Os investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) devem chegar a US$ 220 milhões até o final do ano no Oportunidades para a Maioria, projeto de financiamento direcionado a ações para a base da pirâmide com atuações em áreas como saúde, educação e habitação. Nos três primeiros anos da iniciativa, fase-piloto, 24 iniciativas foram aprovadas, recebendo aportes que totalizam US$ 160 milhões. A partir de 2012, o programa terá à disposição US$ 100 milhões anuais, o dobro do valor investido atualmente.
O projeto para a América latina e Caribe foi desenvolvido para apoiar ações de empresas privadas, com a proposta de cobrir as lacunas que o estado sozinho não consegue suprir. “Estamos abertos para negócios e serviços que demonstrem ter escala para a população de baixa renda”, afirmou Luis Alberto Moreno, presidente do BID. E complementou: “O tamanho da empresa não importa muito em comparação com o total das pessoas impactadas pelas ações”.
Os financiamentos do BID podem atingir cifras de até US$ 10 milhões para cada projeto, com aporte de até 25% para propostas iniciantes e 40% para a expansão de iniciativas. Diferentemente de outros programas, não conta com juros subsidiados. “Não quer competir com o mercado”, segundo Luiz Ros, diretor do departamento de Oportunidades para a Maioria. E acrescentou: “Se não for negócio não alcança escala”. Como diferencial, Ros destacou o conhecimento e a capacidade de desenvolvimento do qual o BID dispõe, além de prazos normalmente mais alongados, de acordo com o formato de cada ação.
De acordo com Moreno, as ações são um complemento às políticas sociais dos governos, que também podem participar do programa. “As parcerias público privadas são da essência dos projetos que queremos apoiar”.
Em dezembro do ano passado, o Brasil teve o seu primeiro projeto aprovado pelo BID, com o aporte de US$ 10 milhões para o distribuidor Tenda Atacado. A empresa pretende aumentar o seu programa de crédito a microempresários de baixa de renda.
Até o término de 2015, o objetivo do banco é impactar mais de 2,2 milhões de pessoas. Segundo o BID, o mercado da base da pirâmide na América Latina movimenta US$ 509 bilhões anuais e envolve 360 milhões de pessoas.
Por Marcos Bonfim