AppleWatch é apresentado em Cupertino: será que a Apple ainda lança tendência?

 

Na terça-feira, milhares de aficionados em tecnologia pararam para acompanhar o que rolava em Cupertino, na California. Na sede da Apple, Tim Cook mostrava os novos lançamentos da companhia da maçã: os dois modelos de celular, o iPhone 6 e o iPhone 6 Plus, e o Apple Watch. Antes mesmo da apresentação terminar, o mercado já passava as suas impressões sobre os produtos e especulava sobre o futuro da companhia.

Mesmo com uma legião de brandlovers, o que ficou como principal impressão foi a perda da liderança criativa e de inovação da empresa. As especificações dos novos iPhones correspondem a modelos lançados em 2013 por outras companhias, enquanto o AppleWatch não apresenta grande variação em relação a outros wearable devices.

“É impressionante como o mercado virou. Antes, a Apple lançava tendência, e agora está acompanhando-as, e isso se trata de uma mudança fundamental. Oficialmente, eles sempre diziam que não viam sentido em telas grandes (a marca fez inclusive um comercial sobre isso), mas agora correram atrás deste mercado”, conta Rodrigo Tafner, coordenador do curso de Sistema de Informação em Comunicação da ESPM.

O professor acredita que a massificação dos aparelhos Android fez com que a Apple começasse a se nortear pelo mercado, correndo atrás de seus concorrentes e apresentando produtos “sem grande inovação”. Ainda assim por ser uma “love brand” – marca amada por uma parte de seu público – ela deve ter muitos defensores e apresentar um resultado satisfatório, apesar de mais um ponto começar a incomodar: o design. “Antes não havia nenhuma comparação entre outros aparelhos e o iPhone. Mas esse novo lançamento, com bordas arredondadas e tela maior, é muito semelhante ao Samsung Galaxy S5”, explica Tafner, que não entra no mérito do sistema operacional por ser uma questão de preferência.

No que tange o AppleWatch, a linha é um pouco diferente. “A empresa parece meio perdida com o smartwatch. O vídeo de divulgação mostra mais a pulseira do que o próprio aparelho, e a visão deles de ter um ‘smartphone no pulso’ é diferente de outros relógios”, conta o coordenador, que ainda espera o mercado absorver a novidade para traçar maiores projeções – o excesso de reviews com pouco tempo de uso foi um dos itens criticados por sites especializados.

No dia do lançamento, as ações da Apple na Nasdaq variaram positivamente 3% no momento do lançamento, mas chegaram a uma baixa também de 3% quando passaram a contar as especificações e exibirem o AppleWatch. Ao fim do dia, elas estabilizaram.

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Itubaína entra na carona da AppleSe na tecnologia a Apple parece perder o fôlego, o mesmo parece não acontecer com seu imenso poder de comunicação. Já havia fãs acampados em frente a Apple Stores antes mesmo do lançamento do iPhone 6, e muitas outras marcas entraram “de carona” na divulgação.

Inúmeras postagens e anúncios de oportunidade surgiram globalmente, com companhias relacionadas a tecnologia, como HTC, ou não, como Nissin Lamen, Oreo, Caixa Econômica Federal. A arquirrival Samsung exibiu uma série de vídeos irônicos em relação aos novos lançamentos.

http://www.youtube.com/watch?v=yUnlnopG_Xs