Pessoas têm o direito de falar e marcas o de aparecer na plataforma

Após declarar que “prefere o dinheiro de assinatura que da propaganda”, o bilionário Elon Musk se reaproxima do mercado publicitário global com presença em painel realizado na manhã desta quarta-feira (19) pelo Cannes Lions.

O dono do X (ex-Twitter) e CEO da Tesla e Space X, participou da sessão ‘Exploring the new frontiers of innovation’, que foi mediada por Mark Read, CEO do grupo WPP. Lotado, o auditório Lumière Theatre, do Palais des Festivals, viu Read desferir perguntas espinhosas a Musk.

“O que você quis dizer exatamente quando mandou o mercado publicitário se danar?”, questionou Read. Musk respondeu que “pessoas têm o direito de falar e marcas o de aparecer na plataforma”. Para o empresário, a propaganda eficaz é aquela que consegue atingir o target que consome um determinado tipo de conteúdo.

Elon Musk e Mark Read: respostas vagas para perguntas espinhosas

Players que antes utilizavam a plataforma como termômetro cultural, hoje buscam alternativas para compensar o legado deixado pela marca do pássaro azul, o Twitter. A fuga de anunciantes não tardou. Para além das declarações desmerecendo o trabalho da publicidade, Musk endossa temas caros à humanidade, afastando investimentos.

Em novembro de 2023, IBM, Apple, Disney, Comissão Europeia, Lionsgate e Paramount interromperam a exibição de anúncios no X após a disseminação de conteúdo antissemita, intensificado após a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que estourou um mês antes.

A incorporação de conteúdos polêmicos provoca mais incertezas no mercado anunciante. A plataforma acaba de anunciar a liberação de 'nudez adulta ou comportamento sexual produzido e distribuído consensualmente', comunicou o X em nota.

Mesmo assim, Musk insiste que o “X é uma plataforma que funciona. Tem as pessoas mais influentes do mundo”, declara.  Lançado em 2006, o Twitter foi comprado por Musk em 2022 e renomeado para X no ano passado.

Da inteligência artificial, vem a certeza de que a tecnologia transformará a vida profissional e pessoal das pessoas dentro de cinco anos.