Os últimos dias e semanas foram marcados por muita incerteza e receio dos efeitos do Covid-19. Primeiramente em nossa saúde, família e amigos e em um segundo momento, dos impactos que o isolamento social pode causar na economia. Não foi diferente para o mercado publicitário que, além de se adaptar de forma ágil ao modelo de trabalho 100% remoto, precisou rever suas estratégias de uma hora para a outra. Afinal, a casa virou o lugar de estudar, trabalhar, se divertir e também comprar e as campanhas precisavam refletir esse novo cenário.
Olhar para países onde o Coronavírus já é realidade há mais tempo, mostra como o Brasil deve se comportar. São tendências macro a demanda inicial de produtos para prevenção como álcool em gel e máscaras; categorias que “podem esperar” como Moda e Móveis, tem retração na busca enquanto a procura por entretenimento (games, serviços online), alimentação e higiene pessoal ganharam muita força.
Outro comportamento identificado durante a pandemia do Covid-19 foi um crescimento maior do que a média em relação aos novos consumidores do e-commerce brasileiro. Segundo estudo divulgado pela Nielsen, houve um aumento de 17% de pessoas que realizaram pela primeira vez uma compra online.
De acordo com a pesquisa realizada com quase dois mil entrevistados pela NZN Intelligence, 71% dos respondentes afirmaram que pretendem aumentar o volume de compras online. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) também divulgou dados recentes que revelam que algumas lojas virtuais já registraram alta de mais de 180% em transações nas categorias de alimentos e saúde. E outros segmentos tiveram um crescimento médio de 30%.
É importante não só manter como reforçar a presença digital das marcas. Não só em performance, mas principalmente em awareness. Na última grande crise financeira, o subprime nos EUA, as marcas que se posicionaram bem tiveram recuperação mais rápida e até performance superior do que tinham antes da crise.
Cada setor sofre de um jeito diferente
Segundo os especialistas, até o momento, o impacto geral no mercado de anunciantes mobile é neutro. Tivemos muitos reports de campanhas com pausas ou que adiaram mas, também, de anunciantes que aumentaram seu investimento.
Antes de tomar qualquer atitude é preciso se perguntar: consumir minha marca necessita de contato humano? Minha categoria está crescendo em buscas neste momento? Qual porcentagem do meu investimento estava em mídias que foram paralisadas temporariamente como OOH e patrocínios de eventos? Estou cobrindo isso com presença online? Em um momento de alto consumo de mídia digital, quais são minhas iniciativas focadas em awareness?
A mídia digital permite, através de segmentação, ter uma boa presença de marca sem investir milhões no “mar aberto”. É um momento importante para revisar as iniciativas focadas em awareness e qual a presença da sua empresa no dia a dia digital de seus consumidores.
Bruno Oliveira é CMO da Adsplay, especialista em marketing digital e mídia programática, liderando times de e-commerce, mídia de performance e BI.