Criar estratégias de marketing para consumidores de baixa renda é um desafio para os anunciantes, mas este grupo formado por quatro bilhões de pessoas e que movimenta US$ 5 trilhões por ano em todo o mundo não pode ser ignorado.

Segundo Wander Meijer, ceo para a América Latina da TNS, na América Latina e Caribe 350 milhões de pessoas compõem o BoP (Base of Pyramide ou Base da Pirâmide) e movimentam anualmente US$ 35 bilhões. “A crise econômica fez com que os pobres voltassem a ser pobres novamente, mas isso mudará e haverá uma melhora na renda e um movimento nesta pirâmide. Mesmo assim, o BoP oferece inúmeras oportunidades de mercado”, explicou Meijer durante o evento The Next Four Billion – Marketing para a Base da Pirâmide.

Se comunicar com esse público não é tão difícil como se pode imaginar, pois a cada 10 pessoas, nove têm TV a cores e escutam rádio. Além disso, 70% compram marcas líderes em categorias. “Eles preferem comprar as marcas líderes para não correr o risco. Na Europa, as private labels são líderes em vendas e na América Latina não porque as pessoas não confiam, por mais que a qualidade dos produtos seja quase igual das marcas líderes”, explicou Meijer. O executivo também disse que independentemente da comunicação feita para as pessoas de baixa renda, é fundamental que não os lembrem que são pobres, mas sim, que se diga que eles podem.

BRASIL
Cerca de 97 milhões de brasileiros formam a base da pirâmide, o que representa 47% da sociedade pertencente às classes C e D. Essas pessoas vivem em áreas urbanas, diferentemente do que ocorre na África e Ásia, onde as pessoas de baixa renda estão locadas em áreas rurais. As principais capitais brasileiras que concentram o BoP são Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Este grupo também é responsável por consumir R$ 34 bilhões ao ano, apesar de 20% das despesas não serem fixas.

Os brasileiros pertencentes ao BoP também têm a TV como principal meio de comunicação, sendo Globo, Record e SBT as emissoras mais assistidas por eles, principalmente pelos jovens.

por Maria Fernanda Malozzi