Cerca de 40 jatos da Azul já começam a operar com o sistema de TV ao vivo

 

A Azul Linhas Aéreas e a Sky divulgaram nesta terça-feira (30), em São Paulo, o novo serviço de TV ao vivo a bordo dos aviões da companhia. Serão 48 canais a serviço dos consumidores, entre eles Globo, Bandeirantes, SBT, SporTV, GNT, Multishow, Discovery Kids, Cartoon Network, CNN, Glitz e BandSports. Para os próximos meses, a ideia é que esse número chegue a 80 canais.

O projeto, que custou cerca de R$ 100 milhões e foi idealizado por David Neeleman, fundador da Azul, é o primeiro a entrar em vigor na América Latina e o sétimo no mundo. Aliás, a primeira empresa de aviação do mundo a voar com TV ao vivo foi a americana JetBlue, fundada por Neeleman (que é brasileiro) em 1999, em Nova York. Por essa razão a ideia de lançamento da TV ao vivo na Azul surgiu assim que a companhia foi fundada, há cerca de quatro anos. Porém, na época o desafio era desenvolver antenas capazes de captar um sinal de qualidade via satélite, o que não existia na América do Sul, e um sistema de TV embarcado.

Dados esses passos, desenvolvidos em parceria entre a engenharia das duas empresas com a LiveTV, responsável pela viabilização do sinal, e achado um parceiro — no caso a Sky, maior operadora de TV por assinatura via satélite do país — houve um novo desejo de lançamento do serviço, que dessa vez sofreu mais um adiamento por um alerta da própria Sky, para que o produto só fosse oferecido apenas quando todas as versões de softwares estivessem refinadas, funcionando perfeitamente independente do trajeto e movimento das aeronaves, bem como de sua posição geográfica dentro do país.

A fase de testes aconteceu durante o mês de junho e a aprovação dos passageiros sinalizou que o projeto estava pronto para ser viabilizado. “Teve momentos engraçados, com passageiros que demoravam a desembarcar por conta do programa de TV. Outros perguntavam se aquela aeronave era mais rápida, pois nem viram a viagem passar”, diz José Mario Caprioli, coo da holding Azul-Trip (em processo de fusão e que, assim que concluída, levará apenas o nome da primeira companhia), que considera este um “grande desafio tecnológico”. “E é mais um diferencial competitivo da companhia, que tem o maior espaçamento entre as poltronas e não cobra pelo seu serviço de bordo, assim como não iremos cobrar pelo serviço, diferentemente do que ocorre em outros países. Imagine nos próximos anos, que termos Copa das Confederações e Copa do Mundo, o conforto que será poder assistir aos jogos ao vivo?”, completa.

Para Luiz Eduardo Baptista da Rocha, presidente da Sky, o projeto eleva a experiência do consumidor a um patamar maior. “A razão de ser do nosso negócio são os clientes. E estamos potencializando essa relação”, afirma. “Tanto que não teremos retorno financeiro, mas sim, de valor percebido”, enfatiza. Em relação ao aumento do número de canais, o executivo diz que existem algumas dificuldades que impedem que os acordos sejam fechados rapidamente. “Alguns são controlados por empresas de fora, outros possuem polices internas. Também há a questão da segurança do que será exibido. Eu acredito quer as empresas que toparam entrar no projeto são aquelas mais propensas a acreditar no que é novo”, ressalta Rocha.

Hoje a Azul opera com quase 60 aeronaves, número semelhante ao da Trip. Cerca de 40 delas — apenas da Azul, já que os aviões da Trip terão que passar pelas mesmas adaptações, o que deve acontecer após a conclusão da fusão —, fabricadas pela Embraer (cujos jatos já são certificados de fábrica para adotarem o sistema, pois são fornecedores também da Jet Blue), começam a operar com o sistema. “Os aviões turbopropulsores, que usamos para viagens bem curtas, com cerca de meia hora de duração, ainda não terão a tecnologia”, explica Caprioli.

Uma campanha publicitária está sendo criada para divulgar o novo serviço. A agência é a DPZ, que atende a Azul, mas será aprovada pelas duas empresas. A Sky faz parte da carteira de clientes da Giovanni+Draftfcb.