Produtora é resultado da união das extintas JX Plural e Made to Create

PAULO MACEDO
DE CANNES

Para atender as novas demandas de informação visual dos anunciantes, cada vez mais interessados em formatos além dos tradicionais 30 segundos, a JX Plural e a Made to Create anunciaram a união das duas produtoras. O resultado é a Bossa Nova Films, lançada na semana passada no Festival Cannes, com previsão de começar a operar em julho. O novo negócio surge com faturamento anual de R$ 20 milhões.

A nova partitura de produção une os diretores Julio Xavier da Silveira, responsável por clássicos como “Você veio aqui para beber ou conversar” e “Primeiro sutiã”, Paula Trabulsi e Willy Biondani e, também, os produtores Irmã Palma (ações internacionais), Denise Gomes (broadcasting) e Eduardo Tibiriçá.

Não é uma simples fusão operacional, como destacam os sócios, mas uma guinada conceitual que contempla não apenas a publicidade, responsável atualmente pela maioria dos negócios. O surgimento de novas mídias que usam a imagem como ferramenta, como telefones móveis, palms, mídia exterior e computadores, por exemplo, apressou a formatação do novo negócio. “A publicidade ainda é a base, mas temos que prospectar outras áreas para oferecer soluções ao mercado anunciante”, explica Biondani.

“É uma bossa que nos permite ser mais objetivos e com foco 360 graus”, acrescentou Denise.

Além de Xavier da Silveira, Biondani e Paula Trabulsi, a Bossa Nova Films tem outros sete diretores, cada um com perfil específico, entre os quais Paulo Gama e Luiz Villaça. Há também uma parceria com a Cinegráfika, bureau especializado em ações 3D, pós produção e design gráfico. “Eles vão continuar independentes e com sua identidade mantida, mas passa a ter uma sinergia constante com os trabalhos da Bossa Nova, integrando muito mais os talentos de ambas as empresas e potencializando o negócio de todos”, acrescentou Denise.

A pauta de produções internacionais ocupa parte significativa da produtora. Essa expertise foi construída principalmente pela extinta JX Plural, cujas receitas contabilizavam 45% de recursos captados no exterior. Paula Trabulsi está acostumada a dirigir trabalhos panregionais para Unilever, Procter & Gamble e Danone. “Seus trabalhos para a Unilever baseados em campanhas comportamentais, são hoje referência de marca no mundo”, destacou a mexicana Irmã Palma, que aposta no tripé preço, diversidade de locações e de diretores para ampliar essa área na Bossa Nova.

Os diretores da Bossa Nova formam um núcleo criativo com objetivo de troca de conhecimentos para “encontrar a linguagem adequada para cada projeto”. Também faz parte dessa partitura, a diretora de criação Margot Soriani, ex-sócia da Bridge. “A criação é a base de tudo e fundo é o nosso principal produto”, sintetizou Xavier da Silveira. A Bossa Nova não oferece só o Brasil. Ela tem estrutura de produção e casting na Argentina, Estados Unidos, Chile e México.