Às vésperas das finais da temporada 2018/2019 da NBA – a primeira partida entre Toronto Raptors e Golden State Warriors está marcada para  esta quinta-feira (30), a liga norte-americana de basquete vive momento positivo no Brasil, um de seus principais mercados globais. Segundo Rodrigo Vicentini, head da NBA no Brasil, o país é o segundo mercado da liga, atrás apenas da China em quesitos como audiência, torcida e patrocínios, entre outros. 

“No ano passado, a gente fez uma pesquisa com uma consultoria e a gente analisou mais de 40 itens para identificar a maturidade de cada negócio no mundo inteiro. E a NBA Brasil foi identificada como segundo mercado prioritário”.

Nesta temporada, os resultados de popularidade prometem ser ainda melhores, isso porque, após 20 anos sem transmissões dos jogos na TV aberta, a liga volta a ser exibida na Band. O acordo prevê também a produção do quadro NBA Freestyle, exibido aos domingos no programa Band Esporte Clube. A atração traz curiosidades e melhores lances das partidas.

Também a partir desta quinta-feira, os brasileiros poderão acompanhar os jogos na NBA House, espaço de experiências em São Paulo.  O projeto tem patrocínios de Budweiser, Vivo, Gatorade e Nescau. Na entrevista a seguir, Vicentini fala sobre o crescimento do basquete no Brasil, as constribuições da liga para o desenvolvimento do esporte e sua relação com patrocinadores.

A NBA está completando 7 anos no Brasil, e de lá para cá, se tornou o 2º mercado mais estratégico para a liga no mundo. Por que tamanha relevância?

No ano passado, a gente fez uma pesquisa com uma consultoria e a gente analisou mais de 40 itens para identificar a maturidade de cada negócio no mundo inteiro. E a NBA Brasil foi identificado como segundo mercado prioritário, atrás apenas da China de todos os escritórios da NBA pelo mundo. A gente analisou o potencial de crescimento, patrocínios, sistema de basquete, praticantes, oportunidade de crescimento, entre outros fatores. O fuso-horário também contribui. A gente é muito privilegiado na hora em que os jogos são transmitidos.

Falando em transmissão das partidas, vocês acabaram de assinar com a Band para exibir as finais depois de 20 anos fora da TV aberta . Qual é a relevância desse acordo?

A gente fechou essa parceria para dois produtos: um programa semanal chamado NBA Freestyle, que é um produto que vai ao ar todo domingo dentro do programa Band Esporte Clube. Nessa revista, a gente traz os melhores momentos, as melhores enterradas, momentos engraçados, conteúdos que ajudam a popularizar cada vez mais o basquete. Parte desse programa é como um b-a-bá da NBA, o nosso fã assiste para entender o que está acontecendo na liga. Mas quem não está no nosso universo tem a oportunidade de entender como funciona, as jogadas, nomenclaturas, qual o nosso lifestyle etc. E o outro produto é a transmissão das finais em si, o grande ápice do torneio. Depois de 20 anos, é muito importante ter novamente esse canal de distribuição.

 

Em que momento está o brasileiro no quesito  interesse pelo basquete? Qual trabalho vocês têm feito para ajudar a popularizar o esporte?

O brasileiro ama esporte. A hora em que a gente vê o jogo aqui, comparado em outros países, se você der uma cesta e uma bola, o brasileiro vai entender, ele codifica isso muito fácil, o que não ocorre na Índia, por exemplo, porque lá o críquete é muito forte. O que a gente nota é que todas as frentes de negócio da NBA cresceram de forma vertical. Nas transmissões dos jogos, por exemplo, temos mais de 300 ao vivo. É o primeiro esporte em horas de transmissão, tanto na TV paga quanto na aberta. Tem muito conteúdo da liga sendo transmitido e a tendência é que isso cresça. Ano passado, na reta final, a gente bateu crescimento de quase 70% no SporTV e 40% na ESPN. Ou seja, cada vez mais brasileiros estão vendo a NBA.

A NBA tem parceria com a Liga Brasileira de Basquete. Que tipo de troca vocês oferecem à entidade local?

A ideia de que o fã deve estar em primeiro lugar. Essa coisa de buscar a excelência dentro e fora da quadra impacta os negócios. Você vira fã ou deixa de virar muito rápido. Se eu garantir que o consumidor baixe o aplicativo, tenha uma experiência legal na loja, que ele veja jogadas incríveis, não tem por que ele não consumir nossa marca. E esse espírito a gente passou para a liga local. Essa lógica de tratar muito bem o fã.

Fazemos também o Jogo das Estrelas há oito anos no Brasil. Toda parte de negócios da NBA também é passada. Como vender, como valorizar o ativo, que tipo de proposta fazer, não ser aquela coisa de obter o dinheiro do patrocinador a qualquer custo. A relação é de ouvir qual é a história que a marca quer contar e como ajudá-la a desenvolver.  Todo mundo precisa de dinheiro, óbvio, mas é preciso entender o objetivo de negócio porque senão a parceria não dura.

 Mais do que esporte, basquete está ligado a estilo de vida. A NBA está apostando muito em plataformas e projetos voltados para lifestyle. Como tem sido esse trabalho?

 Além do jogo de basquete em si, a NBA é uma love brand.  O brasileiro consome dentro e fora da quadra. Tem um lado de lifestyle muito forte. Tem gente que não sabe quem é o LeBron James, nem o Los Angeles Lakers, mas a liga é muito consumida como marca. Isso justifica nosso crescimento aqui no Brasil.

Se você olhar em outros esportes, o futebol, por exemplo, é quase impossível ver um torcedor do Corinthians comprar uma camisa nova do Palmeiras porque gostou do verde ou porque combina com o estilo de roupa. Quando você leva isso para a NBA,  gente vê que nossos fãs consomem muito os produtos da liga em si, mas também os itens do seu time favorito, mas sem deixar de comprar coisas de outros times. Compram uma regata do Bulls, um boné do Lakers. Isso tem muito a ver com a questão do lifestyle.

Esta é a primeira vez que a NBA chega a São Paulo, depois de passar por Nova York, Londres, Rio de Janeiro e outras cidades. Quais são as principais apostas e experiências disponíveis?

O projeto é uma plataforma global que esteve no Brasil em 2016, durante as Olimpíadas no Rio, onde foi eleita a melhor casa temática do período. Passaram mais de 80 mil pessoas por ali. E agora a gente traz esse grande sucesso para São Paulo. O projeto foi concebido para construir um grande parque de diversão para os fãs. A ideia é que a gente ofereça mais de 20 atrações e ativações de marcas para que os fãs possam mergulhar nesse universo e se sintam abraçados.

A casa funcionará em dois polos, um durante as noites de jogos e também durante o dia aos finais de semana para a família. A expectativa é que a gente receba mais de 25 mil pessoas. Vamos ter uma quadra digital, uma outra quadra tradicional para o desafio de habilidades e um telão de 32 metros quadrados para poder assistir ao jogo. Vamos montar também um belo sports bar para quem curte um hamburger e uma cerveja. Criamos também um espaço kids para os pais deixarem os filhos ali brincando e uma área só de foodtrucks, fora as ativações de parceiros, como Vivo, Gatorade, Nescau e Budweiser.