O mercado brasileiro de equipamentos e infraestrutura para televisão e produção comercial de áudio e vídeo movimentará cerca de R$ 750 milhões em 2014, considerando a Copa do Mundo e as eleições. Esse valor é 10% superior ao do ano passado, quando os principais contratos do setor para a cobertura do Mundial foram fechados. No entanto, para Victor Piroja, presidente e CEO da VP Group, ainda existe uma distância em relação aos mercados europeu e americano.
“Há uma distância importante e ela está relacionada às diferenças entre o PIB de cada região. Entretanto, devemos ressaltar que no Brasil o mercado de mídia e entretenimento tem grande relevância na nossa economia. Mantidas as proporções, ele é duas vezes maior do que o norte-americano na parcela que ocupa do PIB”, diz.
Piroja revela que alguns contratos são fechados às vésperas dos eventos e têm impacto no volume de negócios. No caso da Copa do Mundo, diz ele, esses contratos estão atrelados às cotas de patrocínio, estratégias de cobertura para cada mercado e até mesmo a evolução das seleções ao longo da competição. “Já as eleições são sensíveis aos acordos entre partidos, que também afetam o volume de contratos para compra de equipamentos e produção de programas”, garante.
A expectativa, porém, é de que este número seja incrementado em 15% em 2015, quando têm início os investimentos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. Esse crescimento estimado deve-se às Olimpíadas chegarem a ter oito eventos simultâneos e precisarem de mais equipes de profissionais para acompanhar as delegações e competições.
Publicidade
Victor Piroja afirma que, para o mercado publicitário, os jogos de 2016 serão melhores. “Há um interesse muito diversificado nas competições que acontecem simultaneamente e ao longo do dia. O investimento para realizar o evento Olimpíadas é superior ao do evento Copa, e a publicidade acompanha”, afirma. Em 2016, ano também das eleições municipais, os investimentos no mercado de audiovisual televisivo deverão atingir os R$ 900 milhões.
Para o CEO da VP Group, esse é um momento ímpar para o Brasil. “A publicidade brasileira poderia aproveitar essa fase apoiando efetivamente os esportes olímpicos, antes e depois das Olimpíadas, criando empatia com o consumidor ao demonstrar o seu compromisso com a promoção de uma vida saudável”.
Já no segmento de Cinema, os maiores investimentos estão sendo feitos na digitalização das salas de exibição. Atualmente, pouco mais de 1000 salas – das 2,5 mil existentes no país – ainda precisam ser migradas para digital. Esse mercado representa até R$ 250 milhões em investimentos nos próximos três anos. “Os produtores de cinema estão abertos a diversos formatos de merchandising e parcerias com os anunciantes, e esta relação tem evoluído com sucesso. É um caminho interessante, porque dá mais autonomia a quem cria e produz e a longo prazo pode tornar esta indústria menos dependente de financiamento estatal e da renúncia fiscal”, diz. “É importante lembrar que graças à digitalização, hoje há novas maneiras de aproveitar as salas de cinema, como em transmissões de competições e shows ao vivo”, completa.
Broadcast & Cable
O Broadcast & Cable traz para a edição deste ano uma nova grade de conferências, cursos práticos e muito espaço na área de exposição para as mais recentes tecnologias de produção e engenharia de televisão, cinema, publicidade, animação 3D, games e novas mídias. A feira e congresso, que será realizado entre os dias 29 de julho e 1º de agosto no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, reunirá os principais fornecedores para criação de conteúdo audiovisual, estúdios, produções cinematográficas, radiodifusão, broadband, efeitos visuais, mixagem de som, HDTV, 4K, Ultra HD, OTT, entre outras.
Um dos destaques do evento é a sala de cinema com tecnologia 4K, que terá programação contínua durante os quatro dias de evento. Os participantes também poderão manusear equipamentos UltraHD nos workshops da série “Workflow de captação de 2K a 6K”, outro destaque do Congresso Panorama Audiovisual, durante a Broadcast & Cable 2014. “O evento tem a missão de apresentar as tecnologias mais adequadas para produzir e distribuir mídia dentro de cada orçamento. Ele também é o mais importante fórum do país para analisar as soluções que irão predominar na televisão, cinema e nas novas mídias, nos próximos dez anos”, diz Piroja.