A rede inglesa de agências BBH quer estreitar a relação entre publicidade e entretenimento e trazer seus criativos para a linha de frente na gestão do negócio. Na semana passada, a companhia reuniu em Los Angeles, a capital da indústria do showbiz, os chefes criativos de seus sete escritórios ao redor do mundo para tratar de briefings globais e de oportunidades em cada país.
A cidade também foi escolhida para o encontro por abrigar um dos escritórios da BBH com maior número de projetos com um pé no entretenimento. Entre os trabalhos da agência está o desenvolvimento de uma fragrância para o cantor canadense Justin Bieber. “A propaganda será menos propaganda e cada vez mais digital e entretenimento. É uma abordagem não convencional da publicidade”, afirmou Alexandre Gama, CCO global da BBH, que coordenou o encontro – o primeiro de uma série de reuniões que serão feitas a cada trimestre. A próxima será em São Paulo.
Gama convidou nomes do entretenimento americano para falar com os criativos. Greg Mailins, produtor-executivo da série “Friends”, foi um dos que dividiu o seu processo de criação. “O futuro da publicidade é ser um animal com mais cabeças. Vejo ela caminhando globalmente para essa multiplicidade”, apontou o executivo. Outro assunto na pauta foi a aproximação dos criativos com o negócio da agência. “O objetivo é tirá-lo da bolha e levá-lo para a frente da trincheira do negócio”, sugeriu Gama.
Uma das formas práticas será reuniões semanas entre os diretores de criação e os de negócios para discutir as estratégias da agência. O modelo é o implantado pelo criativo no escritório brasileiro da rede, a Neogama/BBH. Ao ser indicado no ano passado para ocupar o cargo de John Hegarty, um dos fundadores da agência e que respondia pela criação global da companhia, Gama trouxe a pauta da aproximação entre criatividade e business.
Outro objetivo do brasileiro é fortalecer os escritórios locais da rede, que possui unidades na Inglaterra, Cingapura, Índia, China, Estados Unidos e Brasil. “Antes tínhamos a filosofia de ter uma mesma agência em sete lugares. A minha proposta é adotar a postura de sete agências em sete lugares. Elas não podem ser a filial global de uma empresa inglesa”, disse.