Um comércio sem barreiras, no qual o consumidor possa ficar à vontade para experimentar os mais diversos tipos de produtos. Esse é o mote do estudo “Now next why – 4 tendências”, que a redatora da Bullet – empresa de marketing promocional do Grupo Talkability, dos sócios Fernando Figueiredo e Mentor Muniz Neto –, Gica Trierweiler, apresentou na semana passada para os profissionais da agência. São quatro tendências com base em estudos e eventos de mercados internacionais.
A primeira delas, denominada “Frictionless commerce”, trata exatamente do comércio sem barreiras. Segundo Gica, “os consumidores estão sem paciência para chatice”. “Precisamos agilizar e minimizar as barreiras que ficam entre o ‘quero comprar isso’ e o ‘comprei isso’. Formas de pagamento digital, programas de relacionamento sem cupons, compras em lugares inusitados (provadores de roupa, metrô, abrigo de ônibus, táxi) e aplicativos que facilitam a vida do consumidor estão em alta e esse é um caminho sem volta”, ressalta.
Como exemplo Gica citou o aplicativo da londrina Harrods, a mais conceituada loja de departamentos do mundo. “Ele localiza facilmente todas as seções da loja o que, no caso da Harrods, é uma ajuda e tanto. Com isso os consumidores podem escolher o que comprar sem ter que consultar vendedor”. A redatora cita também exemplos da Starbucks, que movimentou cerca de US$ 100 milhões com seu aplicativo em um ano, atingindo mais de um milhão de celulares. “A Amex prevê que 53% dos smartphones terão tecnologia NFC até 2015, o que irá facilitar ainda mais o pagamento digital de modo bem rápido”, afirma Gica.
As outras três tendências do estudo são “Social business”, “Augmented content” e “Living data”. A primeira, dos negócios sociais, fala sobre o sentido de estar presente nas redes de relacionamento. “Muita gente pensava que era suficiente ter uma marca presente nas principais redes sociais. Se essa presença não tiver algum sentido ou conteúdo relevante verdadeiramente diferente do que dizem os comerciais, esse esforço passa a ser inútil. E a presença digital da marca acaba virando um SAC a céu aberto”, alerta Gica, dizendo que o “Social business” é a evolução da presença em social media. “É ser ultratransparente e, de fato, escancarar os canais de diálogo com o consumidor”, completa. Mentor Muniz Neto acrescenta que as empresas têm que prover para os consumidores ferramentas que tornem o uso das redes sociais mais bacana. “A EMI lançou um API que possibilita o compartilhamento das vendas de seu acervo, dividindo os lucros com o usuário. É um passo mais à frente ainda”, diz.
Quanto ao “Augmented content” (Conteúdo aumentado), é a mistura de todas as tecnologias. “Você assiste televisão com o tablet ou celular na mão e comenta no Facebook ou Twitter tudo o que vê. Veículos e marcas estão criando apps e serviços que agregam conteúdo ao que o consumidor esteja vendo, como o app MTV WatchWith, que complementa a programação em real time”, explica Gica. Isso vale também para o comércio, o primeiro item do estudo, já que, segundo Gica, a tendência do consumidor hoje é “juntar o audiovisual da TV, a interatividade da web e as multifunções do smartphone, fornecendo uma experiencia inesquecivel no pdv”. Por fim, o último tema do estudo, “Living data” (Dados vivos), tem como princípio as pessoas usarem os dados do dia a dia para mudar seus hábitos.
Realidade
Mentor Muniz Neto diz que a Bullet sempre teve a preocupação de antecipar tendências. “Hoje exsitem até empresas que são contratadas para ditar tais tendências, mas temos que saber filtrá-la. Não adianta nada saber o que o mundo inteiro está fazendo se isso não estiver de acordo com a realidade do brasileiro”, afirma, lembrando que nas viagens que Gica tem feito com essa função (a redatora da Bullet esteve recentemente em Londres e Nova York, e irá embarcar novamente para a cidade americana em breve), existe essa preocupação. “A Gica tem ido atrás de fontes bacanas e que de alguma maneira possam nos dar insights para nossos clientes. Para isso, ela filtra o que pode ser usado em nosso mercado, indo sempre atrás de algo cotidiano e que não seja subjetivo”.
Para o executivo, isso é fundamental hoje em dia em um mercado competitivo como o de marketing promocional. “Uma coisa é quando você trabalha com a publicidade tradicional, utilizando campanhas de longa duração, e pode acertar qualquer problema lá pela frente. Outra quando estamos no PDV e temos menos de um mês para falar com o consumidor e gerar vendas para o cliente”, diz. Esses insights também servem para a própria equipe da agência que, segundo Neto, tem que estar ligadas no que ocorre no mundo e saber aplicar isso, se necessário, para os clientes.
Sobre o fato de “o que pode ser tendência hoje, pode já não ser em pouquíssimo tempo”, esse é o único “medo” de Neto. “Não podemos bobear e parar no tempo, em um mundo em que tudo está mudando de forma muito rápida. Se bobearmos, poderemos estar falando de algo subjetivo, que já não irá fazer efeito para resolver os problemas de nossos clientes”.