A ANJ (Associação Nacional de Jornais) elegeu nesta segunda-feira (20), durante assembleia geral realizada no 9º Congresso Brasileiro de Jornais, em São Paulo, o novo conselho de administração e a nova diretoria da entidade para o biênio 2012-2014. A presidência, ocupada entre 2008 e 2012 por Judith Brito, diretora-superintendente do Grupo Folha, ficará sob a responsabilidade de Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Neto, diretor geral da Rede Gazeta (ES), conhecido no mercado como “Café”.
Em seu primeiro discurso como presidente da ANJ, o profissional lembrou os pilares que guiaram a criação da entidade em 1969, como os valores democráticos e a luta pela liberdade de expressão comercial. Assim como Judith em sua despedida, o novo líder disse que o país passa por um período de “liberdade de expressão plena”, mas advertiu que é preciso manter atenção e vigilância.
Lindenberg Neto destacou o fato de ser o primeiro presidente da entidade que pertence aos mercados regionais. “Isso atesta a importância dos jornais regionais não apenas na ANJ, mas também na indústria da comunicação brasileira. É o reconhecimento da diversidade”, afirmou. Atualmente, 154 jornais espalhados por todas as regiões do país integram a entidade.
Ele abordou o momento desafiador vivido pela indústria com a ascensão das diversas telas, custos e a necessidade de desenvolver formatos prósperos. “O nosso negócio estará cada vez mais no campo digital”. Para ele, o “dinamismo” e a “sofisticação” com os quais as transformações ocorrem não permitirão ao setor pensar em um caminho único. Café disse ainda que, da parte da ANJ, buscará “soluções consistentes” para o ambiente digital. “Temos de ter a certeza de que o que temos a oferecer é insubstituível: informação de qualidade, para tornar a sociedade ainda mais próspera”.
Integram a diretoria para o biênio também Álvaro Teixeira da Costa, como vice-presidente secretário; Jaime Câmara Júnior, como vice-presidente financeiro; e Francisco Mesquita Neto, João Roberto Marinho, Luciana de Alcântara Dummar, Maria Judith de Brito, Mário Alberto de Paula Gusmão, Nelson Pacheco Sirotsky, Sylvino de Godoy Neto e Walter de Mattos Jr. como vice-presidentes. Ricardo Pedreira se mantém como diretor executivo da ANJ.
Antes de passar o cargo, Judith avaliou que houve bastante avanço nos quatro anos de sua gestão, mas reconheceu que poderia ter feito mais. Segundo ela, há uma agenda intensa no mercado e é preciso transformar problemas em oportunidades. A profissional também lembrou conquistas do seu período, entre eles o modelo de autorregulamentação, a luta pela Lei de Acesso à Informação, cobrança de critérios técnicos para compra de mídia pelo governo, o fim da Lei de Imprensa, uma herança da Ditadura Militar.