Terminou sem consenso entre os associados a votação da proposta da Central de Outdoor de ampliar a atuação da entidade. A proposta foi discutida na convenção anual, realizada nas últimas quarta (8) e quinta-feira (9), em São Paulo. A ideia do presidente Luiz Roberto Valente é que a Central de Outdoor passe a representar todas as empresas de mídia exterior, e não somente as peças de outdoor. Isso significa incluir as fornecedoras de backlights, frontlights e também as de mobiliário urbano. O conceito lançado é “Sob um mesmo guarda-chuva, a mídia exterior fica mais forte”.

De acordo com Valente, a proposta agora segue para discussão entre as regionais. “Foi uma ideia que lançamos três meses atrás e a convenção foi uma oportunidade de trazer todos os associados para discutir. O debate evoluiu, mas logicamente que a expectativa era concluir. Eles pediram para levar as discussões para as regionais. Cada diretor está levando a proposta. Vamos ter assembléia no final do ano, mas a aprovação mesmo deve sair na convenção de abril, por causa de mudança de estatuto”, contou.

A Central de Outdoor possui hoje cerca de 2.500 empresas associadas. Segundo Valente, a entidade ainda está bem dividida em relação à proposta, mas ele garante que o reposicionamento significa um avanço e vai facilitar as negociações com os municípios. “Vamos conseguir dialogar melhor com o poder público, negociando toda a mídia exterior, e não só os outdoors”, falou Valente.

A proposta significa realmente um avanço para a Central de Outdoor, enfraquecida com a adoção em São Paulo da Lei Cidade Limpa, que baniu os outdoors das ruas da cidade. Valente afirma que em outras cidades a mídia exterior continua forte e destaca que, felizmente, poucas cidades seguiram a legislação paulistana.

“Logicamente que grandes anunciantes deixaram de utilizar essa mídia. Por outro lado, a mídia exterior cresceu regionalmente. Salvador é o nosso mercado modelo em outdoor. Curitiba também tem uma legislação recém-aprovada, que conseguiu ordenar a paisagem urbana sem uma lei radical como se fez em São Paulo. Já Cotia e São Caetano do Sul seguiram a Cidade Limpa. Mas a tendência no País é de legislações que ordenem a paisagem urbana, com novos formatos para a publicidade e cidades pensando na diminuição de concentração de pontos”, destacou o presidente da Central de Outdoor.

Durante a convenção também foi apresentada a proposta de criação do Instituto Sinais Urbanos, entidade que buscará a preservação da memória da atividade de mídia exterior no Brasil, resgatando sua história por meio da reunião de acervos dos mais diversos tipos, promovendo pesquisas, cursos e estudos para os profissionais da área. “A ideia é ter um banco para centralizar as informações”. Caio Barsoti, presidente do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão), também esteve presente e fez uma apresentação sobre o tema “Novas práticas de faturamento – lei 12.232/10”.

por Kelly Dores