necessário essas adaptações no momento, esperamos voltar à rotina na agência o mais breve possível.”
Marina Tumolo, diretora de operações da fri.to: “A fri.to sempre teve um perfil digital e já se preparava para um sistema home office antes dos últimos acontecimentos, acreditamos nesse sistema sendo parcial, por isso não encontramos dificuldade para o home office atual. As reuniões com clientes são feitas via videocall. Entendemos que será um longo período para a recuperação da economia, mas estamos otimistas com a retomada para o segundo semestre. Entramos em home office com 100% da equipe no dia 18 e sem data para retorno. Garantimos ajuda de custo com internet para os colaboradores e entendemos que não existe urgência para voltarmos fisicamente.”
Bruno Dreux, sócio da Amo e presidente da ABP: “Por coincidência, nossos clientes sempre gostaram de usar ferramentas online. Então, além do WhatsApp, Hangout, Trello e e-mail, que estão presentes na nossa rotina há muito tempo, agora incluímos o Slack e tem sido espetacular. A rotina em home office nos obriga a ser mais organizados, a pensar mais antes de escrever e isto está nos levando a uma produtividade melhor. A comunicação é uma ferramenta fundamental para vendas. Certamente, quando a poeira abaixar e os negócios precisarem retomar o crescimento, haverá oportunidade de negócio para agências como a Amo. Se cientistas e estudiosos não conseguem ver este horizonte com clareza, seria leviano da minha parte dar uma previsão de tempo. O que me arrisco a dizer é que ficaremos ainda por pelo menos 30 dias.”
Marcelo Bernardes, CEO da Purple Cow: “Nós entramos em home office antes de o governador decretar as medidas de isolamento. Entendíamos que era importante reduzir os contatos pessoais. Preparamos uma estrutura para isso. A Purple Cow sempre teve uma cultura de cocriação e o time, operando em reuniões a distância, nos surpreendeu com a capacidade de se adaptar. Por isso, estamos revalidando essa decisão semanalmente até sentirmos que é seguro voltar, e claro seguindo as orientações das autoridades competentes. Estamos trabalhando normalmente. Os nossos clientes passaram a precisar mais da gente e estamos respondendo bem. Por outro lado, a entrada de novos projetos foi congelada. Estávamos preparados para um 2020 de muito crescimento, mas tivemos que replanejar tudo rapidamente. Isso exige que algumas decisões mais duras sejam tomadas, mas tudo está sendo muito bem pensado. Estamos esperançosos e com muita energia para buscar mais resultados nos últimos dois trimestres. De qualquer forma, a expectativa dos economistas para 2021 é de crescimento e, com certeza, todo aprendizado de 2020 vai ajudar a colher bons frutos”.
Pedro Cavalcanti, sócio e diretor de criação da Clarita: “Adotamos o home office há duas semanas. Temos uma sala virtual onde todos trabalham normalmente, no horário padrão. O trabalho está funcionando perfeitamente. Quanto aos clientes, no geral, o trabalho não diminuiu, não. Temos um grupo de contas ligado ao setor de transporte de cargas, por exemplo. Esse grupo está com bastante trabalho, pois estamos criando campanhas e conteúdo para ajudar no combate ao coronavírus e também para agradecer aos caminhoneiros por tudo o que estão fazendo. Clientes mais voltados para o varejo (temos alguns) sentem um pouco mais essa situação. Aí, a tendência é ter menos jobs mesmo. Mas, no geral, está bem movimentado. O desafio é fazer isso a distância. E tem funcionado bem. A nossa intenção é acompanhar as recomendações das autoridades para determinar o tempo de permanência do home office. Vai depender muito disso. Estamos otimistas, sim. Temos concorrências engatilhadas, em fase final, que, claro, estão em stand by aguardando o cenário de pandemia melhorar um pouco. Uma delas é uma empresa italiana. Mas a nossa visão é de otimismo. Afinal, a comunicação, em momentos como esse, torna-se ainda mais essencial”.
