O tema do Fórum de Debates da APP (Associação dos Profissionais de Propaganda), realizado nesta quinta-feira (18), na ESPM, em São Paulo, foi o humor. Mas a nostalgia foi um sentimento inevitável no encontro, que foi mediado por Renato Pereira, diretor-executivo de relações com mercado da Rede Globo e vice-presidente da APP. Isso porque campanhas antigas, com boas doses de humor, foram lembradas.
“O humor das marcas de hoje, ao contrário de antigamente, precisam fazem o bem porque senão tem processos judiciais”, afirmou Valdir Bianchi, VP de criação da Mood. “Está muito perigoso fazer humor hoje”, completou. Ainda de acordo com ele, a preocupação das empresas mudou. “A tecnologia está em alta e o humor em baixa”, disse.
João Livi, VP de criação da Talent, explicou que não existe apenas um tipo de humor. Um desses tipos é o humor negro, exemplificado por ele por meio do comercial da Tigre, em que o responsável pela obra ressuscita depois de saber que os pedreiros não estariam usando o produto correto.
“O humor negro brinca com as coisas que não deram certas na vida, brinca com a morte”. Além dessa categoria, explicou Livi, existem outros tipos de humor: o ‘pastelão’, sátira, o humor fino, auto-humor, o politicamente correto, o sarcasmo, a ironia e o non-sense.
O sócio e presidente da Loducca, Celso Loducca, outro participante do debate, disse que a agência “trabalha para a marca e, justamente por isso, precisa fazer tudo de acordo com o que é possível dentro do que é permitido”, afirmou. Valdir Bianchi concorda em relação ao limite que existe, mas “a gente sempre vai encontrar uma forma de brincar com alguém, mas dentro de um limite.”
A seriedade de uma marca também foi questionada quando a empresa escolhe ir pelo caminho do humor. “Se expressar com humor não significa que a marca não será levada a sério”, destacou João Livi.