Silvio Lach entre os dois novos sócios na Bloco C: Glauco Pochine (esq.) e Daniel Fernandes

Silvio Lachtermacher está de volta à publicidade. Depois de quatro anos sabáticos – mas nem tanto –, o profissional vai liderar a recém-inaugurada Bloco C, a convite de Glauco Pochine, sócio-fundador da Conexão Brasil. A operação, que também tem Daniel Fernandes entre os sócios, trabalhará exclusivamente para o mercado imobiliário, especialmente o carioca, e nasce herdando os clientes do segmento que estavam na Conexão, entre eles STR Incorporações e as construtoras Meta e Martinelli, além da Patrimóvel – uma das maiores verbas do setor.

Após atuar como sócio e diretor de criação de agências como Staff, Comunicação Carioca e Laxmi+, Silvio Lach, como ficou mais conhecido, passou os últimos anos dedicado a projetos pessoais, especialmente ligados ao humor. Depois de ter sido colunista d’OPasquim21 e do Jornal do Brasil, além de fundar com Ulisses Mattos a revista M…, o publicitário se aventurou com sucesso em projetos pioneiros no Twitter, o que lhe trouxe muita visibilidade e seguidores para o perfil @SilvioLach. É dele também, em parceria com Mattos, o @Na_Kombi, coletivo de humor que conta com a participação de personalidades dos mais variados meios, inclusive da publicidade, e que deu origem recente a um livro com as principais frases nascidas com o projeto.

Vislumbrando um novo leque de possibilidades e com um convite na hora certa, Lach aceitou assumir a Bloco C. “Depois do lançamento do livro, fui chamado para prestar consultoria na Selulloid, que estava ampliando sua especialização em branded content. Logo que esse trabalho acabou, em dezembro de 2010, o Glauco me ligou e marcou uma conversa”, contou o publicitário. “Esses quatro anos conhecendo as redes sociais abriram muito minha cabeça. Trabalhei décadas com o mercado imobiliário e percebi que um trabalho de inteligência nesse segmento, tão renegado e de linguagem engessada, seria um ótimo caminho. O iPad pode ser a evolução do folheto, com informação transmedia. Aplicativos mobile dão milhões de novas ferramentas para um corretor, como já acontece lá fora, onde só de apontar o celular para um prédio é possível ver sua planta e detalhes. Quando você olha isso, percebe que conteúdo e boas ideias vestem como uma luva nesse mercado”, completou.

Lach também ressaltou o poder de investimento em publicidade que o setor possui atualmente e a necessidade de regionalização, ao contrário daquilo que os próprios clientes começaram a buscar nos últimos tempos. “Quando deixei o mercado, as contas grandes do segmento estavam começando a procurar agências maiores e exclusivas. Porém, perceberam que um tratamento nacional era bom para sua imagem institucional, mas não para negócios regionais. A abordagem de cada lançamento, para cada região, deve ser única, tanto em linguagem quanto em formato”, destacou, apontando este como outro grande motivo para a aposta especificamente no segmento imobiliário.

Conquistado pelas redes, Lach não deve participar de trabalhos da Conexão Brasil, apesar de a Bloco C, mesmo com independência, se manter estreitamente próxima à operação que lhe deu origem. O profissional prefere usar o tempo livre para dar continuidade aos projetos que mudaram sua forma de pensar a comunicação e uniram prazer e trabalho. “Adoro fazer tudo isso que faço há quatro anos. Meu prazer ainda é muito ligado ao humor e pretendo dedicar o pouco tempo que me sobrar a ele”, garantiu.

Mesmo assim, Lach não descarta a possibilidade de ampliar ainda mais os conceitos aprendidos em um novo projeto profissional no futuro, que atenda a todos os setores com os ideais agora voltados ao ramo imobiliário.

“Percebi que nenhum segmento sabe ainda como trabalhar direito com redes sociais. As empresas estão aprendendo, inicialmente voltadas ao gerenciamento de crise, mas há muito mais que isso a se fazer. Não quero mais me dedicar simplesmente à publicidade tradicional, mas não descarto a possibilidade de, no futuro, abrir uma operação voltada à inteligência de comunicação e conteúdo, exatamente o que quero implementar na Bloco C, mas disposta a atender a qualquer um. Isso sim é algo que me encantaria”, adiantou Lach.

por Karan Novas