A pandemia que atingiu praticamente todo o planeta e com mais rigor nosso país, pela carência que sempre temos em situações como essa (neste caso, falta de vacinas ou vacinas chegando com atraso, falta de leitos nos hospitais, além de outras faltas que muita falta fizeram na diminuição ou contenção do vírus em muitas partes do país), não foi capaz, apesar de tudo, de brecar a criatividade brasileira na sua propaganda, que prossegue sendo uma das mais inteligentes, portanto mais atraentes, dentre os países que se destacam por não só ganhar prêmios nos grandes festivais internacionais, o principal deles o Cannes Lions, como também, em consequência, fazer a máquina de vendas dos anunciantes funcionar em boa velocidade.

Estamos vivendo um momento ainda difícil em nossos diversos mercados internos, mas além da capacidade e do atrevimento do empresariado brasileiro, ele conta com o auxílio da boa propaganda que produzimos, para convencer o grande público a não parar de comprar (aqueles que podem) e a se deixar levar pelos criativos apelos da nossa comunicação publicitária.

Em um passado recente, nas primeiras vezes que o PROPMARK foi a Cannes, quando o famoso festival ainda dividia com Veneza a sua realização (um ano em Cannes, um ano em Veneza), o Brasil chegava a ser vaiado pelo público profissional de outros países, que já haviam descoberto o Cannes Lions e sabiam que a sua presença nele valia mais ou tanto mais que frequentar as grandes escolas de comunicação publicitária espalhadas pelo mundo.

Um dos primeiros periódicos da semana, senão o primeiro, a incentivar os nossos publicitários não só a inscreverem seus trabalhos em Cannes/Veneza, como também frequentarem presencialmente o já então famoso festival, foi o PROPMARK, que enviava ao evento um grupo de jornalistas para revelar ao nosso público leitor o que de mais interessante estava acontecendo nos vários países que inscreviam seus trabalhos em Cannes/Veneza, valorizando os mesmos e mostrando aos demais países ainda de fraca quantidade de inscrições no mesmo que ali estava uma fonte inspiradora e de comparações, que não podia ser desprezada.

Hoje, nosso país colhe muito do que ali foi plantado, mas também, graças ao próprio fortalecimento profissional ao qual nos obrigamos, aprendemos que a mensagem publicitária, seja lá qual tipo de mídia vai frequentar, precisa de qualidade. Tem de não só chamar a atenção do público, como conquistá-lo se possível de forma definitiva, que todavia para isso requer alimentação contínua de criatividade, o que significa trabalhos bem feitos, convincentes, que se equiparam hoje ao que de melhor se faz em publicidade no mundo.

Então, repetimos, mesmo com as desgraças que têm se abatido sobre a nossa economia, o que leva o consumidor a ser mais cuidadoso com o seu dinheiro, a propaganda brasileira prossegue no topo, juntando-se às melhores do planeta sob qualquer ponto de vista que se queira julgá-la. Há, é claro, as chamadas meias-bocas, mas isso há em todo mundo. Não somos os únicos a apresentar trabalho ruim que também frequenta a mídia. Mas isso passou a ter pouco valor, desde o instante em que nos convencemos de que precisávamos melhorar, porque tínhamos talento para isso. E foi o que acabou ocorrendo, com o nosso país sendo reconhecido lá fora como um dos craques em produzir propaganda criativa. E, internamente, o nosso consumidor responde comprando mais, sempre que o bolso lhe permite, porque é atraído por uma comunicação publicitária que o convence ao ato da compra, desde que para isso possua condições financeiras. E até neste ponto o Brasil inovou, com crediários alongados, que facilitam a decisão do público em optar pelo recompensador ato de adquirir um bem ou serviços.

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Dalton Pastore, diretor-presidente da ESPM, comunica que a escola acaba de receber o certificado de escola acreditada pela Associação Nacional de MBA-Anamba. Afirma Dalton Pastore que finalmente, e antes de a ESPM completar 70 anos, ela conseguiu sua primeira acreditação. Apenas outras cinco escolas de São Paulo têm seus MBAs acreditados: Fecap, FGV, FIA, Insper e Saint Paul Business School. E agora a ESPM.Diz seu diretor-presidente que ainda falta muito a ser conquistado, mas o primeiro passo foi cumprido. Todos sabemos, quem é do meio, que a ESPM é um orgulho para o nosso país.

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A capa desta edição do PROPMARK é uma homenagem à Olimpíada que se realizará em Tóquio, entre 23 de julho e 8 de agosto próximos. Marcas agarram a oportunidade de derrotar o rastro de angústia deixado pela doença com ações que exaltam os valores ligados ao esporte. 

Organizadores, governo e marcas vinculadas ao evento enfrentam o dilema. “A expectativa de que o evento pudesse ser um marco da retomada do mundo pós-pandemia vai ficando cada vez mais distante, já que muitos países ainda enfrentam momentos terríveis, inclusive o Japão”, pontua Fernando Trevisan, diretor da Trevisan Escola de Negócios. Por outro lado, se existe um país que, historicamente, tem condições de gerenciar protocolos, é o Japão. Donos das propriedades do torneio, o Comitê Olímpico Internacional e o Comitê Organizador Tóquio 2020 “facilitaram a extensão dos contratos de patrocínio e, até o momento, nenhuma empresa cancelou, mesmo aquelas de setores que notadamente passam por dificuldade, como o aéreo e o turismo”, contrapõe Trevisan.

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A próxima capa do PROPMARK será dedicada ao Dia do Mídia, zeloso profissional que passa seu tempo de trabalho, e até mesmo fora dele, estudando quais as melhores alternativas de mídia para cada um dos clientes que atende na agência onde trabalha.

Esse estudo é tão ou algumas vezes até mais importante do que apenas a qualidade estética do produto final publicitário a ser veiculado. Uma mensagem criativa em um veículo adequado para o anunciante tenderá a render muito mais em termos de resultados de vendas provocados pela ação publicitária.

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Pela primeira vez, a agência Africa ganha O Melhor Comercial do Brasil, com um trabalho feito para o seu cliente Itaú. Com uma campanha que não levava a assinatura do Itaú, a Africa entrou para o hall de cinco agências que já conquistaram O Melhor Comercial do Brasil, premiação realizada anualmente pelo SBT.

A edição deste ano, novamente online por conta da pandemia, reconheceu o filme Esperança como o melhor de 2020. Protagonizada por Fernanda Montenegro, a peça tem um texto leve que celebra o otimismo e, sobretudo, o sentimento que dá nome ao filme.