O GTM (Grupo de Trabalho de Mídia), formalizado na semana passada pelo Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão), terá como principal objetivo adicionar às nornas-padrão da atividade publicitária no mercado brasileiro regras para as novas mídias digitais como YouTube, Google, portais, sites, blogs, orkut e uma série de meios que usam a tecnologia para atrair a atenção dos consumidores entre as quais a do ambiente out of home. As normas do Cenp contemplam apenas os meios tradicionais como televisão, rádio, jornal e revista.
O GTM também vai estudar novos ferramentais técnicos de mídia utilizados fora do País pelas chamadas empresas de mídia, no passado conhecidos como bureaus que eram conduzidos por brokers que faziam compras de espaços de mídia para posteriormente revendê-los em leilões. A maioria dos anunciantes multinacionais se utilizam desse arsenal oferecido no cardápio das empresas de mídia no exterior e os executivos de marketing das suas unidades do Brasil pressionam o Cenp por não poderem ter esses serviços no mercado brasileiro. Na verdade o Cenp não proibe o ingresso das empresas de mídia. Elas apenas não se beneficiam dos descontos concedidos pelos veículos, pois o modelo brasileiro reconhece apenas as agências full services. Paradoxalmente, vários grupos multinacionais estudam revisão do DNA das suas empresas de mídia para que ganhem flexibilidade e maior integração com as hot shops de criação. No Brasil, o modelo full service é bem assimilado, mas sofre críticas em relação à defasagem tecnológica.
O GTM, que pretende concluir seus trabalhos até o final do primeiro trimestre de 2009, vai aceitar sugestões para outros assuntos, como, por exemplo, uma nova classificação de agências. O chamado rating abrigaria agências em grupos por critérios qualitativos com itens que variam da quantidade de pesquisas contratadas, faturamento, estrutura operecional etc. “Nada está definido, mas uma agência que tem operação nacional será classificada pelos features que ela tem a oferecer ao mercado. Uma ótima agência, porém, com interesse regional em São Paulo, tem outra nota”, disse o advogado João Luiz Faria Neto, que representa o Cenp.
O grupo que vai analisar novas mídias e tecnologias do Cenp é formado por Angelo Franzão Neto (McCann Worldgroup), Ivan Marques (F/Nazca S&S), Maria Aparecida Fabri (Contexto), Rafael Sampaio (ABA), Ricardo Monteiro (Reckitt Benckiser), Orlando Lopes (ABA), Adriana Scalabrin (Rede Globo de Televisão), Manoel Mauger (SBT), Dimas Mietto (Editora Abril) e Marta Cajado (Band).
Paulo Macedo