Reposicionamento da marca criada em 2016 é baseado na crescente busca das pessoas por valorizar a procedência dos alimentos (Divulgação)

O Brasil é conhecido como o celeiro do mundo. Alimentos produzidos em solo nacional estão em 190 países e representam 10,6% do PIB doméstico, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Mas, dessa fartura, também vem o desperdício e a insegurança alimentar.

“Cerca de um terço de todo o alimento produzido no Brasil é desperdiçado”, adverte Bruno Chenque, head de branding da foodtech Liv Up, citando dados da Organização Mundial de Saúde (ONU), que ainda aponta a morte de cerca de 420 mil pessoas ao ano devido à ingestão de alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas. Dos campos ao prato do consumidor, cadeias de suprimentos longas e complexas criam os principais gargalos. Como uma startup de alimentação saudável pode ajudar a combater esses problemas?

Elas usam a tecnologia para prever e controlar cada etapa do processo. E estoques enxutos garantem que a produção realmente seja utilizada. Ao negociarem diretamente com os produtores, essas operações direct-to-consumer eliminam os intermediários, “que tiram o frescor e a qualidade dos alimentos e aumentam os preços. Geralmente, mais de 40% do desperdício ocorre no meio do caminho”, indica Chenque.

Atualmente, a Liv Up engloba 35 famílias parceiras de agricultores, que registram uma renda média de R$ 10 mil cada. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os pequenos agricultores respondem por cerca de um terço dos alimentos do mundo.

Bruno Chenque, head de branding da Liv Up: “Um terço do alimento é desperdiçado” (Divulgação)

A expectativa da plataforma é lançar mais de 500 opções em 2021, incluindo desde produtos in natura do mercado online com quitanda, açougue e laticínios até refeições congeladas e delivery de pizzas e saladas, atualmente em operação apenas em São Paulo. Os preços variam conforme a categoria. Campeã de venda no mercado online, a banana-prata orgânica, por exemplo, sai por R$ 6,90, enquanto a posta de salmão assado custa R$ 18,90 na seção de refeições.

Acesso e feedback pegam os clientes pelo estômago. “Por meio de nossa capacidade de inovar rapidamente, conseguimos responder a essas necessidades de forma sólida e relevante”, explica Chenque. Desde a sua fundação, em 2016, a empresa vem dobrando de tamanho por oferecer uma engrenagem sustentável, do produto ao modelo de negócio – exigência reiterada pela pandemia da Covid-19.

“A Liv Up cresceu um acumulado de cem vezes nos últimos cinco anos. Em 2020, chegamos a mais que dobrar de tamanho e nossa meta para 2021 é seguir nesse ritmo”, calcula Chenque. Pela primeira vez, a marca investe em uma campanha de reposicionamento para detalhar a lógica da operação.

Baseado na crescente busca das pessoas por valorizar a procedência dos alimentos, o conceito Comida para quem se importa coloca a Liv Up como uma marca que não vende só alimentos saborosos, mas que aponta também para o futuro do setor.

No início de 2020, o investimento em marketing ganhou força para disseminar os valores que levaram à evolução do propósito da marca. Em fevereiro deste ano foi lançado um videomanifesto com o novo posicionamento e tagline. A nova campanha institucional criada em parceria com a agência-boutique estud.io começou em maio e se estenderá até o próximo mês de junho. Redes sociais, mídia programática e televisão integram a estratégia.