“Menos Luíza, que está no Canadá” fez da jovem uma webcelebridade instantânea

 

Luíza não está mais no Canadá. Foi de lá, de repente, que ficou famosa aqui no Brasil. A frase “Menos Luíza, que está no Canadá”, dita por seu pai em um comercial que anunciava um empreendimento imobiliário em João Pessoa, na Paraíba (veja aqui), tornou a garota de 17 anos uma celebridade instantânea nas redes sociais e criou um dos primeiros memes da publicidade brasileira na era virtual.

Com a fama repentina, Luíza já gravou o segundo comercial do empreendimento (assista aqui), agora apresentando o condomínio. E já recebeu propostas para ser a garota-propaganda de vários gêneros de produtos, entre eles telefonia e três companhias aéreas, segundo o pai, o colunista social Gerardo Rabbello que, surfando na onda do meme, pode estrelar campanha da operadora Vivo, após convite da agência Africa.

O filme teve um começo não tão cômico. “A resposta era misturada, e havia mais comentários negativos, com críticas de que era exibicionista. Mas isso foi vencido”, afirma Rabello, o famoso pai da Luíza. Ao se espalhar, o bordão “menos Luiza que está no Canadá” ganhou mais humor, molho e versões. Virou brincadeira na boca de Lenine, William Bonner, promoções de marcas como Magazine Luiza, Decolar e Submarino Viagens e rendeu até uma saia justa na Secretaria de Imprensa da Presidência com um tweet, no perfil oficial do órgão, com a frase “Com a volta da Luíza, quem tá indo para o Canadá é o Serra”.

Alberto Arcela, diretor de criação da Oficina de Propaganda, agência que atende à conta da construtora Água Azul, do Grupo Concerpa, que anunciou o empreendimento, diz que tudo começou com a escolha de usar colunistas sociais para estrelarem a campanha com as respectivas famílias. Era uma forma de buscar upgrade para o empreendimento localizado em uma área muito concorrida da capital paraibana. Como Gerardo Rabbello e a família são conhecidos na cidade, a falta de Luíza seria notada caso não fosse citada.

O investimento na produção do comercial foi de R$ 15 mil, sem contar o cachê da família. O segundo filme, cerca de R$25 mil. “A ficha ainda não caiu”, afirmou o criativo. “Não penseique fosse dar esta repercussão. Foi algo que aconteceu por acidente de percurso. Não tem uma fórmula”.

A professora de marketing digital da ESPM, Martha Gabriel, segue a mesma linha de pensamento de Arcela. “Não dá para saber como nascem os memes”, disse. De acordo com a especialista, os memes difundem comportamento, ao contrário do viral, que replica algo sem nenhuma modificação. “Um meme tem que ser muito simples de memorizar e fácil de replicar, senão você não consegue imitar o comportamento”, completa. O termo foi descrito pela primeira vez em 1976 no livro “O Gene egoísta”, de Richard Dawkins.