A Aprosom (Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários) divulgou uma carta aberta endereçada à ministra da Cultura, Marta Suplicy, manifestando seu apoio à permanência de Manoel Rangel na presidência da Ancine (Agência Nacional do Cinema).
No documento, assinado por Kito Siqueira, presidente da Aprosom, a entidade afirma que Rangel compreendeu a importância da atuação das produtoras de som no cenário audiovisual e conduziu a aproximação da associação com a Ancine.
Com sua manifestação, a Aprosom segue os mesmos passos da Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais), que no final de março também divulgou uma carta-aberta à ministra defendendo que Rangel continuasse à frente da Ancine.
Marta já havia optado pela recondução de Rangel à presidência da entidade argumentando que ele acompanha o projeto de reformulação da agência e tem o apoio de grandes cineastas. Se aprovada a indicação, Rangel iniciará seu terceiro mandato à frente da Ancine.
Veja abaixo a íntegra da carta da Aprosom:
“A Aprosom, Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários, é a entidade que reúne as principais produtoras de som da indústria audiovisual brasileira e vem dar seu depoimento em relação à gestão recente da Ancine, defendendo a permanência do Sr. Manoel Rangel em seu comando.
Certa vez, perguntaram-me se o que fazemos, produção de áudio, deveria ser assunto do Ministério da Cultura ou do Ministério da Indústria e Comércio. Uma questão aparentemente ingênua, de alguém que não estava familiarizado com o nosso setor, mas que, confesso, provocou uma reflexão sobre o que representamos na cadeia produtiva do audiovisual.
Nosso sonho é que essa cadeia produtiva seja uma indústria autossustentável e competitiva. Isso não é a realidade presente, infelizmente. As empresas que representamos sobrevivem prioritariamente do faturamento obtido com a criação e produção de som para a publicidade. Por outro lado, elas são o celeiro e o abrigo dos profissionais que trabalharão em outros setores do audiovisual, como nos filmes de cinema e nos programas independentes de televisão. Por isso, representa um setor estratégico para toda a indústria audiovisual, e sem ele não haveria profissionais treinados e nutridos para produzir a Cultura. Por outro lado, sua sobrevivência e organização vêm encarando desafios crescentes que necessitam do apoio e atuação governamental, como a intensa competição de produtoras estrangeiras, por exemplo, que operam em condições tributárias e econômico-financeiras radicalmente diferentes das nossas. As produtoras brasileiras precisam de ajuda para se equilibrarem em tais condições. Precisam de fomento, precisam de visibilidade e precisam participar da política do setor.
O Sr. Manoel Rangel foi quem entendeu a importância destes fenômenos e desafios. A aproximação entre Aprosom e Ancine foi fruto dessa sensibilidade.
Hoje temos o embrião de um entendimento e de um relacionamento que julgamos serem prioritários para o futuro do nosso setor. A criação e produção de áudio, como o nome sugere ser óbvio, é parte necessária para a produção do audiovisual e um setor de áudio fortalecido colabora na formação de uma indústria audiovisual forte e independente. Acreditamos tratar-se de um caminho longo e penoso que, sem o auxílio da Ancine e do presidente Manoel Rangel, seria inviável. Sua substituição no comando da agência traria um enorme retrocesso nesse processo, e colocaria nossos pleitos praticamente na estaca zero.
Em vista disto tudo, gostaríamos de reiterar nosso clamor pela manutenção de Manoel Rangel no cargo de presidente da Ancine. É preciso que valorizemos a continuidade dos processos de entendimento entre as agências governamentais e os setores produtivos da Cultura. Manoel Rangel representa grandemente essa continuidade.
Kito Siqueira
Presidente da Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários”