Festival, que acontece entre os dias 20 e 24 de junho, informou também que não cobrará inscrições de criativos ucranianos

O Cannes Lions não aceitará inscrições de agências e anunciantes russos na edição deste ano do prêmio. Além disso, a organização baniu todos os delegados da Rússia do festival deste ano.

A decisão é uma resposta aos ataques do país de Vladimir Putim à Ucrânia.  

"Apesar de nosso desejo de celebrar a criatividade de onde quer que ela venha, tomamos a decisão de não aceitar inscrições ou delegações de organizações russas no Cannes Lions", informou.

A organização também afirmou que os criativos da Ucrânia poderão participar do festival gratuitamente.

A medida de Cannes segue a linha de sanções e medidas que empresas e entidades tomaram em relação à guerra entre os dois países. Microsoft, Apple e Google suspendera, alguns de seus serviços na Rússia em resposta a invasão na Ucrânia.

A Apple, por exemplo, anunciou a interrupção da venda de seus produtos no território russo, enquanto o Google informou que desativou temporariamente os dados de tráfego ao vivo do Google Maps na Ucrânia. Segundo a empresa da Alphabet, a decisão foi tomada para a segurança dos ucranianos.

SITUAÇÃO NA UCRÂNIA
Em entrevista ao PROPMARK, Irina Lylyk, presidente da Associação Ucraniana de Marketing (UAM), descreveu como está a situação no país. “Como outras mulheres, periodicamente desço ao porão para salvar meus filhos do bombardeio. É além da compreensão, no século 21 na capital de um grande país europeu, passar a noite no porão ou no metrô para escapar das bombas”, afirma.

Em tempos de mudança nas prioridades, ela conta que a associação se transformou em um ponto de conexão entre os profissionais, incluindo aqueles que estão em outras regiões do país.

“Nós temos nosso canal de comunicação no Viber, onde todos compartilham notícias e também recebem informações de quem precisa de ajuda. Tentamos informar uns aos outros todos os dias se estamos bem e o que estava acontecendo durante a noite”, explica. Ela diz que essa união tem permitido, inclusive, que algumas pessoas forneçam abrigo para quem saiu de áreas em zonas de perigo.