A Alcatel Onetouch lançou na última semana a família de smartphones Pop, composta por quatro modelos de nível intermediário e preço na casa dos três dígitos. Mais do que apenas uma linha de novos produtos, o movimento é um passo na questão de popularizar sua marca nacionalmente.
Atualmente com 13% de market share na América Latina e o objetivo de dobrar o faturamento nacional, a marca da companhia chinesa TCL Communication tem uma estratégia claramente definida para massificar a sua presença: apostar forte no marketing e especialmente na exposição da relação custo-benefício para vencer o preconceito frente a uma marca nova. Composta pelos modelos C3, C5 (já disponíveis no varejo), C1 e C7 (chegam às lojas em setembro), a família Pop é logo de cara disposta com seus respectivos preços nos materiais de divulgação.
A medida, segundo os executivos da marca, são os maiores argumentos para informar os consumidores do que consideram uma nítida “vantagem no custo-benefício”. “Identificamos em pesquisas que o nosso preço, para um aparelho com as mesmas configurações em relação aos concorrentes, é interessante. Então decidimos expor isso, visto que estamos começando a atuar no país”, afirma Marcus Daniel de Souza Machado, presidente da Alcatel Onetouch Brasil. “O preço é de 20% a 30% inferior a modelos similares justamente por esse gap de desconfiança”, complementa Claudio Silva, diretor de marketing e vendas para o país.
Para divulgar a chegada da nova linha, foi lançada uma campanha específica para o Brasil, com possível repercussão em outros mercados da América Latina. Como o objetivo é de fato espalhar a marca, o plano de mídia engloba TV aberta e por assinatura em âmbito nacional, além de spots de rádio regionais e peças para web e social media.
A criação é da X-Tudo, com a Punto Comm responsável pelo desdobramento digital. “Muito mais smartphone por muito menos preço” é um dos headlines da campanha, com conceito “smart move, smartphone”. “A estratégia é difundir e massificar a marca e com essa campanha pretendemos atingir a classe C e o público jovem”, afirma Silva, revelando que a verba de marketing para o Brasil dobrou no último ano e deve seguir a tendência de se multiplicar para que a marca se espalhe de forma consistente.
Apesar do preço final inferior, a Alcatel Onetouch não subsidia parte dos aparelhos, mas tira a sua vantagem competitiva da eficácia operacional na questão dos custos. Com a produção de smartphones concentrada na Zona Franca de Manaus e também beneficiada pela Lei do Bem, que promete isenção fiscal a players do segmento, a empresa começa a modernizar seu portfólio.
De acordo com seu presidente, a companhia tem uma produção grande de feature phones, os modelos anteriores aos telefones inteligentes, mas já está reciclando as suas ofertas uma vez que o mercado smart segue em franca expansão, canibalizando os celulares sem estas configurações. “Neste ano a linha de smartphones concentra 50% das nossas vendas, mas isso é puxado sempre pelo tamanho do mercado. Talvez em dezembro de 2015, os smartphones representem 90% a 95% de todas as vendas”, acredita Machado.
A marca Alcatel Onetouch é uma licença da TLC para mercados fora da China, sede da matriz. O motivo é que pela controladora ter a mesma nacionalidade de infindáveis empresas genéricas ou sem valor agregado, versões alternativas e muita força no “mercado paralelo”, sua presença em outros países se via ameaçada por este estigma, eliminado com a chancela da Alcatel francesa, que também possui a Lucent, divisão de tecnologia e infraestrutura não-relacionada com o negócio de celulares. A companhia, que tem ações listadas na Bolsa de Valores de Hong Kong, também conta com fábricas na China, Argentina e Equador, canal central de vendas na França e centro de pesquisa e desenvolvimento (brandlab) na Itália.