Luna Gutierres, sócia fundadora e VP de atendimento e planejamento da Repense: “Aqui na Repense a agência inteira está em home office e nenhum projeto foi interrompido. A sensação é que estamos trabalhando mais focados, ainda mais conectados e toda a equipe, sem exceção, se adaptou de forma surpreendente. Isto provou a maturidade profissional de cada um. Já trabalhamos no conceito de squads há algum tempo e também já estávamos discutindo a implementação de home office. O momento nos obrigou a antecipar o processo e a implementá-lo para toda a equipe ao mesmo tempo. Mantivemos os rituais do daily, onde cada squad se reúne às 9:30 da manhã pelo Zoom e adotamos um novo encontro às 19h para termos certeza do andamento de cada campanha. Mas estamos conectados o tempo todo. Somos sempre otimistas. Acompanhamos as notícias e temos clareza que os desafios serão imensos para esta retomada, mas enxergamos o mercado como ele é. Então olhamos para o nosso negócio como parte essencial da solução. As empresas precisam de comunicação de qualidade e trabalhamos para isto. Em qualquer cenário temos o nosso espaço. Daremos continuidade ao home-office integral até quando sentirmos que todos estão em segurança. E para isso, vamos seguir as orientações oficiais e o bom senso sempre. Quando a situação crítica acabar vamos voltar de portas abertas porque esse é o nosso jeito de ser.”
Roberto Campos, CEO da LVL: “Estamos vivendo uma situação mundial sem precedentes. Sabemos que as próximas semanas serão totalmente atípicas e fora de qualquer planejamento já imaginado. Nessa última semana tomamos medidas emergenciais para que toda equipe da LVL (alocados ou não nos clientes) tenha total condições para desempenhar seus trabalhos remotamente, com agilidade e com total segurança. Toda nossa liderança está engajada para auxiliar nossas equipes remotas, trazendo unidade e foco nesse momento tão delicado. Nosso modelo de negócio para atuar com equipes exclusivas e sob medida para os nossos clientes com total transparência nos permite estar ao lado deles, sem perda de foco e com as mesmas pessoas do dia a dia, com muita agilidade. Dessa maneira, estamos a todo vapor trabalhando nos gerenciamentos de crises e reposicionamento, revisão de planos, soluções fora da caixa, trazer inputs e o que for necessário para todos os nossos clientes, como é o caso da Cacau Show, Laureate (FMU, Anhembi Morumbi, entre outras), Midway, Panini, entre outros”.
Allan Barros, CEO da Pullse: “Fazemos parte do Grupo Artplan, um dos primeiros a colocar 100% do time, cerca de 700 colaboradores, operando em sistema de home office. Só aqui na Pullse são 120 pessoas neste modelo de trabalho. A nossa equipe de tecnologia conseguiu dar estrutura e conforto para todos os colaboradores, e isso foi uma grande fortaleza do grupo neste momento para conseguirmos adequar tudo com segurança e agilidade. O dia-a-dia tem nos demonstrado que é necessário ter muita disciplina, tanto no aspecto pessoal, para que o nosso colaborador consiga se organizar com seus horários, uma vez que se ganha o tempo de deslocamento, mas também fica muito mais propenso à dispersão do que quando se está dentro do escritório. Nada tão complicado de se resolver quando se consegue ter organização e a definição de uma rotina. Temos conseguido manter 100% das nossas entregas com a qualidade de sempre. A nossa preocupação não é com o local onde desempenhamos as nossas funções, aliás, vamos aprender muito com este modelo. O que estamos vivendo hoje, vai nos levar a um questionamento operacional futuro. Minha visão desta primeira etapa da experiência é que temos sim a possibilidade de estabelecer o home office como um processo de trabalho, desde que ele seja voltado para a área de execução dos projetos. Já a questão criativa, a qualidade estratégica é muito importante ter a proximidade, a discussão olho no olho. O que acredito ser uma grande possibilidade é de se restabelecer processos, onde você tenha uma prioridade de proximidade para os aspectos criativos e estratégicos da nossa operação e por que não um ambiente remoto para a área operacional? Vamos pensar na dificuldade de deslocamentos, no grande volume de trânsito que temos nos grandes centros. Será que não podemos deixar o horário de rush para que se trabalhe de casa as questões operacionais do dia-a-dia e que se estabeleça um horário alternativo para atuar nos aspectos criativos e operacionais, onde o tempo de todos os envolvidos seria otimizado e melhor utilizado? Não estou afirmando isso, mas acredito que é um excelente questionamento para um modelo futuro de trabalho.” (Foto: Marcelo Pereira/M11 Photos)
Renan Mota, founder da Corebiz: “É comum em nosso mercado a prática de home office de forma isolada ou como benefício para alguns colaboradores. Mas aqui na Corebiz temos o conceito de “people in the cloud”, a ideia é trabalhar de forma integrada em nuvem, onde times conseguem trabalhar juntos independente de onde estejam fisicamente. Como já estávamos cada vez mais preparados para utilizar esse conceito na prática, foi fácil a adaptação do trabalho em home office, todos já estavam utilizando notebooks, já trabalham com softwares totalmente online, os softwares para gestão do time são completamente em nuvem, a gestão financeira também é feita totalmente em nuvem etc. É a primeira vez que trabalhamos com toda empresa em home office, mas nossa estrutura dividida em squads somada as ações relacionadas ao “people in the cloud” tivemos uma adesão muito fácil de todos. Nossa produtividade aumentou. Gostamos tanto, que pós quarentena iremos pensar em um modelo com mais possibilidades de home office para os colaboradores. No começo estávamos bastante preocupados, após revermos o planejamento e acompanhar as ações dos nossos clientes, entendemos que o foco deste trimestre é passar com o menor impacto possível para que no segundo semestre podemos aproveitar bem a retomada da economia. Quanto ao segundo semestre, estamos sim muito otimistas, muitos negócios foram postergados para ele. Outro indicador importante é que por conta da quarentena, o comportamento de compra online aumentou e muito, com este aumento as empresas irão dar mais importância ao canal no futuro próximo e o consumidor que tinha pouca ou nenhuma experiência de compra não presencial, provavelmente continuará levando este novo comportamento para toda a vida, aquecendo e muito o mercado que a Corebiz atua. É difícil dizer [fim do home office], mas não temos tanta pressa quanto empresas que dependem muito de relacionamentos presenciais, nossa estratégia é acompanhar as ações do governo, empresas parceiras e clientes. Semanalmente temos uma conversa com todos executivos para falarmos das ações da semana, se algo mudou no cenário e como iremos conduzir, e uma das pautas é justamente entender se é o momento de marcarmos a data para saída do home office. Provavelmente quando formos planejar essa volta, iremos fazer de forma gradual.”
Lorena Oliveira (direita), diretora de operações da Binder Brasília, e Christina Santos (centro) e Bebel Di Celio (esquerda), gestoras de grupo de clientes da Binder: “Todas as unidades – Rio de Janeiro, Distrito Federal e São José dos Campos, além de Fortaleza, Belo Horizonte e Ipatinga que já operavam em sistema de home office, integrados aos demais escritórios há três anos – estão trabalhando a todo vapor. A produtividade está excelente. Nesse momento de crise, a tecnologia veio totalmente a nosso favor. Tudo está funcionando perfeitamente de forma remota. Jobs sendo resolvidos em calls, salas virtuais, reuniões virtuais diárias entre agência e clientes, e-mails, whatsapp, etc., assim como campanhas e projetos criados neste período que já estão rodando no mercado. As equipes se adaptaram rapidamente, estão integradas e o espírito de união trouxe uma garra muito grande para fazer acontecer. Tivemos um ganho de produtividade e estamos trabalhando até mais que no escritório. Até o momento a Binder está produzindo muito. Nossos clientes têm demandado muito – principalmente as contas públicas que precisam se comunicar constantemente com a sociedade –, e temos conseguindo aprovar campanhas e resolver tudo sem que houvesse a necessidade de reuniões presenciais. Obviamente, estar em um mesmo ambiente tem muitas vantagens. Faz falta. Mas a experiência que estamos tendo aponta para um futuro híbrido, com atividades em escritório e em casa. A razão pela qual estamos enfrentando isso é muito triste. Mas vamos atravessar e sair mais fortes. As unidades do Rio de Janeiro, Brasília e São José dos Campos vão continuar no esquema de home office conforme as orientações da OMS e dos governos locais. Até lá continuaremos atuando com as equipes integradas remotamente. Nossa prioridade neste momento, é continuar cuidando do nosso bem mais valioso, a nossa equipe.”
Fernando Guntovitch, fundador e CEO da The Group Comunicação: “Até o momento não tivemos ninguém contaminado na The Group. O que já é uma vitória! A TG está trabalhando em formato home office há 2 semanas. E seguiremos assim até segunda ordem. A comunicação entre as áreas tem funcionado bem, fizemos as entregas que estavam em andamento e agora estamos juntamente com os clientes acompanhando o desenrolar deste período, planejando e adiantando o que dá para adiantar. Ainda não sabemos o tamanho do prejuízo que o lockdown trará. O que estamos tentando é manter os empregos e não realizar demissões. Para isto contamos com a ajuda dos colaboradores e clientes para juntos conseguir ter um modelo especial para esta fase, através de diminuição de remuneração e aprovação de um fee emergencial em forma de adiantamento. Teremos um quadro mais preciso assim que o período de contaminação terminar.”