A Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) ampliou a participação de empresas brasileiras no SXSW. O número subiu de 28, no ano passado, para 57. Em 2014, houve negócios na ordem de US$ 5 milhões durante o festival. Neste ano, segundo a agência, o volume deve alcançar US$ 7 milhões.
Foram feitas cinco frentes de negócios. Uma delas selecionou 20 empresas para o Trade Show + Platinun Connection, com participação na feira de expositores do SXSW e com os benefícios de “matchmaking” de uma ferramenta do festival. A segunda frente, Silver Connection, reuniu oito empresas que também puderam agendar reuniões estratégicas com investidores internacionais presentes em Austin.
A terceira iniciativa foi na Startup Village do SXSW com dez “empresas nascentes” para reuniões com investidores, além de painéis com o tema “Por que investir no Brasil”. O objetivo foi identificar oportunidades de investimentos de US$ 25 milhões para as startups brasileiras.
A Apex também buscou oportunidades de negócios com a Casa Brasil, espaço para palestras, atividades de networking e apresentação de produtos e conteúdo das empresas brasileiras. A quinta frente, chamada de Investimentos, organizou a presença de executivos de dez fundos de investimentos brasileiros para encontros com investidores internacionais.
O trabalho da Apex-Brasil no SXSW foi desenvolvido a partir de um conceito único criado para explorar a curiosidade de investidores. Eduardo Fraga, da empresa Giz Cultural Innovation, contratado para fazer a curadoria da participação brasileira, afirma que o grande desafio foi “colocar o Brasil com um conceito único”. Segundo ele, tudo foi desenvolvido a partir da frase “Did you know?” (Você sabia?) para fazer comparações sobre a qualidade empresarial e tecnológica do Brasil em segmentos como games, moda e audiovisual. “O nosso objetivo é surpreender o mercado norte-americano”, ressalta Fraga. “Conseguimos trazer empresas que podem competir de igual para igual com empresas dos Estados Unidos. O grande filtro é a inovação”, acrescentou. Segundo Fraga, os investimentos da Apex no SXSW 2015 somam R$ 1,5 milhão.
Frederico Miranda da Silva e Silva, gerente de economia criativa da Apex, afirma que 2015 representou “um salto” no SXSW. De acordo com ele, no ano passado houve, em média, quatro encontros para cada empresário. “Neste ano, a média é de dez. Já sei de casos de até 30 encontros agendados”, conta.
O FilmBrazil, realizado pela Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) em parceria com a Apex, participou mais uma vez do SXSW. Para Marianna de Souza, gerente do projeto, a estimativa de novos negócios ainda não pode ser feita porque eles se processam em médio prazo. “Mas, em termos de presença e participação, fizemos um trabalho mais efetivo neste ano”, ela diz. O número de empresas associadas ao FilmBrazil presentes no festival subiu de três, em 2014, para dez. “Nós também conseguimos um networking mais produtivo, com um filtro mais estratégico, atraindo muitos profissionais de diversos países dentro de um festival onde é muito difícil chamar a atenção diante das inúmeras opções de agenda.”