O Brasil ainda vive uma forte concentração de audiência e mídia na TV aberta, especialmente na TV Globo. Mas segundo o CEO da Agência Click, Pedro Cabral, essa não é mais a tendência em nenhum País desenvolvido do mundo. “Nos Estados Unidos, os investimentos em TV aberta são menores do que em TV fechada. Não somos mais reféns da TV aberta. As pessoas na faixa de 12 a 30 anos passam o horário nobre no Msn, Orkut e na internet”, afirmou o executivo no II Fórum de Marketing, no UnicenP. Para ele, a audiência individual do MSN passou a ser mais importante do que a audiência coletiva. “Não podemos mais pensar o consumidor como target, temos de pensar o consumidor individual”, disse. Na audiência coletiva ainda não há essa interatividade e cada vez mais as pessoas buscam essa interação. “A interação dá controle e permite experimentar um pouco de tudo. Quando você tem o controle da mídia, passa a ser mais divertido”. Com isso, crescem os vídeos on demand, onde a programação fica disponível na hora em que o consumidor deseja. Cada vez mais também as pessoas passam a ser usuárias de diversos tipos de tecnologia sem necessariamente aprender como funciona essa tecnologia. Cria-se aí o conceito dos teleinterativos em vez de telespectadores.
Cabral acredita que a audiência de telefonia no Brasil é maior do que a audiência de TV, levando em conta o tempo gasto em conversas no celular. No entanto, a linguagem para propaganda no celular ainda não está totalmente definida. “Tivemos uma experiência na Click com a Coca-Cola. Decidimos transformar espaços como Surfer Msn, Biker Msn em Coke Msn com garrrafas de Coca-Cola dançantes. “Isso tem uma distribuição tão viral. Tivemos sucesso e depois de seis meses Bavaria, Adidas e outras empresas já tinham utilizado a mesma estratégia”. O CEO da Agência Click afirmou ainda que a internet hoje é o meio de comunicação mais atraente para anunciantes. No Brasil há 35 milhões de internautas, deste total, 75% pertence às classes A e B e 55% têm acesso à internet durante o trabalho, diferentemente de outros meios como jornal e TV, que têm acesso restrito ao domicílio do consumidor. Neste cenário, Cabral vê duas mídias que crescem rapidamente: os links patrocinados (Google, que têm baixo custo), e a Rich Media (mídia para internet DHTML, que utiliza tecnologia wireless over the page). “Podemos dobrar o PIB brasileiro da propaganda com os links patrocinados, onde nem sempre quem paga mais pelo click assume a liderança”, afirmou Cabral. Sandra Silva, de Curitiba