Dados da pesquisa trazem informações que guiarão o processo de inclusão de grupos minorizados na indústria da comunicação

O Observatório de Diversidade na Propaganda organizou censo que trouxe dados para a reflexão das agências de publicidade associadas à entidade usarem como metas de engajamento e base para a aplicação de políticas de diversidade e inclusão no mercado. A gestão do projeto é da Kairós.

De acordo com Ariel Nobre, diretor-executivo do ODP, “os números do censo não são apenas números. Eles são um retrato da paisagem que vamos mudar. E as metas não estão aqui para ser seguidas apenas pelos associados, elas dão valor de referência para todo o mercado, inclusive fornecedores, parceiros e mídia”, afirma.

“O estudo é um norte, um guia para toda a nossa indústria. Ele foi construído com base em dados reais do nosso mercado, levando em consideração onde estamos (censo de abril) e para onde queremos ir (metas 2029). Por isso, ele é tão especial e não deve ser considerado um sonho utópico. O Observatório quer e pode ajudar tanto as agências signatárias quanto as empresas que ainda não se associaram. A ideia é construir ambientes diversos que reflitam a nossa sociedade e, para isso, precisamos que todos façam a sua parte. Do lado de cá, o Observatório se compromete com todo o suporte para alcançar essas metas, com medidas que vão desde encontro de RHs, letramento de lideranças e enquadramento das empresas nas cotas para pessoas com deficiência, já prevista em lei”, acrescenta Nobre.

O planejamento estabelece 36 metas que devem ser cumpridas ao longo dos próximos cinco anos (entre 2024 e 2029) e elas estão organizadas dentro de quatro blocos estratégicos: contratação de talentos diversos; diversidade no casting e cadeia de fornecedores; retenção e desenvolvimento; e cultura organizacional.

Quais as recomendações? A ODP responde: “O documento com as metas setorias pode ser acessado no site da entidade e nele encontrar objetivos distintos para mulheres, negros, LGBTIAQIPN+, pessoas com deficiência e 50+. O censo revela, por exemplo, que o quadro de lideranças das agências é um reflexo da sub-representação dos principais grupos sociais brasileiros. E as metas são uma forma de tornar a indústria de comunicação brasileira mais diversa, próspera e criativa”.

“No compromisso firmado, a ideia é impulsionar, em cinco anos, a representatividade em todas as frentes da publicidade brasileira. E tornar as agências mais inclusivas em um reflexo da demografia e não da sub-representação dela. Em uma transformação que passará pelo fortalecimento do quadro funcional, das lideranças e dos fornecedores.

Atualmente, o ODP é formado por 14 agências fundadoras (Accenture Song, CP+B Brasil, Dentsu, Droga5, IPG Mediabrands, Gana, Grey, Leo Burnett, Mooc, Mutato, P3k, Publicis, Soko e Suno) e 14 agências apoiadoras (AKQA, AlmapBBDO, Artplan, B&Partners, Betc Havas, DM9, Dale, Fbiz, FCB Brasil, Lew’Lara\TBWA, Ogilvy, The Juju,  VMLY&R e WMcCann).

(Crédito: Foto de Alexander Grey na Unsplash)