Dispositivos em todos os lugares, novos aplicativos lançados todos os dias, um bombardeio de informações e a mobilidade cada vez mais presente – este é o cenário em que estamos inseridos hoje, a era do Big Data. Um contexto em que é muito difícil se destacar, mas, ao mesmo tempo, no qual as pessoas estão dispostas a compartilhar seus dados como moeda de troca. Prova disso é uma pesquisa da Dunnhumby, consultoria focada em ciência do consumidor, que aponta que 88% das pessoas topam compartilhar informações individuais e de consumo com empresas para receber descontos e ofertas exclusivas.
Isso gera uma excelente oportunidade para que o setor de marketing de qualquer empresa conheça seu público-alvo comprofundidade. Afinal, além dessa facilidade de coleta, as informações públicas presentes na navegação do próprio website, redes sociais, aplicativos e todo tipo de dispositivo são insumos incontáveis. A partir dessa infinidade de dados, é possível identificar padrões, prever tendências e personalizar o atendimento para melhorar a experiência do cliente significativamente – seja ele um consumidor final ou outra empresa.
Conhecendo, por exemplo, o local do website com maior taxa de rejeição, é possível fazer mudanças para melhorar a jornada do usuário e levá-lo com mais facilidade até as respostas que ele necessita. Saber a quais palavras o nome da empresa está relacionado nas Redes Sociais apoia no reconhecimento da percepção de sua marca para o desenvolvimento de campanhas e posicionamentos mais precisos. Estudar seus seguidores nestes mesmos ambientes permite entender o comportamento do seu público-alvo em detalhes. Mais que isso, campanhas direcionadas, com base em localização ou interesses específicos, por exemplo, também se tornam possíveis quando os números são bem aproveitados pelos profissionais de marketing.
As possibilidades do Big Data são incontáveis. No entanto, nada disso é possível sem um excelente filtro e análise das informações. Saber quais são os indicadores ideais e ter uma ferramenta útil e intuitiva, que pode ser operada por todos os integrantes do time, torna mais simples enxergar oportunidades de todos os ângulos. Esse tipo de solução self-service permite que cada colaborador faça suas próprias análises e tenha importantes insights sem a dependência de outras áreas, como a de TI, por exemplo. Isso traz mais agilidade ao processo, além de garantir flexibilidade, afinal, cada um pode cruzar os dados de maneiras diferentes para encontrar novas respostas e oportunidades.
Mais que isso, a inteligência deve ser real-time – afinal, se seu cliente publica algo em um blog ou rede social, é essencial saber imediatamente para responder em pouco tempo e tirar o maior proveito dessa interação direta e personalizada. Há uma relação direta entre o tempo de resposta ao cliente e as chances de aquele pequeno comentário se transformar em uma grande crise ou um excelente caso de sucesso.
Tudo isso em mãos, mas sem um profissional com perfil digital e uma visão criativa do futuro, não adianta nada. Uma pesquisa da Russell Reynolds Associates revela que 48% dos 30 maiores varejistas dos USA demitiram seus CMOs nos últimos 12 meses os substituíram por profissionais com qualificações de conhecimento digital. E a tendência é que a necessidade por executivos com este perfil cresça em todos os setores.
Por isso, é imprescindível ao profissional de marketing se manter atualizado com relação às novas ferramentas digitais e de análise, que ajudam a mapear e compreender o público. Isso revoluciona todo o trabalho criativo do setor, tornando-o ainda mais preciso, focado e com mais chances de conquistar excelentes resultados ao mapear novas oportunidades e melhorar a experiência do cliente, garantindo uma maior fidelização – e, claro, mais possibilidades de venda para a organização.
André Felipe é diretor de marketing da Qlik