O Rio de Janeiro chega aos 450 anos – completados no último dia 1º – com muita história boa para contar, ao menos como geradora de conteúdo que virou referência mundial. As belezas naturais foram – e são – cenários de grandes produções. Suas paisagens foram usadas por marcas importantes do Brasil e do mundo. A Johnnie Walker “acordou” o Pão de Açúcar com a campanha “Gigante”, criada pela Neogama/BBH. A Havaianas é outra marca que usa e abusa das praias cariocas em sua comunicação; e a Ipanema tomou para si o nome de um dos bairros e praias mais famosos do mundo. A realização do Rio Content Market, que aconteceu na semana passada e reuniu lideranças que discutiram a produção de conteúdo audiovisual, é outro exemplo do quanto a capital fluminense é importante quando o assunto é geração de conteúdo.
A Rede Globo é outro exemplo. Famosa pelas suas novelas, boa parte de suas produções tem a Cidade Maravilhosa como cenário. O dramaturgo Manoel Carlos é um dos autores que melhor retrata o Rio de Janeiro, com suas Helenas e o Leblon. “Avenida Brasil”, novela de maior repercussão da história da televisão brasileira, traz no nome uma das principais vias da capital fluminense.
Para Gil Ribeiro, diretor-presidente da Conspiração Filmes, o Rio tem uma tradição dentro do segmento desde a época em que a cidade era capital do Brasil. “A dramaturgia sempre teve uma relação estreita com a cidade. A Conspiração Filmes nasceu no Rio e 70% das nossas produções são feitas lá”, diz.
Tanto que a produtora vai transformar o Alto da Boa Vista, um dos lugares mais bonitos da cidade, num centro de audiovisual. “Durante este ano vamos fazer algumas reformas no lugar para que possamos transformar o Alto da Boa Vista num grande centro de produção audiovisual”, conta.
Gil também citou como exemplo algumas das produções hollywoodianas que desembarcaram no Rio. Nos últimos anos, a cidade foi palco de filmes como “Velozes e Furiosos 5”, “Amanhecer – Parte 1”, “O Incrível Hulk” e a animação “Rio”, de Carlos Saldanha.
“A beleza da cidade, a tradição em dramaturgia e todo o aparato que existe no Rio de Janeiro são, sem dúvida, fatores determinantes para que as grandes produções internacionais cheguem ao Brasil”, ressalta.
Raul Doria, sócio e produtor-executivo da Cine, concorda com Gil Ribeiro. “O Rio tem uma vocação para o audiovisual por vários motivos, dentre os quais eu destaco as possibilidades de locações”, afirma. A própria Cine é um exemplo. Responsável pelos vídeos de Havaianas, a produtora sempre escolhe as praias da cidade como locação.
Da dramaturgia para a música, o Rock in Rio, criado por Roberto Medina, rompeu as barreiras cariocas e foi para o mundo como um dos principais festivais de música mundialmente. A marca foi internacionalizada em 2004 com a primeira edição do Rock in Rio Lisboa, em Portugal. Em 2008, foi a vez de Madrid receber o festival e, no ano passado, o evento chegou a Las Vegas, nos Estados Unidos.