Após 17 anos no Brasil, a revista de celebridades Caras (no País, editada pela Abril) almeja conquistar o mercado chinês, que vem sendo estudado pela publicação há três anos. “Já temos uma pessoa instalada lá [China] tentando destravar algumas questões. Temos outros países nos procurando para licenças, mas nosso interesse está na China e editando nós mesmos. Já investimos lá o suficiente para continuar acreditando que pode ser nosso futuro. A Caras está presente em cinco países, é publicada em duas línguas e em três continentes. Mas falta a Ásia, em especial a China”, explica Edgardo Martolio, presidente de Caras no Brasil e superintendente editorial da publicação.

Segundo o executivo, em 2010 a revista trabalhou com 800 anunciantes, mas este ano a meta é trabalhar com menos. “Pretendemos trabalhar com 600, os mais qualificados e sem perder faturamento. Essa é uma aposta importante que nos obriga a praticar algumas estratégias que o mercado desconhece até porque soa ilógico querer ter menos clientes do que você tem, mas essa é a nossa realidade. Estamos duplamente felizes por ter inaugurado o mercado de celebridades no País e, agora, por ter ampliado ele ao ponto de ‘redistribuir’ alguns deles para os pretensos concorrentes. Não é soberba, é responsabilidade: queremos ter todos os clientes comerciais satisfeitos e bem atendidos, tanto quanto nossos leitores”, fala Martolio.

No último ano, a publicação apresentou um crescimento de 26% em seu faturamento, com uma venda de 336,5 mil exemplares por semana e um encalhe de 9% nas bancas. As assinaturas representam 58% das vendas. “Estamos investindo para isso porque o futuro das revistas impressas está aí, nas assinaturas. Essa diferença, a favor das assinaturas, em nosso caso, irá se ampliar a cada ano daqui em diante”, prevê Martolio, que afirma não ter concorrentes de peso no mercado brasileiro. “A Caras é a fórmula perfeita, no mercado adequado e no momento certo. Não tem concorrentes de peso e o consumo cresce diariamente”.

Em relação ao desempenho da revista para este ano, Martolio se mostra positivo. “Imaginamos que 2011 será um grande ano. Não pensamos em repetir os números de 2010. Crescer sim, mas nunca na proporção quase absurda que foi o ano passado”, comenta o executivo, referindo-se ao desempenho de 2010, que avalia como sendo excelente.

Mesmo com a publicação impressa, a revista Caras investe no digital como uma forma de se adaptar aos novos tempos, mas não encara isso como uma futura substituição de mídia, mas sim, como uma nova mídia onde a publicação está presente. “Em 2010 crescemos 81% no número de pageviews e 69% em unique visitors. Vamos trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, em três turnos com força total. Não haverá hora fraca. Postaremos um mínimo de 150 notícias por dia”, diz ele.

Outra aposta do executivo é o celular. De acordo com Martolio, no ano passado, a Caras Mobile registrou 1,6 milhão de páginas vistas e o aplicativo da revista para iPhone ficou entre os 10 mais baixados na Apple Store do Brasil.

por Maria Fernanda Malozzi