O Carrefour informou nesta terça-feira (28) que recebeu uma proposta de fusão com o CBD (Grupo Pão Açúcar). De acordo com a empresa francesa, a oferta foi feita pela Gama, companhia que pertece ao BTG Pactual e que será capitalizada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O negócio formaria a maior varejista do Brasil.

A intenção é unir os ativos do Carrefour e do Pão de Açúcar em partes iguais. Pela proposta, a Gama, que pertence a um fundo de investimentos administrado pelo BTG, receberia um capital de 2 bilhões de euros e um financiamento de 500 milhões de euros do BNDES e se tornaria acionista do Carrefour.

Assim, será criada o NPA (Novo Pão de Açúcar), empresa que terá ações listadas na Bovespa e em Nova York. O NPA será o maior acionista do Carrefour francês, com 11,7% do capital. O conselho da companhia francesa diz que tomou conhecimento dos termos da proposta e irá analisá-la nos próximos dias. Os termos serão submetidos ainda para o aval final do BNDES. A Gama também enviou a proposta ao Pão de Açúcar.O novo grupo nasceria com vendas estimadas em mais de 30 bilhões de euros em 2011.

Grupo Casino 

O grupo Casino, dono de 37% da CBD, através da holding Wilkes, dirigida em conjunto com o empresário Abilio Diniz, afirmou em um comunicado oficial que a negociação divulgada hoje pelo Carrefour é ilegal.

“Em virtude dos acordos públicos assinados pela Casino com Abilio Diniz, qualquer negociação envolvendo o futuro da CBD não pode ocorrer sem a participação da Casino”, afirma a empresa.

No centro da controvérsia está o acordo entre o Casino e o grupo de Diniz que permite que a companhia francesa assuma o controle do Pão de Açúcar, se optar por isso daqui um ano.

A opção do acordo entre Casino e Diniz foi instituída em 2006, quando ambos fundaram a holding Wilkes, que detém 66% das ações com direito a voto do Pão de Açúcar. Se exercer a opção, o Casino poderá indicar um nome para a presidência do conselho do Pão de Açúcar.

Sob as regras do acordo que criou a Wilkes, nenhuma das partes pode entrar em negociações de fusão sem o consentimento da outra. A ação de Diniz fez o Casino entrar no mês passado com um pedido de arbitragem internacional contra o grupo do empresário brasileiro, sob o argumento de que as conversas com o Carrefour descumpriram os termos de acordo entre ambos.

Com informações do Estadão.com.br e Folha.com

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